Provável governo Temer deve ampliar racha
entre caciques do PSDB paulista
entre caciques do PSDB paulista
Em meio à divisão interna sobre a participação no governo Michel Temer, o
PSDB paulista consultará seus 78 mil filiados sobre como o partido deve
se comportar em relação à gestão do peemedebista. O diretório estadual é
controlado por um aliado de Geraldo Alckmin, que defende que o PSDB não
tenha cargos, embora dê apoio no Congresso. O diagnóstico deve deixar
ainda mais evidente o racha em São Paulo, já que José Serra é cotado
para assumir importante vaga na Esplanada.
O apoio defendido por Alckmin ao governo Temer não é incondicional. O
governador prefere que não haja um tucano ocupando cargo em nome da
sigla para não existir uma obrigação partidária, e o PSDB poder votar
contra o governo quando achar conveniente.
Os tucanos que defendem distância do governo Temer usam a Lava Jato como
principal argumento. “O partido ficará exposto, o tempo todo, a
perguntas de como é ser companheiro de Esplanada de investigados”, diz
um líder aecista.
Outro tucano ilustra o paradoxo: “Como teremos cargo em um governo que
estamos tentando derrubar na Justiça Eleitoral? Precisamos decidir se
consideramos a administração Temer legal ou ilegal”, sustenta.
No sábado, logo depois que Aloysio Nunes declarou que o “PSDB não
faltará com sua responsabilidade”, apoiando Temer, o deputado Carlos
Sampaio (SP) enviou mensagem em um grupo de dirigentes do partido
concordando com o senador.
“Fomos protagonistas no impeachment por estarmos convencidos de que o
Brasil, já combalido com Dilma, iria afundar de vez com o time que aí
está! Se precisarem de nomes ligados ao PSDB para ajudar a salvar a
nação não seria correto negar!”, escreveu o deputado.
Temer caminha para um cenário em que ficará dependente do centrão, formado por PP, PSD, PR e PRB, além do DEM.
Michel Temer tem em mãos um documento preparado por colaboradores de
longa data intitulado “Tríplice Resgate”, que mira retomada do crédito,
da confiança e da autonomia financeira de municípios. O material foi
organizado pelo economista Paulo Rabello de Castro.
O texto sugere sete ações imediatas à provável gestão do peemedebista.
Estão entre elas a redução de R$ 100 bilhões nas despesas do governo;
refinanciamento das dívidas dos Estados; e simplificação de leis
trabalhistas.
Dirigentes de quatro centrais sindicais — Força Sindical, UGT, CSB e
Nova Central — estarão com Temer na terça-feira (26.abr.2016), no
Palácio Jaburu. Cobrarão um governo com menos juros e mais empregos.
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