sábado, 19 de dezembro de 2015




Um exemplo da Igreja desejada pelo Papa Francisco



Papa Francisco


A canonização de Madre Teresa de Calcutá vem num momento em que o Papa Francisco volta a Igreja Católica para as classes desfavorecidas. Ela é apontada como exemplo num momento importante para o mundo. Representa uma Igreja que está comprometida com os mais pobres e com os que mais sofrem. Ela é europeia e foi exercer o trabalho com povos sofridos na Índia, cuja população não é majoritariamente cristã, num gesto totalmente de amor sem pretensões políticas e ideológicas.
Num momento em que a crise de refugiados alcança proporções gigantescas, ela representa o modelo do comportamento cristão diante de Cristo. Não apenas acolheu as pessoas que estavam sofrendo, como saiu de sua terra para ajudar na terra deles.
Madre Teresa é um dos exemplos mais evidentes do modelo de Igreja que o Papa Francisco considera necessário para os nossos tempos. Ela tornou-se o exemplo da pessoa que foi até as “periferias da existência” defendidas por Francisco. Incluem a periferia material e também aqueles excluídos do ponto de vista afetivo, como drogados, abandonados, que estão em crise depressiva.

Canonização
A aprovação da canonização é particularmente importante porque o processo costuma ser demorado. Existe um conjunto de fatores importantes para determinar a velocidade do processo. O primeiro é o reconhecimento popular da pessoa. João Paulo II foi canonizado em menos de dez anos, um dos mais rápidos da História. Em seu funeral, as pessoas já gritavam que ele era santo. Isso agiliza porque há mais gente trabalhando para conseguir evidências de que ele é santo e pedindo sua interseção. Tanto o processo dele como o de Madre Teresa foram rápidos. São dois santos emblemáticos, o mundo inteiro os conhecia. Madre Teresa está sendo canonizada menos de 20 anos depois de sua morte.

Mudança de postura
A Igreja sempre foi muito rigorosa no reconhecimento da santidade, para não estimular o devocionismo. Porém, percebeu que mais importante do que combater o devocionismo era mostrar personalidades exemplares. O santo tem um valor para a Igreja de mostrar que os ideais evangélicos são viáveis no mundo. Que uma pessoa pode seguir aqueles ideais tendo uma vida normal.
Existe um esforço maior em agilizar certos processos de canonização. Uma característica importante da santidade, da devoção ao santo, é que é um fenômeno comunitário. Só no Brasil, hoje, deve haver umas cinco pessoas no processo de canonização.
O Vaticano mantém sigilo inicial sobre a pessoa agraciada com a interseção. Existe uma tendência na Igreja de não divulgar o nome para não transformar a pessoa numa celebridade, o que fugiria um pouco do espírito do processo. A ideia é que o processo seja sempre discreto.






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