segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


O PT na "Caixa de Pandora"
Revista VEJA revela mais um capítulo do episódio conhecido como Caixa de Pandora, escândalo que atingiu o coração da capital federal há dois anos e resultou na prisão do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, na renúncia do vice-governador, Paulo Octávio, e na cassação de vários parlamentares. Um esquema de desvio de mais de 1 bilhão de reais dos cofres públicos.
Em entrevista a VEJA, Durval Barbosa diz que o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o ex-advogado-geral da União e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antônio Dias Toffoli tiveram acesso antecipado a áudios e vídeos que comprometiam adversários políticos.


Durval  Barbosa
O delegado aposentado Durval Barbosa delatou, em 2010, o esquema de corrupção que ficou conhecido como "mensalão do DEM". As imagens e informações que ele apresentou provocaram a prisão do então governador de Brasília José Roberto Arruda, a renúncia do vice-governador Paulo Octávio e a cassação de vários parlamentares. Em reportagem de VEJA, Durval revela um lado até agora desconhecido do escândalo: o envolvimento de petistas importantes na preparação das denúncias - obedecendo à agenda eleitoral do partido.
Em entrevista à revista, Barbosa diz que o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, teve acesso antecipado a áudios e vídeos que comprometiam seus adversários políticos na disputa pelo governo de Brasília. Segundo o delegado, o governador recebeu uma amostra do material e afirmou que envolveria a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal nas investigações.
Procurado por VEJA, Agnelo disse que se limitou a assistir aos vídeos. Durval Babosa, no entanto, conta uma versão diferente. Segundo ele, foram entregues a Agnelo dois CDs com áudio de funcionários do então vice-governador Paulo Octávio negociando benefícios a empresários em troca de propina.
Na reportagem, Durval Barbosa sugere ainda que José Antônio Dias Toffoli, ex-advogado de campanhas petistas, ex-advogado geral da União e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, também teve acesso antecipado ao material que incriminava o DEM - e que logo em seguida a Procuradoria da República entrou no caso.
Toffoli negou à revista que houvesse recebido gravações enviadas pelo ex-delegado.
Em depoimento à polícia, Durval discorreu sobre as tentativas de assessores do governo do Distrito Federal de comprar seu silêncio. Segundo Durval Barbosa, o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre Moraes, ofereceu 150.000 reais ao jornalista Edson Sombra para que nenhum detalhe do envolvimento de petistas fosse revelado. Sombra é amigo do peito de Durval e diz que a conversa foi gravada. Moraes nega ter oferecido dinheiro.


