NEW YORK TIMES: Impeachment é liderado por políticos acusados de corrupção e há hipocrisia.
Texto ressalta que Dilma não é acusada de roubar dinheiro público
Texto ressalta que Dilma não é acusada de roubar dinheiro público
A divided country weighs the future of Dilma Rousseff. |
Um dos mais importante jornais dos Estados Unidos, o The New York Times,
publica reportagem em que destaca que o processo de impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff está sendo liderado por políticos que
enfrentam uma série de acusações como corrupção, fraude eleitoral e até
abusos de direitos humanos. "O que destampa o debate nacional sobre a
hipocrisia entre os líderes brasileiros", diz o texto que ressalta que a
presidente não é acusada de roubar dinheiro público. "Uma raridade",
diz o jornal.
Com o título "Dilma Rousseff alvo no Brasil de legisladores que
enfrentam seus próprios escândalos", a reportagem nota que, no processo
de impeachment, a presidente brasileira "não enfrenta acusação de
corrupção". "Em vez disso, ela é acusada de usar dinheiro dos
gigantescos bancos públicos para cobrir lacunas no Orçamento,
danificando a credibilidade econômica do Brasil".
"A senhora Rousseff, então, é uma raridade entre as grandes figuras
políticas: Ela não é acusada de roubar dinheiro para ela mesma", diz a
reportagem do Times.
Em contraponto, a reportagem cita vários parlamentares favoráveis à
saída de Dilma que enfrentam problemas nesse tema. O deputado Eduardo
Cunha, por exemplo, é classificado como "o poderoso presidente da Câmara
que está liderando o esforço pelo impeachment está em julgamento no
Supremo Tribunal Federal sob a acusação de que embolsou US$ 40 milhões
em propinas". A reportagem também lembra de acusações de corrupção que
envolvem outros personagens centrais no processo, como o vice-presidente
Michel Temer e Renan Calheiros.
A reportagem também cita casos de parlamentares que não estão envolvidos
diretamente no processo, mas que apoiam a saída de Dilma Rousseff. O NY
Times dá como exemplo o deputado Éder Mauro (PSD-PA), que é investigado
por tortura e extorsão, e o deputado Beto Mansur (PRB-SP), que é
acusado de manter 46 empregados em fazendas de soja em condições
deploráveis e comparadas a uma escravidão moderna.
O texto da reportagem, inclusive, começa com o ex-prefeito paulistano.
"Paulo Maluf, um congressista brasileiro, está tão mal pelos próprios
escândalos de corrupção que os seus próprios eleitores o descrevem com o
slogan 'Rouba, mas faz'. Mas, como uma série de outros membros do
Congresso do Brasil atingidos por outros escândalos, o senhor Maluf diz
que está tão farto de tanta corrupção no País que apoia a saída da
presidente Dilma Rousseff".
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