domingo, 24 de abril de 2016


Gestão Temer



O empresariado tem escutado como música os sinais de como se comportaria uma eventual gestão Temer em relação ao setor produtivo. Nas conversas com representantes da classe empresarial, peemedebistas vêm repetindo que a saída para a crise econômica passa pela exploração máxima das concessões e das parcerias público-privadas. Uma das críticas ao governo Dilma Rousseff eram as amarras em regras das concessões, com o que o peemedebista promete acabar.

Apesar de ver com bons olhos a possível chegada de Temer à Presidência, parte do  empresariado se preocupa com a instabilidade da gestão, principalmente por causa de desdobramentos da Lava Jato. “O ideal seria começar do zero, com um sistema político renovado”, diz um peso-pesado da economia brasileira.

Entre as reformas que Temer pretende tocar está a do pacto federativo. O vice tem repetido a quem o procura que, hoje, Estados e Municípios têm autonomia federativa e administrativa, mas não financeira e fiscal.
A ideia seria transferir não só responsabilidades aos prefeitos e governadores, mas também recursos suficientes para que eles as executassem.
O problema é que, com o cenário de abismo fiscal e queda nas receitas, abrir mão de recursos dificulta fechar as contas do governo.

Henrique Meirelles é visto com bons olhos pela equipe que assessora Temer. Na semana passada, em Nova York, o ex-presidente do Banco Central avaliou que será preciso elevar a carga tributária “temporariamente” para melhorar o quadro fiscal, mas não mencionou qual seria o imposto mais adequado.
“Isso é algo que será proposto pela equipe que vier a assumir”, disse Meirelles, que driblou as especulações sobre o seu nome. “Eu não comento conversas privadas.”
Reservadamente, auxiliares de Temer admitem um novo imposto nos moldes da CPMF. A avaliação é que, se necessária, a ideia só pode ser publicizada depois de o governo ter mostrado que reduziu seus gastos e cortou na própria carne.




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