sexta-feira, 4 de dezembro de 2015


Michel Temer não cogita assumir a defesa do mandato de Dilma — planeja continuar com sua posição discreta e reservada e cumprir, com rigor institucional, seus deveres de vice-presidente



O vice-presidente Michel Temer


O vice-presidente Michel Temer teve uma reunião de meia hora com a presidente Dilma na manhã de quinta-feira (03.dez.2015) e a aconselhou a agir institucionalmente diante da decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de acolher pedido de impeachment contra ela. Temer aceitou a sugestão do ministro Jaques Wagner de ir ao encontro da Dilma, pelo fato de ter recusado a participar de uma grande reunião, marcada para às 15 horas de quinta-feira (03.dez.2015), na qual, com representantes da base e ministros de Estado, a presidente voltaria a discutir a decisão de Eduardo Cunha.
Temer deixou o Jaburu cedo com destino à Base Aérea para embarcar para São Paulo. No meio do caminho, recebeu um telefonema de Wagner, convidando-o para uma reunião à tarde com Dilma. O vice recusou, argumentando compromissos em São Paulo. Foi aí que o ministro, então, sugeriu-lhe que atrasasse sua viagem por meia hora para ter uma conversa com Dilma.
Depois da reunião com a presidente, Temer, através de amigos, negou que tivesse se colocado a assessorá-la juridicamente, na sua defesa contra o impeachment:
"A presidente tem a Advocacia Geral da União, o corpo de assessores e o próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que formam uma equipe mais do que competente para lhe dar todo assessoramento jurídico. Essa não é uma função do vice-presidente da República."
Disse que continua na sua posição discreta e reservada, mas atento aos acontecimentos e fiel à defesa da Constituição. Na intimidade, Temer considerou um erro Dilma ter dado coletiva para responder a Cunha.
O vice-presidente Michel Temer soube que Eduardo Cunha deflagraria o processo de impeachment minutos antes da entrevista concedida pelo presidente da Câmara. Em privado, disse que não cogita assumir a defesa do mandato de Dilma. Alega que o PMDB está dividido sobre a matéria. Como presidente da legenda, não considera apropriado tomar partido. Planeja cumprir, com rigor institucional, seus deveres de vice-presidente da República.
Em resumo, tudo continua como dantes na relação entre Dilma e Temer: esfriamento total.



PS: Temer quer distância de Dilma no TSE — Michel Temer resolveu contratar advogado próprio para sua defesa na ação que corre no Tribunal Superior Eleitoral contra a chapa presidencial encabeçada por Dilma Rousseff. O advogado de Temer chama-se Gustavo Guedes. Ele defenderá a tese de que o vice não tem responsabilidade pelos crimes cometidos pelo então tesoureiro de Dilma, Edinho Silva.

No Congresso, curiosamente, não se fazem cálculos sobre as chances de Dilma, mas sobre as chances de o vice Michel Temer assumir a presidência. Em conversa reservada, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do governista PP, disse: “Impeachment não é para tirar presidente, é para botar presidente ...”

O PMDB está cada vez mais imbuído de uma “missão salvadora” do País, com Michel Temer e sem Dilma Rousseff e Eduardo Cunha.
Políticos da cúpula do PMDB estão certos de que um governo de coalizão nacional, com Michel Temer à frente, tiraria o País do atoleiro.
O PMDB irá “assumir suas responsabilidades”, diz um ex-ministro de Dilma próximo a Michel Temer, defensor declarado do impeachment.
A manutenção do mandato de Dilma depende novamente do PMDB. E percebe-se no partido uma vontade louca de traí-la.




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