Estados Unidos registram 1º caso de transmissão sexual de zika entre homens — morador de Dallas se contaminou pela picada de um mosquito na
Venezuela e infectou seu parceiro pelo sexo desprotegido
O vírus zika |
O vírus zika é recente e foi inicialmente identificado em Uganda, em
1947, em macacos. Posteriormente, foi identificado em seres humanos, em
1952, em Uganda e na República Unida da Tanzânia. Surtos da doença são
registrados na África, Américas, Ásia e no Pacífico.
O vírus da zika pode ser transmitido pelo sexo anal, segundo divulgado
pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
A agência descreveu um caso de transmissão sexual entre homens em
janeiro deste ano.
O caso, que foi previamente anunciado por autoridades de saúde no Texas
sem identificar o gênero dos parceiros, foi o primeiro conhecido de
transmissão sexual do zika nos Estados Unidos durante a atual epidemia.
Um morador de Dallas voltou contaminado pelo zika por uma picada de
mosquito depois de ter visitado a Venezuela. Ele, então, infectou seu
parceiro pelo sexo desprotegido após retornar. Ambos tiveram sintomas
relativamente suaves da doença e não foi detectado sangue no sêmen dos
homens.
Até agora, se sabia que o zika poderia ser transmitido por meio do sexo
vaginal, de homem para a mulher, por meio de sêmen contaminado. Este é o
primeiro caso de transmissão de um homem para outro, também através do
sêmen.
Em países onde a infestação por Aedes aegypti é baixa, caso dos Estados
Unidos, a via sexual é considerada a forma mais preocupante de contágio
pelo zika. O caso reportado pelo Serviço de Saúde do Condado de Dallas é
o de um homem que apresentou sintomas de zika dois dias após retornar
de uma viagem de uma semana à Venezuela, país onde há transmissão de
zika por mosquito desde novembro de 2015.
Identificado apenas como Paciente A, o homem teve manchas vermelhas pelo
corpo, conjuntivite e dores e inchaços nas articulações. Os sintomas
desapareceram após uma semana. Quatro dias após o surgimento dos
sintomas no Paciente A, seu companheiro, identificado como Paciente B,
começou a apresentar também sinais da doença. Ambos procuraram então o
serviço médico. Amostras de sêmen, urina e saliva confirmaram a presença
do zika. Como o Paciente B não deixou o Texas no período, pesquisadores
do CDC concluíram que ele foi contaminado por meio de relações anais com
seu parceiro.
O CDC destacou que o caso só reforça a necessidade de prevenir a
transmissão sexual do zika com cuidados como o uso de preservativos de
pessoas que venham de países onde há epidemia.
Microcefalia — Na quarta-feira (13.abr.2016), o CDC, afirmou que o
vírus da zika provoca microcefalia e outras más-formações severas em
fetos. Depois de fazer uma detalhada revisão de estudos recentes que têm
mostrado crescentes evidências da associação entre o vírus e as
más-formações, os cientistas do CDC afirmaram que “não há dúvidas de que
o zika causa a microcefalia”.
“Esse estudo marca um ponto de virada na epidemia de zika. Agora está
claro que o vírus causa microcefalia”, disse o diretor do CDC, Tom
Frieden, em comunicado à imprensa.
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