terça-feira, 5 de abril de 2016


Panamá Papers faz primeira vítima e joga Islândia em sua pior crise política em décadas — primeiro-ministro da Islândia renuncia diante de revelações



O ex-primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur David Gunnlaugsson,
a primeira vítima dos 'Panamá Papers'


Genebra — O primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson, renuncia diante da descoberta que manteve uma empresa offshore no Panamá e se torna a primeira vítima do vazamento de milhares de páginas da consultoria Mossack Fonseca. Segundo a imprensa estatal da Islândia, o ministro de Pesca, Sigurour Ingi Johannsson, assumiria o governo, num esforço de evitar uma nova eleição. Já o ex-primeiro ministro assumiria o comando de seu partido.
Para que isso seja realizado, porém, o acordo precisa passar pelos partidos da base aliada.
Depois de desafiar os críticos e garantir que não renunciaria na segunda-feira (04.abr.2016), o chefe de governo tentou contornar a crise ao buscar o apoio de sua base aliada. Numa mensagem nas redes sociais, indicou que “dissolveria o Parlamento e convocaria eleições” se não contasse com o apoio.
Horas depois, sem o apoio, pediu uma reunião com o presidente do país e sugeriu a dissolução do Parlamento.
O presidente Olafur Ragnar Grimsson, porém, decidiu adiar qualquer decisão até que possa consultar todos os partidos políticos do país. Sua meta é a de evitar novas eleições e quer tentar convencer os diferentes grupos políticos a chegar a um consenso sobre como superar a crise. "Não acho que é normal que um primeiro-ministro, sozinho, tenha a autoridade de dissolver o Parlamento sem que a maioria dos parlamentares estejam satisfeitos com a decisão", justificou.  Sem saída, o primeiro-ministro optou por renunciar.
Hoje, pelo segundo dia consecutivo, manifestantes ocupariam a principal praça do país e prometeram levar tambores e bananas, numa referência ao político que teria transformado o país escandinavo em uma "república bananeira". Uma petição assinada por mais de 10% da pequena população local também pedia sua renúncia.
Diversos nomes da oposição também se somavam aos manifestantes, pedindo a saída do primeiro-ministro. Segundo as revelações, ele vendeu a metade de sua empresa para sua esposa por US$ 1,00, um dia antes de entrar em vigor novas leis exigindo maior transparência. A ex-primeira-ministra, Johanna Sigurdardottir, foi outra que exigiu sua queda. "Ele precisa renunciar imediatamente".
Durante o dia, o primeiro-ministro manteve ainda reuniões com seu ministro de Finanças e líder de um dos partidos da coalizão, Bjarni Benediktsson. Ele também foi citado nos documentos do Panamá.
Na segunda-feira (04.abr.2016), a oposição havia apresentado uma moção de censura contra o Executivo, o que teria de ser votado até a sexta-feira (08.abr.2016). Segundo a imprensa estatal da Islândia, o ministro de Pesca, Sigurour Ingi Johannsson, assumiria o governo, num esforço de evitar uma nova eleição. Já o ex-primeiro ministro assumiria o comando de seu partido. Para que isso seja realizado, porém, o acordo precisa passar pelos partidos da base aliada.






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