domingo, 27 de dezembro de 2015




Grandes centros assombram PT para as eleições municipais de 2016 — para cúpula, desgaste eleitoral devido aos casos de corrupção será maior nessas cidades



A cúpula do PT tem uma preocupação especial para a disputa eleitoral do ano que vem: as cidades grandes. A avaliação interna é que o impacto da crise que atinge o partido, causada pelo envolvimento de integrantes da sigla em escândalos de corrupção e pelo desgaste do governo Dilma Rousseff, influenciam mais os eleitores desses municípios do que os das pequenas cidades, onde prevalecem as questões locais. Para tentar atenuar esse cenário desfavorável, o partido pretende pôr as campanhas nas ruas o mais rapidamente possível.
O PT comanda 15 das 83 prefeituras do país onde as eleições são disputadas em dois turnos (cidades com mais de 200 mil eleitores). Vivem nesses municípios 15,1 milhões de eleitores.
A preocupação principal é com seis dos 15 municípios onde o prefeito já está no segundo mandato e não pode tentar nova reeleição. Decidir rapidamente um candidato é considerado fundamental para aumentar as chances de manter o comando dessas cidades.
Uma eventual perda de prefeituras em municípios grandes enfraqueceria o partido para a disputa presidencial de 2018, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode tentar voltar ao Palácio do Planalto.
Os planos petistas de antecipar o planejamento para as eleições municipais, porém, sofreram um revés com a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de abrir o processo de impeachment contra Dilma.
— Estamos concentrando a nossa energia nessa luta contra o golpe — admite o secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza, um dos encarregados de monitorar as articulações das candidaturas pelo país.
A expectativa é que a batalha do impeachment se arraste, pelo menos, até março, mês que o Diretório Nacional do PT reservara para realizar a conferência que definirá a tática eleitoral e a política de alianças.
— Teremos que nos concentrar nas eleições também. Vai ter eleição independentemente de qualquer coisa — frisa Florisvaldo, ao ser questionado sobre o prolongamento do processo.
Há dúvida ainda sobre como o eventual impeachment de Dilma pode influir no pleito:
— A questão do impeachment é um tema nacional e não vai intervir nas eleições municipais porque, nessas disputas, você faz o debate local — minimiza Cida de Jesus, presidente do PT de Minas Gerais, onde a sigla comanda só uma cidade com mais de 200 mil eleitores: Uberlândia.
O PT terá outro problema para administrar em março: o risco de saída de prefeitos. Com a aprovação da reforma política, o prazo para mudança de partido para quem quer disputar as eleições municipais passou a ser o começo de abril.
A maioria das cidades grandes administradas pelo partido está no estado de São Paulo, onde o desgaste da sigla é considerado maior. São oito prefeituras paulistas com mais de 200 mil eleitores, incluindo a capital do estado, administrada por Fernando Haddad. Em cinco, o prefeito poderá tentar a reeleição.


Grandes municípios administrados por petistas — cidades com mais de 200 mil eleitores em 2012





Nenhum comentário:

Postar um comentário