A reportagem de Veja:
Novas e exclusivas revelações
O PT na Caixa de Pandora

Desde que se transformou na principal testemunha do escândalo de corrupção mais documentado da história, o delegado aposentado Durval Barbosa enfrenta os dissabores inerentes à figura de um delator: é odiado por uns, ameaçado de morte por outros e tratado com indiferença pela maioria Indiferença que, em alguns casos, embute o receio de que o delegado avance no compromisso assinado com a Justiça de contar a verdade sobre tudo o que viu, ouviu e de que também participou em mais de uma década como operador de um esquema que desviou mais de 1 bilhão de reais dos cofres públicos. Durval já prestou mais de 200 depoimentos. Suas informações e as avassaladoras imagens que gravou em vídeo durante esse período provocaram a prisão, em 2010, do então governador de Brasília José Roberto Arruda, a renúncia do vice-governador e a cassação de vários parlamentares. Um tsunami que tragou corruptos notórios, levou ao chão um dos principais partidos de oposição ao governo federal e, agora, ameaça produzir estragos também no PT.
Na semana passada, Durval Barbosa, ao longo de mais de quatro horas de entrevista a VEJA, revelou um lado ainda desconhecido da operação: o envolvimento do PT e de petistas importantes na preparação do bote que viria a influenciar decisivamente o resultado das eleições em 2010 em favor do partido. O delegado detalhou a participação do atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, como protagonista do caso que ficou conhecido como "mensalão do DEM" (partido ao qual Arruda e o vice Paulo Octávio eram filiados). Além disso, confirmou a participação na trama de petistas de proa, como José Antônio Dias Toffoli, ex-advogado-geral da União e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Informações preciosas que, segundo Durval, levaram assessores de Agnelo a tentar suborná-lo para manter tudo em segredo – estratégia que, além de afrontar as práticas republicanas, se mostrou desastrada, porque a incursão foi gravada em vídeo por um aliado do homem que abriu a caixa de Pandora da política brasiliense.
As novas revelações indicaram que figuras do PT agiram em sintonia com o delegado. Durval contou que, em junho de 2009, recebeu a visita de Agnelo Queiroz, então pré-candidato do PT ao governo do DF. Na ocasião, mostrou ao petista o famoso vídeo no qual Arruda embolsa 50 000 reais coletados de empresários que tinham contratos com o governo local. Um daqueles flagrantes de propina em seu estado mais puro, cristalino, devastador. O pré-candidato não escondeu a extrema excitação ao ver as imagens. Vislumbrou a oportunidade que se apresentava.
– Você garante tirar o Arruda do páreo?
– Garanto!
– Então, eu vou ganhar a eleição.
O petista saiu da reunião com uma amostra do material e o compromisso de envolver a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal nas investigações. Em troca, prometeu ao delegado uma secretaria de estado no futuro governo. A conversa prosseguiu: "Esse aqui (Arruda) já está fora, mas você têm de se preocupar com o outro (o ex-governador Joaquim Roriz, na época pré-candidato ao governo do DF)", disse Durval. Agnelo teria então revelado que o plano para eliminar os adversários era ainda mais abrangente: "Esse (Roriz) está aniquilado". Cinco meses depois desse diálogo, com a ação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, o esquema de corrupção ruiu.
Paralelamente, já havia uma campanha pública pela aprovação do projeto de lei da Ficha Limpa, destinado a impedir a candidatura de políticos sobre os quais pesavam acusações de corrupção, improbidade administrativa e crimes descritos no Código Penal. Agnelo, de acordo com o delegado, já sabia que o PT defenderia uma emenda ao projeto que proibiria a candidatura de políticos que renunciassem ao mandato a fim de escapar da cassação. Essa emenda foi aprovada em plenário e sancionada pelo presidente da República. O objetivo era impedir a candidatura de Roriz ao governo do Distrito Federal – meta que foi alcançada. "A inelegibilidade pela renúncia foi incluída na Lei da Ficha Limpa de forma casuística com foco na eleição do Distrito Federal", alertou na ocasião o ministro do STF Gilmar Mendes, ao julgar o caso. Roriz, corrupto notório, também renunciou à candidatura. Em 2010, Agnelo foi eleito.
Procurado por VEJA, o governador Agnelo, que já havia confirmado anteriormente a reunião com Durval Barbosa, voltou a repetir que se limitara a assistir aos vídeos. O delegado conta uma versão diferente. Para mostrar o arsenal que tinha em mãos, segundo ele, foram entregues a Agnelo dois CDs com áudios de funcionários do então vice-governador Paulo Octávio negociando benefícios a empresários em troca de propina. Durval ressaltou que as gravações serviriam de provas para que o Ministério Público Federal entrasse no caso. A chegada dos procuradores federais, no entanto, foi precedida pela participação especial de Dias Toffoli, o ex-advogado de campanhas petistas que assumiu a AGU e, depois, uma cadeira no STF durante o governo Lula. Durval confirmou que pedira a uma de suas assessoras, Christiane Araújo, que entregasse os áudios a Dias Toffoli, com quem ela tinha uma relação de muita, muita proximidade. Christiane, que cumpriu a missão, mais tarde chegou a trabalhar na equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff – gracas à relação próxima que mantinha com o ministro Gilberto Carvalho, com quem trocava mensagens regulares. Em duas delas, em poder da polícia, Christiane pede e recebe promessa de apoio para indicar um dos homens da quadrilha a um cargo de confiança. Toffoli nega que tenha recebido as fitas enviadas pelo ex-delegado.
Os vídeos e áudios de Durval foram, sem dúvida, o maior motor do projeto eleitoral de Agnelo. Durval, porém, diz que nunca cobrou a conta – a indicação para alguma secretaria de estado. Mas revela ter recebido outro tipo de oferta. Na semana passada, em depoimento à Polícia Federal, ele discorreu sobre as tentativas de assessores do governador de comprar seu silêncio. Segundo o ex-secretário, o diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre Moraes, ofereceu 150.000 reais ao jornalista Edson Sombra para que nenhum detalhe do envolvimento de petistas fosse divulgado. Sombra é amigo do peito de Durval e guardião de parte de seus arquivos de áudio e imagem. "O atual chefe da Polícia Civil de Brasília procurou um amigo meu e ofereceu 150.000 reais para que não houvesse nenhuma denúncia contra o governo dele. Está tudo gravado", disse Barbosa, repetindo o depoimento aos policiais federais. Sombra confirmou ter gravado as propostas financeiras de Onofre, de quem se considerava amigo. "Isso não existe. Nunca aconteceu", rebate o chefe de polícia.
Auxiliar direto dos ex-governadores Roriz e Arruda, com passagens em cargos de expressão no Distrito Federal, Durval Barbosa fez fortuna com a corrupção que agora denuncia. Diz-se vítima de esquemas que ajudou no passado. Esses grupos, de diferentes partidos, teriam até feito planos para matá-lo e forjado uma acusação de pedofilia contra ele, cujas vítimas teriam sido seus próprios filhos. O objetivo seria desqualificar seus depoimentos à polícia e, assim, desidratar o inquérito da Operação Caixa de Pandora em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Durval vê em tudo isso o dedo da polícia do governador do Distrito Federal. É tanta sujeira que o melhor a fazer é escancarar ainda mais essa caixa de Pandora.
“Eles ofereceram 150.000 reais em troca de silêncio”
O delegado aposentado Durval Barbosa, que forneceu as imagens e as informações que levaram os corruptos brasilienses à cadeia, hoje vive escondido e sob proteção policial. Na semana passada, ele concedeu uma entrevista exclusiva a VEJA, a primeira em que aborda detalhes do escândalo. Fez novas e surpreendentes revelações: além de confirmar que o tsunami que varreu o governo de José Roberto Arruda e feriu de morte o DEM foi produzido com a ajuda do PT, Durval conta que, recentemente, um assessor do governador Agnelo Queiroz tentou comprar o seu silêncio. Com medo de ser suspenso o acordo de delação premiada que fez com a Justiça, o delegado procurou a polícia e denunciou a tentativa de suborno – como é do seu estilo, devidamente registrada em vídeo.

