Promotoria abre ação por desvio de R$ 30 milhões da Universidade Virtual do Maranhão — Ministério Público pediu bloqueio de bens de dois
funcionários e três empresários alvos da Operação Cayenne, deflagrada em 2015
O Ministério Público do Maranhão pediu à Justiça o bloqueio de todos os
bens de dois funcionários da Universidade Virtual do Maranhão (Univima) e
três empresários pelo desvio de R$ 30 milhões dos cofres da instituição
entre 2010 e 2012.
O chefe da Divisão de Execução Orçamentária e Financeira e o coordenador
administrativo e financeiro da Univima, respectivamente, Paulo Giovane
Aires Lima e José Ribamar Santos Soares, são acusados de gerar dados
falsos no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e
Municípios (Siafem) e emitir ordens bancárias para as empresas de
Francisco José, Valmir Neves e Inaldo Damasceno, naquele período.
Em maio de 2015, os acusados e a Univima foram alvo da Operação Cayenne,
da Polícia Civil do Maranhão, a qual prendeu Paulo Giovane Aires Lima,
José de Ribamar Santos Soares, Inaldo Damasceno Correa e Valmir Neves
Filho. À época foram apreendidos carros de luxo, joias e relógios.
“O dinheiro desviado era repassado para as empresas dos três últimos
demandados e, posteriormente, rateado entre os cinco de forma desigual”,
destacou a promotora da ação Márcia Lima Buhaten.
A promotoria aponta o enriquecimento patrimonial e financeiro dos
acusados. “Paulo Giovane detém, atualmente, o valor de R$ 5,67 milhões
em imóveis; José Ribamar, R$ 2,65 milhões; Francisco José Silva
Ferreira, R$ 1.96 milhão; e Valmir Neves Filho, R$ 550 mil, além de bens
móveis de grande vulto que não condiziam com a disposição financeira
dos denunciados”, relatou Márcia Lima.
A ação civil pública, proposta pela 30ª Promotoria de Justiça
Especializada, pedirá no final do processo o ressarcimento integral do
dano, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a
dez anos e pagamento de multa até três vezes o valor do enriquecimento
patrimonial dos envolvidos.
A reportagem telefonou para os advogados dos acusados, mas não conseguiu
contato. A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, à
qual a Univima é vinculada, não se pronunciou sobre o caso.
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