Gestão Temer
O empresariado tem escutado como música os sinais de como se comportaria
uma eventual gestão Temer em relação ao setor produtivo. Nas conversas
com representantes da classe empresarial, peemedebistas vêm repetindo
que a saída para a crise econômica passa pela exploração máxima das
concessões e das parcerias público-privadas. Uma das críticas ao governo
Dilma Rousseff eram as amarras em regras das concessões, com o que o
peemedebista promete acabar.
Apesar de ver com bons olhos a possível chegada de Temer à Presidência,
parte do empresariado se preocupa com a instabilidade da gestão,
principalmente por causa de desdobramentos da Lava Jato. “O ideal seria
começar do zero, com um sistema político renovado”, diz um peso-pesado
da economia brasileira.
Entre as reformas que Temer pretende tocar está a do pacto federativo. O
vice tem repetido a quem o procura que, hoje, Estados e Municípios têm
autonomia federativa e administrativa, mas não financeira e fiscal.
A ideia seria transferir não só responsabilidades aos prefeitos e
governadores, mas também recursos suficientes para que eles as
executassem.
O problema é que, com o cenário de abismo fiscal e queda nas receitas,
abrir mão de recursos dificulta fechar as contas do governo.
Henrique Meirelles é visto com bons olhos pela equipe que assessora
Temer. Na semana passada, em Nova York, o ex-presidente do Banco Central
avaliou que será preciso elevar a carga tributária “temporariamente”
para melhorar o quadro fiscal, mas não mencionou qual seria o imposto
mais adequado.
“Isso é algo que será proposto pela equipe que vier a assumir”, disse
Meirelles, que driblou as especulações sobre o seu nome. “Eu não comento
conversas privadas.”
Reservadamente, auxiliares de Temer admitem um novo imposto nos moldes
da CPMF. A avaliação é que, se necessária, a ideia só pode ser
publicizada depois de o governo ter mostrado que reduziu seus gastos e
cortou na própria carne.
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