O senhor mostrou ao governador Agnelo Queiroz a fita do então governador José Roberto Arruda recebendo o pacote de dinheiro antes mesmo de entregá-Ia à polícia?
Mostrei, no meu computador, em meu gabinete. Foi no primeiro semestre de 2009, um ano antes da campanha eleitoral.

Qual foi o motivo do encontro entre o senhor e Queiroz?
Eu não confiava nas autoridades que comandavam o Ministério Público do Distrito Federal. Decidi contar o que eu sabia, e queria que as denúncias fossem investigadas pela Procuradoria-Geral da República. Achei que ele podia ajudar.

E o que aconteceu?
Quando viu o material, o Agnelo pediu ajuda para tirar o Arruda da disputa eleitoral. Ele falou: "Você faz isso para mim? Você tira o Arruda do páreo?".

O senhor concordou?
Eu falei: "Esse aqui (Arruda) já está fora, mas você tem de se preocupar com o outro (o ex-governador Joaquim Roriz, também pré-candidato ao governo do DF)". Ele falou: "Não se preocupe que esse já está aniquilado". Ele, ao que parece, já sabia que a Lei da Ficha Limpa, um ano antes de ser aprovada, impediria a candidatura do Roriz. Ele ficou tão entusiasmado que me ofereceu, caso tudo desse certo, uma secretaria de estado.

O Agnelo ficou com cópia do material?
Ele pegou uma cópia de outra fita. Ele pegou a cópia de uma fita do vice-governador Paulo Octávio mostrando que assessores dele estavam cobrando propina para facilitar negócios no governo. Aí ele falou: "Nossa, essa fita é horrível". Eu falei: "Leva como exemplo para o procurador".

Um amigo do senhor contou que o ministro Dias Toffoli também teve acesso a esse material antes da polícia e do Ministério Público. É verdade?
Sim. O ministro Dias Toffoli recebeu uma amostra quando ele ainda era advogado-geral da União. Mas isso é outro enredo.

