Associações agrícolas europeias se opõem ao acordo comercial com o Mercosul — entidades divulgaram notas contrárias à parceria, alegando
risco aos produtores europeus
Setor de carne bovina seria um dos mais afetados na visão das entidade |
Associações agrícolas europeias estão se mobilizando contra o acordo
comercial entre Mercosul e União Europeia. Instituições, como a central
dos produtores agrícolas da União Europeia, Copa-Cogeca, divulgaram
notas esta semana repudiando a aproximação entre os blocos, sob a
alegação de que o acordo oferece risco aos produtores europeus. As
declarações dos representantes foram divulgadas após uma reunião,
realizada na segunda-feira (11.abr.2016) em Luxemburgo, com
representantes e ministros do setor agrícola europeu.
Em nota, o presidente da Copa-Cogeca, Thomas Magnusson, afirma que um
acordo de livre comércio com o Mercosul teria um impacto "catastrófico"
para o setor agrícola da União Europeia, especialmente para o de carne
bovina. Segundo ele, o setor agropecuário europeu pode perder até 7
bilhões de euros, sendo que o Mercosul já é o principal exportador de
commodities agrícolas para o continente, fornecendo 86% das importações
de carne bovina e 70% das de aves. "Portanto, não há necessidade de
quotas extras livres de tarifas para aumentar o comércio deles com a
União Europeia (...). Além disso, estas importações não atendem aos
altos padrões ambientais e de qualidade da UE."
A Associação de Produtores da Irlanda (IFA, na sigla em inglês) afirmou
que a Irlanda deve construir rapidamente uma oposição ao acordo
comercial, que inclui produtos sensíveis como a carne bovina. "As perdas
individuais para os produtores seriam muito maiores, especialmente para
os pecuaristas. Isso teria uma grande consequência para economias
rurais, resultando em perdas de emprego."
Na sexta-feira (08.abr.2016), a secretária de Relações Internacionais do
Agronegócio do Brasil, Tatiana Palermo, afirmou, durante divulgação da
balança do agronegócio de março, que a Comissão Europeia anunciou que a
troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia deverá ocorrer até a
segunda semana de maio. Ela disse que há um consenso no governo, na
indústria e em todo o setor privado em relações às negociações com o
bloco europeu.
O bloco busca um acordo comercial com a União Europeia, que vem sendo
discutido desde 2000, mas cujas negociações chegaram a ser suspensas por
seis anos.
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