segunda-feira, 11 de abril de 2016


Alemanha sente efeito da crise em outros países



Indústrias alemãs foram afetadas pela desaceleração econômica dos países emergentes


A China reduz os pedidos de equipamentos de mineração. Os países do Oriente Médio, sem o dinheiro abundante do petróleo, colocam em risco o mercado de carros de luxo. E a Rússia, enfrentando as sanções ocidentais pelo conflito com a Ucrânia, não compra mais tantos equipamentos de alta tecnologia.
A desaceleração dos mercados emergentes não só é sentida nesses países como está deixando a Alemanha vulnerável.
Enquanto muitas empresas europeias buscaram apenas sobreviver nos últimos anos, as companhias alemãs prosperaram, vendendo bens e tecnologias de que os países emergentes necessitavam para modernizar as economias.
Ela foi praticamente um shopping para os emergentes na última década. Se um país estava mecanizando suas fazendas, lá estavam as empresas alemãs oferecendo colheitadeiras. Se a necessidade era uma indústria de oxigênio líquido, elas prometiam construir toda a fábrica.
Nesse período, a força alemã foi um contrapeso para os problemas europeus: recessão, turbulência financeira e a crise da dívida grega.
Agora, a Alemanha, maior economia da Europa, está parecendo ficar para trás. Em relação ao seus pares, os alemães foram mais afetados pela crise dos emergentes, com o motor da exportação perdendo potência e a confiança das empresas em declínio.
Nos bons tempos, a empresa alemã Eickhoff Bergbautechnik vendia, por ano, 20 máquinas para a China. Os equipamentos, para as indústrias de carvão e potássio, eram vendidos por até US$ 4,6 milhões (R$ 16,5 milhões).
Em 2015, ela vendeu oito e, com o lucro em queda, demitiu 10% da sua mão de obra.
A desaceleração das vendas da Eickhoff e de centenas de outras empresas exportadoras alemãs de médio porte se traduziu em uma freada no crescimento da economia.
A exportação menor também teve reflexos na confiança das empresas. Em fevereiro, as companhias pessimistas superaram as otimistas pela primeira vez desde o fim de 2014. Se a confiança continuar fraca, a indústria provavelmente vai reduzir os planos de comprar equipamentos ou contratar pessoal, desacelerando a economia.




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