terça-feira, 29 de dezembro de 2015




Suporte tecnológico beneficia a inclusão — acesso à tecnologia móvel e surgimento de aplicativos voltados para atendimentos especializados têm crescido e se mostrado um caminho para reduzir dificuldades na vida de crianças e jovens deficientes



Aplicativos ajudam a organizar as atividades escolares


A inclusão de estudantes com deficiência na educação ainda é um desafio para o País, seja nas escolas públicas ou privadas. Mas o acesso à tecnologia móvel e o surgimento de aplicativos — pagos ou gratuitos — voltados para atendimentos especializados têm crescido e se mostrado um caminho para reduzir dificuldades na vida dessas crianças e jovens.
Nos tablets e smartphones mais modernos é possível baixar aplicativos ou acessar sites que podem acompanhar a rotina dos mais novos. Há também sistema para letramento de pessoas com autismo e até tradutor simultâneo para língua de sinais.

Autismo. Para estudantes com autismo e dificuldade para se comunicar, aplicativos como Que Fala!, Talkboard e Scala, disponíveis para tablets Android, podem ser uma opção. Esses softwares, conhecidos como comunicação alternativa, usam de um sistema de prancha digital, que permite a introdução de símbolos. A ideia é que a criança possa apontar para as figuras que representem pensamentos, ações, desejos, entre outros elementos.

Leitura. Já no caso de estudantes com deficiência visual, há não só aplicativos como também acessibilidade nos smartphones. Em aparelhos Android, por exemplo, o sistema Talkback permite o uso do celular por meio de respostas faladas e por vibração do dispositivo. Outra opção é a leitura de livros digitais com áudio, como o DDReader.

Para a fonoaudióloga Adriana Peres, da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), tecnologias de comunicação alternativa podem ser positivas, desde que com apoio de uma equipe pedagógica. "A tecnologia tem de ser funcional", diz. Já a terapeuta ocupacional Ana Carolina Rodrigues da Silva comenta a importância de possíveis adaptações nos equipamentos. "É preciso considerar o aspecto visual, o cognitivo e o motor. Como essa criança vai acessar o dispositivo? Como vai utilizá-lo? A partir disso pensamos nas adaptações".
Ela explica que há casos, por exemplo, em que um paciente que não consiga usar as mãos no tablet, mas consegue acessá-lo por meio de um capacete com ponteira. Há ainda outras adaptações possíveis, como fixar o tablet na cadeira de rodas e até o uso de acionadores que podem ficar no joelho, cotovelo ou até no queixo da criança e que, com um só botão, acionam tarefas nos dispositivos digitais.






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