quinta-feira, 14 de abril de 2016


FBI pagou a hackers profissionais para acessar
iPhone de terrorista



Caso gerou polêmica sobre limites das investigações frente às liberdades
individuais nos Estados Unidos


Após intensa batalha judicial contra a Apple, o FBI acabou recorrendo a hackers profissionais para driblar o sistema de segurança do iPhone usado por um terrorista, informou o "Washington Post".
De acordo com o jornal americano, os hackers identificaram uma falha até então desconhecida do software do telefone (no caso, o iOS 9 do iPhone 5C).
Com essa informação em mãos, foi criada uma peça de hardware que ajudou o FBI (polícia federal americana) a burlar a senha de quatro dígitos do telefone sem disparar uma ferramenta que apagaria toda a informação armazenada no aparelho após sucessivas tentativas fracassadas, publicou o jornal, na quarta-feira (13.abr.2016), citando fontes não identificadas.
Os hackers receberam um pagamento único pelo serviço, continua o jornal.
Por semanas, por meio da Justiça e pressões junto à opinião pública, o governo americano tentou convencer a Apple a criar um software para que fosse possível driblar a senha de segurança do telefone sem apagar os dados.
O telefone em questão é um iPhone 5C usado pelo terrorista Syed Rizwan Farook, responsável, ao lado da mulher Tashfeen Malik, pela morte de 14 pessoas em um ataque em San Bernardino (Califórnia), em 02.dez.2015.
Dois atiradores invadiram um centro de assistência a pessoas com deficiência em San Bernardino, no Estado americano da Califórnia, deixando 14 mortos e 17 feridos — um homem e uma mulher morreram em troca de tiros desatada por um cerco ao carro dos suspeitos.
O chefe policial de San Bernardino, Jarrod Burguan, afirmou que as autoridades acreditam que os dois são os únicos envolvidos no ataque.
Segundo testemunhas, os atiradores entraram por volta das 11h locais (17h em Brasília) no Inland Regional Center armados com metralhadoras e usando coletes à prova de balas e rosto coberto.
"Eles vieram preparados como se estivessem em uma missão militar. Fizeram isso com um motivo", disse o chefe de polícia de San Bernardino, Jarrod Burguan.
As vítimas estavam em uma comemoração de Natal em um mesmo ambiente do prédio, que era ocupado por centenas de funcionários e pacientes.
O centro Inland Regional, voltado a pessoas com deficiências, foi aberto em 1971, na cidade de San Bernardino. Atende mais de 30 mil pessoas e tem uma rede de 670 funcionários, de acordo com seu perfil no Facebook.
A Apple se recusou a forçar o acesso ao telefone, afirmando que o novo software seria um grave risco à privacidade do usuário. Várias lideranças do mercado de tecnologia apoiaram a posição da empresa.
No final do mês passado, no entanto, o governo americano disse que não precisava mais da ajuda da Apple, pois tinha conseguido acessar o telefone por conta própria.
O "Washington Post" afirma que pelo menos uma das pessoas envolvidas em quebrar o esquema de segurança do telefone pertence a uma categoriza cinzenta de hackers: aqueles que identificam falhas e vendem essa informação, por exemplo, a governos ou empresas do ramo de monitoramento.
Enquanto o FBI tentava desviar dos sistemas de proteção do iPhone, a Apple já trabalhava para criar um novo aparelho resistente a esse tipo de drible.




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