Como assim?
Você se lembra da Christiane (Araújo, ex-assessora de Durval)? Foi ela que levou. Entreguei a ela antes de fazer a delação porque ela tinha um relacionamento muito próximo com ele. Eu queria saber como encaminhar as denúncias.

Ele ajudou?
Depois disso, a Procuradoria da República entrou no caso. É fato que o vice-governador Paulo Octávio renunciou por causa disso.

O senhor prestou depoimento à Polícia Federal na semana passada revelando que assessores de Agnelo Queiroz ofereceram dinheiro em troca do seu silêncio.
Foi isso mesmo. O atual chefe da Polícia Civil de Brasília procurou um amigo meu e ofereceu 150 000 reais para que não houvesse nenhuma denúncia contra o governo dele. Está tudo gravado.

O senhor recebeu ameaças de morte depois da delação?
Recebi três ameaças concretas e algumas mais veladas, que são objeto de apuração. A polícia já desarticulou uma armadilha para me matar.

Por que o senhor resolveu dar esta entrevista?
Não era desejo meu dar entrevista, mas os atropelos e as pressões contra mim têm sido muito grandes. Acuaram minha família, envolveram meus filhos em histórias escabrosas, tentam me transformar em um criminoso. Tudo para me desmoralizar e, com isso, minimizar as denúncias que fiz.


PS:  A reportagem de Veja em nenhum momento inocenta o ex-governador Arruda, mas revela que o PT também se sujou no caso. Demonstra o caráter criminoso dos líderes do PT de Brasília.
O atual ministro do STF, José Dias Toffoly, deveria ser investigado pelo CNJ.
Esses malfeitores da política - Arruda e Agnelo - não têm o que fazer numa sociedade democrática e civilizada.



Arruda se prepara para concorrer em 2014

José  Roberto  Arruda
Com uma casa em Brasília e outra em São Paulo, o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, descansa com a família em Morro de São Paulo, uma praia paradisíaca no sul da Bahia.
Único governador da história a ser preso enquanto estava no cargo, Arruda se prepara para voltar à política. Ele quer se candidatar a deputado federal em 2014.
Só falta arranjar um partido que o receba.
Dois anos depois de deflagrada, a Operação Caixa de Pandora serviu para tirar Arruda do governo do Distrito Federal, mas não produziu efeitos jurídicos. Até agora, o Ministério Público do Distrito Federal não conseguiu sequer apresentar uma denúncia contra Arruda. O ex-governador, que já renasceu das cinzas depois do escândalo de violação do painel do Senado, quando foi cassado, acredita que poderá ressurgir mais uma vez. E quem conhece Arruda sabe que ele sonha com voos mais altos do que a Câmara dos Deputados.


A Caixa de Pandora

Há na mitologia grega um mito conhecido como “A Caixa de Pandora”. A estória gira em torno de Pandora, aquela que, de acordo com Thomas Bulfinch - O Livro de Ouro da Mitologia - foi a “primeira mulher”, e que, tendo sido mandada à terra, foi oferecida a um dos titãs, chamado Epimeteu.
Pandora foi a primeira mulher que existiu, criada por Hefesto (deus do fogo, dos metais e da metalurgia) e Atena (deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade) auxiliados por todos os deuses e sob as ordens de Zeus. Cada um lhe deu uma qualidade. Recebeu de um a graça, de outro a beleza, de outros a persuasão, a inteligência, a paciência, a meiguice, a habilidade na dança e nos trabalhos manuais. Hermes, porém, pôs no seu coração a traição e a mentira. Feita à semelhança das deusas imortais, destinou-a Clus à espécie humana, como punição por terem os homens recebido de Prometeu o fogo divino. Foi enviada a Epimeteu, a quem Prometeu recomendara que não recebesse nenhum presente dos deuses. Vendo-lhe a radiante beleza, Epimeteu esqueceu quanto lhe fora dito pelo irmão e a tomou como esposa. ( Wikipédia )
Epimeteu tinha em seu poder uma caixa que outrora lhe haviam dado os deuses, que continha todos os males. Avisou a mulher que não a abrisse. Pandora, tomada por imensa curiosidade de saber o que havia na caixa, abriu-a sem olhar. Com isso, os males escaparam e espalharam por toda parte uma multidão de pragas. E dali em diante, foram os homens afligidos por todos os males.
Pandora por mais depressa que providenciasse fechar a caixa, somente conservou um único bem, a esperança.
Quando queremos falar de algo que contenha diversos males, fazemos referência ao mito da “caixa de Pandora”.


