sábado, 19 de dezembro de 2015




A volta da 'nova' matriz econômica



Raquel Landim
Com Nelson Barbosa confirmado como ministro da Fazenda, sua nomeação significa a volta da "nova" matriz econômica depois de um ano de promessas de mudança de rumo.
Barbosa foi secretário executivo de Mantega e é muito próximo da presidente Dilma. Ele foi um dos mentores — se não o principal — da "nova" matriz: juro baixo, câmbio desvalorizado, e aumento do gasto público.
A "nova" matriz era considerada uma opção desenvolvimentista ao tripé fiscal: câmbio flutuante, superavit primário e meta de inflação. Essas ferramentas mantiveram o Brasil no rumo do desenvolvimento em boa parte dos governos FHC e Lula.
A "nova" matriz econômica parte da ideia equivocada de que o Estado deve ser o indutor do crescimento, através de gastos sociais e de mais investimento público.
Barbosa já sinalizou que continua pensando da mesma forma ao dizer que o Brasil precisa manter o mesmo nível de investimento em 2016 para combater a recessão.
Elevar os investimentos é a saída para sair dessa crise, mas quem tem que investir é o setor privado, que tem os recursos e a capacidade gerencial. E, sem confiança no país, os empresários não investem.
O Tesouro está quebrado e capacidade de gestão do governo é notoriamente ruim. O maior exemplo é a corrupção que assola a Petrobras e outras estatais.
Barbosa tem a seu favor o fato de não ser tão favorável à farra fiscal quanto Guido Mantega, um de seus antecessores. Mas sua indicação é um péssimo sinal para o país.
Dilma continua no controle da política econômica e insiste no erro.
A presidente não aprendeu com os resultados desastrosos de seu primeiro mandato, que nos levaram a recessão de 4% este ano. Também parece ignorar a experiência da Argentina e da Venezuela.
Os chavistas e os Kirchner radicalizaram o modelo desenvolvimentista e colheram inflação descontrolada, recessão, e total falta de credibilidade.
A Venezuela, por enquanto, é um caso perdido, a Argentina começa a sair dessa situação com a troca de poder. O Brasil ainda pode evitar a catástrofe, mas por pouco tempo.






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