Alta de PIS e da Cofins pode elevar mensalidades de faculdades em 6,17%
Um aumento de tributos federais planejado pelo governo na esteira do
ajuste fiscal pode elevar em 6,17% as mensalidades em escolas e
universidades particulares para o ano que vem. Essa alta, somente, pode
impactar em uma redução de 13% na demanda de novos alunos.
O Ministério da Fazenda quer mudar a forma atual de cobrança do PIS
(Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social) para empresas prestadoras de
serviços, o que atingiria escolas e universidades. A medida elevaria de
3,65% para 9,25% essa tributação.
Os cálculos do impacto são do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação). A inflação não foi levada em conta.
Caso o governo federal efetive a alteração, a alta dos tributos pode
pressionar as instituições a demitir, segundo Rodrigo Capelato, diretor
do Semesp, umas das entidades que representam o setor de ensino superior
privado. "O setor não tem muito como compensar esses gastos e vai
precisar achar alternativas", disse Capelato, durante o Congresso
Brasileiro da Educação Superior Particular.
De acordo com divulgação do Fórum das Entidades Representativas do
Ensino Superior Particular, os técnicos do IBPT também calculam que será
necessário corte de 26% dos gastos com folha.
REIVINDICAÇÃO — A tributação diferenciada para a educação privada é uma
reivindicação antiga do setor. "Somos tributados que nem motel e posto
de gasolina", reclama Amabile Pacios, da Federação Nacional de Escolas
Particulares.
As entidades vão intensificar a pressão sobre o governo e o Congresso.
Elas não vislumbram uma mudança de postura nem mesmo com a possibilidade
de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A projeção do Ministério da Fazenda é que a medida deva atingir 1,5
milhão de empresas. A arrecadação extra seria de R$ 50 bilhões para os
cofres públicos.
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