Grêmio perdeu para o Juventude por 2 a 1 pelo Gauchão.
No jogo de três gols, cada equipe teve um jogador expulso e muitos cartões amarelos distribuídos.



D'Alessandro fez a alegria dos colorados ao confirmar que fica no Inter.
Meia argentino recusou proposta da China para permanecer no Beira-Rio.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012


Dilma é considerada "ótima" ou "boa" por 59% dos brasileiros - segundo Datafolha

Dilma Rousseff
Presidente
A presidente Dilma Rousseff atingiu no fim do primeiro ano de seu governo um índice de aprovação recorde, maior que o alcançado nesse estágio por todos os presidentes que a antecederam desde a volta das eleições diretas.
Pesquisa Datafolha mostra que 59% dos brasileiros consideram sua gestão ótima ou boa - um salto de 10 pontos percentuais em seis meses.
Outros 33% classificam a gestão como regular, e 6% como ruim ou péssima - cinco pontos a menos que na pesquisa de agosto. Não responderam 2% dos entrevistados.
A nota média do governo é 7,2. A imagem pessoal de Dilma também melhorou. Ela é considerada "decidida" por 72% dos brasileiros. Para 80%, ela é "muito inteligente", e para 70%, "sincera".
Os números atestam que a presidente não teve a imagem afetada pelos escândalos que marcaram o início de sua gestão. Ela demitiu sete ministros em 2011, seis deles sob suspeita de corrupção.
Entre os eleitores que apontam o PSDB como seu partido preferido, a petista alcança 40% de aprovação. Neste grupo, 69% a consideram "muito inteligente", e 57%, "decidida" e "sincera".
O Datafolha ouviu 2.575 pessoas nos dias 18 e 19 de janeiro de 2012.
A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou para menos.
Ao completar um ano no Planalto, Fernando Collor tinha 23% de aprovação. Itamar Franco contava 12%. Fernando Henrique Cardoso teve 41% no primeiro mandato e 16% no segundo. Luiz Inácio Lula da Silva alcançou 42% e 50%, respectivamente. PS:  A chave para entender a evolução dos números nos últimos meses está na economia. É o fator que mais explica as mudanças em relação à pesquisa anterior. O otimismo da população com a economia ajuda a sustentar a popularidade.
A fatia de entrevistados que acredita que sua situação econômica vai melhorar subiu de 54% em junho passado para 60% neste mês. O otimismo sobre a economia do país foi de 42% para 46% no período.
Em 2011, a inflação chegou a 6,5%, a maior em sete anos. A alta de preços atingiu o pico em setembro, mas agora segue tendência de queda.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012


Presidente imune à corrupção
fará a faxina ética

Domingos  Montagner
na minissérie 

‘O Brado Retumbante’
Calma, não se anime. O político 100% ético existe. Mas só na ficção. Chama-se Paulo Ventura. Será interpretado pelo ator Domingos Montagner, na minissérie ‘O Brado Retumbante’, de Euclydes Marinho.
Presidente da Câmara, Paulo assumirá o Planalto graças a uma fatalidade. O titular do governo e o vice morrerão num acidente. Ao assumir, se defrontará com a roubalheira.
Impermeável à corrupção, Paulo combaterá o bom combate. Será popular, muito popular, popularíssimo. E tentará governar escorado em seu grupo palaciano e nos altos índices das pesquisas.
Nas pegadas da independência política, virão as conspirações. José Wilker, na pele de Floriano, viverá um ministro aético. De dentro do governo, comandará as maquinações contra o presidente novato.
Floriano será pilhado apalpando dinheiro sujo. Suas picaretagens  serão
José  Wilker
é Floriano na minissérie 

‘O Brado Retumbante’
registradas em grampos e fotos. A despeito da ficha suja – ou por causa dela — será a principal alternativa presidencial da velha guarda da política.
Por trás de Floriano, a insuflá-lo, um senador mau-caráter personificado por Luiz Carlos Miele. Acossado por denúncias de rapinagem, associa-se às investidas contra o presidente.
O senador não tem nome. Chamam-no apenas de ‘Senador’. A sinopse da minissérie anota: o personagem é “tão emblemático que não é preciso nem chamá-lo pelo nome – todos sabem que ele é O Senador.”
Paulo, o político virtuoso da ficção, manterá um blog na internet. Convidará a juventude a se associar às suas causas. Eis a principal bandeira: o fim do foro privilegiado para congressistas e autoridades.


