A reunião de Dilma Rousseff — planos econômicos para 2016
Dilma Rousseff reúne-se, na semana que vem, com seus principais
colaboradores para traçar os rumos da economia para 2016. Terá um tema
espinhoso sobre a mesa: o centro da meta de inflação deve permanecer em
4,5% ao ano ou ser elevado?
É consenso no Palácio do Planalto que a taxa de juros (Selic) deve, no
máximo, ficar no atual patamar, de 14,25% ao ano. Esse recado será dado
ao Banco Central de forma clara. Mas não há garantia de que o BC atenda a
esse apelo.
Ocorre que o Banco Central está inclinado a subir o juro em 19 e 20 de
janeiro, quando o Comitê de Política Monetária se reúne pela primeira
vez em 2016. A inflação na casa de 10,70% em 2015, bem acima da meta,
disparou o gatilho para o BC pensar numa Selic mais alta.
É exatamente para tentar evitar a alta de juros que assessores próximos a
Dilma Rousseff acreditam que seria o momento de um choque de realidade:
aumenta-se de uma vez o centro da meta de inflação — fala-se no
Planalto em 5,5% ao.
Como a margem de tolerância é de 2 pontos, para mais ou para menos, a taxa poderia variar até 7,5%.
Com essa alteração na meta de inflação, acreditam assessores palacianos, o BC ficaria mais à vontade para não elevar os juros.
Mas há dois grandes problemas:
1) a meta de 2016 já está fixada e haveria dificuldade política para alterar a resolução do Conselho Monetário Nacional, pois seria necessário modificar também o decreto presidencial de 1999 que estabeleceu o atual sistema;2) o mercado poderia apostar contra o real, achando que o governo está flexibilizando o controle da inflação.
O fato é que esse assunto está em fermentação no Planalto. A decisão
será tomada ao longo das próximas semanas. Ninguém pretende falar sobre o
assunto em público antes de haver um mínimo consenso interno no
governo.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini |
A AUSÊNCIA
O mais impressionante é que na reunião, da semana que vem, com Dilma Rousseff, uma das figuras mais importes estará ausente.
Apesar de integrar a equipe econômica, o presidente do Banco Central,
Alexandre Tombini, estará em férias durante a reunião da próxima semana,
quando serão traçados os planos econômicos para 2016.
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