Se afastada temporariamente, Presidenta Dilma não é obrigada a desocupar residências oficiais. Mas o gabinete presidencial no Palácio do
Planalto fica a disposição do vice
Protesto contra o governo de Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), na noite de 21.mar.2016 |
A presidente Dilma Rousseff não é obrigada a desocupar o Palácio da
Alvorada caso seja afastada pela eventual abertura do processo de
impeachment no Senado. A petista, no entanto, deve deixar o gabinete
presidencial no 3º andar do Palácio do Planalto.
Se o Senado aprovar a abertura do processo de impeachment, a presidente é
automaticamente afastada por até 180 dias. A medida não configura perda
de mandato, apenas distanciamento de exercício do poder enquanto o
Senado julga o processo. Ao final desse período de 6 meses (ou antes), a
depender do resultado da análise dos senadores, a presidente volta ao
cargo ou será definitivamente cassada.
Enquanto não for julgada, Dilma poderá continuar a usar as residências
funcionais, como a Granja do Torto e o Palácio da Alvorada.
Nesse período de espera pela decisão do Senado, se houver o impeachment,
a presidente terá uma perda financeira. Por determinação da lei 1.079
(de 1950) a petista receberá metade de seu salário. Esse dispositivo
está no artigo 5º da lei de 1950:
“São efeitos imediatos ao decreto da acusação do Presidente da República, ou de Ministro de Estado, a suspensão do exercício das funções do acusado e da metade do subsídio ou do vencimento, até sentença final''
Dilma recebe hoje R$ 30.934, segundo dados do Portal da Transparência do
governo federal. Em caso de impeachment, o valor cai para R$ 15.467.
Já Michel Temer deverá continuar a morar no Palácio do Jaburu. Mas
migrará do anexo 2 do Palácio do Planalto, onde está seu gabinete, para o
3º andar: é ali que está a sala usada no momento por Dilma Rousseff.
Se houver instauração do processo de impeachment, Temer continuará
morando no Palácio do Jaburu pelo menos até a definição do julgamento.
PARALELO — Fernando Collor foi afastado da presidência em 2.out.1992. No
mesmo dia, esvaziou seu gabinete no 3º andar do Planalto. O
vice-presidente Itamar Franco foi empossado e passou a despachar da sala
do 3º andar em 5.out.1992.
Após deixar o Planalto, Collor cogitou montar um gabinete de trabalho na
Granja do Torto. Fez uma série de reivindicações ao governo para o
período em que ficaria impossibilitado de governar, como motocicletas
com batedores e passagens aéreas para o exterior.
Collor acabou tendo seus planos frustrados. Uma decisão judicial
proferida por uma juíza da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro proibiu o
então presidente afastado de utilizar qualquer imóvel da união enquanto
estivesse fora da função, esperando a definição do impeachment.
Como perdeu o direito ao uso de residências funcionais, helicóptero,
carros e avião oficiais, Collor recolheu-se à Casa da Dinda, residência
de sua família no Lago Norte, bairro nobre de Brasília.
Itamar Franco mudou-se para o Alvorada apenas em maio de 1993, por
questões de segurança. Vivia até então em uma mansão na antiga península
dos ministros, no Lago Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário