Usuários protestam contra limite de dados
de internet por operadoras
de internet por operadoras
Cerca de 60% dos estudantes de escolas públicas brasileiras têm computador em casa, segundo pesquisa divulgada pelo CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil) |
Por meio de páginas no Facebook e petições on-line,
usuários de serviços de banda larga fixa têm protestado contra medidas
de grandes operadoras do país de limitar o uso de dados de internet — e
até de cortar a conexão caso os pacotes contratados sejam excedidos,
prática já existente na internet móvel.
Desde sua criação, no último sábado (09.abr.2016), a página no Facebook Movimento Internet Sem Limites,
que advoga contra a medida, já obteve mais de 240 mil curtidas. Uma
petição na plataforma Avaaz reúne mais de 278 mil assinaturas desde sua
postagem em 22 de março.
A mobilização começou em fevereiro, quando a Vivo anunciou que iria
bloquear ou reduzir a conexão de novos clientes que ultrapassem o plano
contratado — com limites mensais de consumo entre 10 Gbytes e 130
Gbytes.
Assistir a um filme ou série no Netflix gasta cerca de 1 Gbyte de dados
por hora, com definição de vídeo padrão, ou até 3 Gbytes por hora em
alta definição.
Os novos contratantes da Vivo têm condições "promocionais" até 31 de
dezembro deste ano, quando passa a valer o bloqueio. Contratos assinados
antes das mudanças não serão afetados. Qualquer alteração ou melhoria
no pacote resulta em um novo contrato, portanto, elegível ao novo modelo
de cobrança.
Sites especializados informaram que a Oi começaria a reduzir a
velocidade da conexão após o fim do pacote. A empresa nega e diz que
"não pratica redução de velocidade ou interrupção da navegação após o
fim da franquia".
Já a Net afirma que sempre trabalhou com limite de consumo de dados,
reduzindo a velocidade para a menor faixa disponível (1 Mbps) até o fim
do mês, caso o plano seja ultrapassado.
"A existência do limite da franquia de dados não é a questão, a Anatel
já tem uma regulamentação para isso", diz Rafael Zanatta, pesquisador de
telecomunicações do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor).
"O que nos assustou, e levamos isso para o Ministério da Justiça, é que
as reduções são gritantes e feitas de forma sequenciada pelos principais
players do mercado."
O Idec pretende entrar com uma ação na Justiça nesta semana contra a
limitação, alegando que ela fere o Código de Defesa do Consumidor — ao
elevar o custo sem justificativa técnica — e o Marco Civil (segundo o
qual a conexão só pode ser cortada se a conta não for paga).
As operadoras não comentaram as acusações.
A Anatel disse que não regulamenta o tema. "A prática do bloqueio de
internet após o consumo da franquia não é determinada pela agência
tampouco advém de sua regulamentação."
Mas a agência estabeleceu que cabe às operadores comunicar sobre a
proximidade do término da franquia e disponibilizar algum recurso que
possibilite acompanhar o uso do serviço contratado.
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