'O Brado Retumbante'
Com tema político a minissérie terá 8 capítulos
Há três anos, o dramaturgo Euclydes Marinho apresentou uma sinopse à Globo sobre um presidente fictício que, apesar de mulherengo e chefe de família disfuncional, tinha a grande virtude de ser estritamente ético. A trama contaria, claro, com toda sorte de figuras que o Brasil está acostumado a ver na política: um senador que não quer largar o osso do poder, um ministro corrupto e deputados que compram falsos dossiês e articulam conspirações. Demorou, mas a emissora aprovou o projeto e exibirá a minissérie O Brado Retumbante, com Domingos Montagner, novo (e raro) galã quarentão da TV, no papel do presidente fictício Paulo Ventura.
"No Brasil, não temos o hábito de fazer tramas políticas. Sentia falta de uma história assim, mas demorou pra emplacar, por ser um tema delicado. A Globo pensou muito antes de exibir. É uma empresa visada e estamos em um governo do PT, que, em tese, é contra a Globo", acredita o autor. "O projeto foi aprovado no fim de 2009, mas, como 2010 era ano eleitoral, não pudemos fazer. E, por problemas de grade de programação em 2011, a minissérie ficou só para 2012."
Para evitar comparações e poder dizer a frase "qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência", Euclydes e seus colaboradores - o colunista Nelson Motta, a roteirista Denise Bandeira e o autor Guilherme Fiuza (de Meu Nome Não É Johnny) - decidiram retratar, em oito capítulos, um Brasil inventado, em que o centro do poder é um palácio no Rio. Ventura, advogado sem pretensões políticas, é alçado a presidente da Câmara e acaba no posto mais alto dessa democracia após a morte do presidente e vice.
"Ele aceita ser presidente da Câmara porque é um sonhador, meio quixotesco, quer mudar a situação do país, mas não é um homem da política, não sabe fazer alianças e, como só tem 15 meses no poder, decide que seu lema será banir a corrupção", explica Montagner.
Por ser um cara comum, Ventura se aproxima do público, e a interpretação carregada que o ator estava acostumado no teatro (Montagner faz parte da Cia. La Mínima, de circo) ganhou um tom quase que documental.
"Suavizei esse apego pelo poder, para torná-lo mais carismático, mas não me inspirei em ninguém", garante. "Ele é só um cidadão de boa índole e emocionalmente frágil."
Maria  Fernanda  Cândido
é Antônia na minissérie 

‘O Brado Retumbante’
Extremamente boa-praça, é compreensível que o público nem dê muita bola aos desvios de Sua Excelência, que até toca clarinete para espantar a tristeza: ser mulherengo e fazer sofrer a bela primeira-dama, Antônia (Maria Fernanda Cândido).
"Com esse pequeno defeito, se fosse nos Estados Unidos, provavelmente ele estaria liquidado, mas aqui talvez seja algo mais leve", diz Fiuza, coautor.
Fiuza garante, entretanto, que não se trata aqui de um "presidente ideal".
"Ele é um anti-herói e, para humanizá-lo, fizemos com que ele cometesse deslizes éticos, como ter um hacker na equipe que, ilicitamente, vai investigar o ministro da Justiça. Vamos mostrar a ingenuidade e a frustração dele."


PS: ‘O Brado Retumbante’ estreará terça-feira - 17 de janeiro de 2012. Vai ao ar na Rede Globo, às 23h30. A parte que trata dos escândalos e dos conluios, sobreviverá ao enredo. O pedaço que exibe um mandatário intransigente vai durar oito dias. O tempo de uma minissérie. Fora da TV não há rigidez de caráter nem austeridade de princípios. Na política real, tudo é inocência e cumplicidade. Não necessariamente nessa ordem.