Batalha para evitar queda de Dilma está perdida,
avaliam ministros — há consenso de que governo passa
por seu pior momento
avaliam ministros — há consenso de que governo passa
por seu pior momento
Ministros do núcleo mais próximo de Dilma Rousseff avaliavam na
terça-feira (12.abr.2016) que a batalha do impeachment está virtualmente
perdida. Nem todos jogaram definitivamente a toalha, mas há consenso de
que o governo passa por seu pior momento.
Uma das comparações feitas numa conversa entre um dos ministros e um
integrante do PT era a de que o governo está perdendo o jogo nos últimos
minutos do segundo tempo. Resta apostar num milagre nos segundos
finais.
Na contabilidade que o governo e cientistas políticos que ajudam Dilma
faziam na terça-feira (12.abr.2016), ela contaria agora com no máximo
148 votos (8 do PSD, 3 do PSB, 17 do PR, 9 do PP, 5 do PTB, um do PFL,
um do PEN, um do PT do B, dois da Rede, um do Pros, 6 do PTN, 2 do PHS,
10 do PC do B, 61 do PT, 6 do Psol e 15 do PDT). Faltariam 23 para
barrar o impedimento.
Depois da debandada do PP, do PR e da maior parte do PSD, restaria ao
governo fazer um corpo a corpo, deputado por deputado, no varejo do
Congresso para conseguir os 23 votos que derrotariam o impeachment.
Os aliados de Dilma no PMDB diziam o seguinte: se o governo conseguir
mostrar, até o domingo, que tem alguma chance de ganhar, seria possível
angariar 20 votos para ela dentro da legenda. Caso contrário, só dez,
estourando.
Na contabilidade do governo, nenhum deputado do PSD ligado ao ministro
Gilberto Kassab votará a favor de Dilma. Os parlamentares da legenda que
ainda podem apoiá-la são, em sua maioria, da Bahia e do Ceará, cujos
governadores são contra o impeachment.
No começo do governo, Dilma e o então ministro da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, decidiram ceder amplo espaço a Kassab no governo pensando
que ele seria um aliado eficiente e fiel à presidente. A ideia era fazer
um contraponto ao PMDB.
A decisão do deputado Maurício Quintella (PR-AL) de sair da liderança de
seu partido e declarar apoio ao impeachment foi a senha para que o
governo entendesse que estava aberta a porteira para a debandada das
legendas que tinham prometido apoiá-la. Quintella é um dos melhores
amigos de Ciro Nogueira, presidente do PP, que um dia depois seguiu o
mesmo caminho.
Tanto Quintella quanto Ciro Nogueira conversaram com o vice-presidente Michel Temer antes do abandonar o barco de Dilma.
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