Suporte tecnológico beneficia a
inclusão — acesso à tecnologia móvel e surgimento de aplicativos
voltados para atendimentos especializados têm crescido e se mostrado um
caminho para reduzir dificuldades na vida de crianças e jovens
deficientes
Aplicativos ajudam a organizar as atividades escolares |
A inclusão de estudantes com deficiência na educação ainda é um desafio
para o País, seja nas escolas públicas ou privadas. Mas o acesso à
tecnologia móvel e o surgimento de aplicativos — pagos ou gratuitos —
voltados para atendimentos especializados têm crescido e se mostrado um
caminho para reduzir dificuldades na vida dessas crianças e jovens.
Nos tablets e smartphones mais modernos é possível baixar aplicativos ou
acessar sites que podem acompanhar a rotina dos mais novos. Há também
sistema para letramento de pessoas com autismo e até tradutor simultâneo
para língua de sinais.
Autismo. Para estudantes com autismo e dificuldade para se comunicar,
aplicativos como Que Fala!, Talkboard e Scala, disponíveis para tablets
Android, podem ser uma opção. Esses softwares, conhecidos como
comunicação alternativa, usam de um sistema de prancha digital, que
permite a introdução de símbolos. A ideia é que a criança possa apontar
para as figuras que representem pensamentos, ações, desejos, entre
outros elementos.
Leitura. Já no caso de estudantes com deficiência visual, há não só
aplicativos como também acessibilidade nos smartphones. Em aparelhos
Android, por exemplo, o sistema Talkback permite o uso do celular por
meio de respostas faladas e por vibração do dispositivo. Outra opção é a
leitura de livros digitais com áudio, como o DDReader.
Para a fonoaudióloga Adriana Peres, da Associação de Assistência à
Criança Deficiente (AACD), tecnologias de comunicação alternativa podem
ser positivas, desde que com apoio de uma equipe pedagógica. "A
tecnologia tem de ser funcional", diz. Já a terapeuta ocupacional Ana
Carolina Rodrigues da Silva comenta a importância de possíveis
adaptações nos equipamentos. "É preciso considerar o aspecto visual, o
cognitivo e o motor. Como essa criança vai acessar o dispositivo? Como
vai utilizá-lo? A partir disso pensamos nas adaptações".
Ela explica que há casos, por exemplo, em que um paciente que não
consiga usar as mãos no tablet, mas consegue acessá-lo por meio de um
capacete com ponteira. Há ainda outras adaptações possíveis, como fixar o
tablet na cadeira de rodas e até o uso de acionadores que podem ficar
no joelho, cotovelo ou até no queixo da criança e que, com um só botão,
acionam tarefas nos dispositivos digitais.
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