Michel Temer não cogita assumir a
defesa do mandato de Dilma — planeja continuar com sua
posição discreta e reservada e cumprir, com rigor
institucional, seus deveres de vice-presidente
O vice-presidente Michel Temer |
O vice-presidente Michel Temer teve uma reunião de meia hora com a
presidente Dilma na manhã de quinta-feira (03.dez.2015) e a
aconselhou a agir institucionalmente diante da decisão do presidente
da Câmara, Eduardo Cunha, de acolher pedido de impeachment contra
ela. Temer aceitou a sugestão do ministro Jaques Wagner de ir ao
encontro da Dilma, pelo fato de ter recusado a participar de uma
grande reunião, marcada para às 15 horas de quinta-feira
(03.dez.2015), na qual, com representantes da base e ministros de
Estado, a presidente voltaria a discutir a decisão de Eduardo Cunha.
Temer deixou o Jaburu cedo com destino à Base Aérea para embarcar
para São Paulo. No meio do caminho, recebeu um telefonema de Wagner,
convidando-o para uma reunião à tarde com Dilma. O vice recusou,
argumentando compromissos em São Paulo. Foi aí que o ministro,
então, sugeriu-lhe que atrasasse sua viagem por meia hora para ter
uma conversa com Dilma.
Depois da reunião com a presidente, Temer, através de amigos, negou
que tivesse se colocado a assessorá-la juridicamente, na sua defesa
contra o impeachment:
"A presidente tem a Advocacia Geral da União, o corpo de assessores
e o próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que formam
uma equipe mais do que competente para lhe dar todo assessoramento
jurídico. Essa não é uma função do vice-presidente da República."
Disse que continua na sua posição discreta e reservada, mas atento
aos acontecimentos e fiel à defesa da Constituição. Na intimidade,
Temer considerou um erro Dilma ter dado coletiva para responder a
Cunha.
O vice-presidente Michel Temer soube que Eduardo Cunha deflagraria o
processo de impeachment minutos antes da entrevista concedida pelo
presidente da Câmara. Em privado, disse que não cogita assumir a
defesa do mandato de Dilma. Alega que o PMDB está dividido sobre a
matéria. Como presidente da legenda, não considera apropriado tomar
partido. Planeja cumprir, com rigor institucional, seus deveres de
vice-presidente da República.
Em resumo, tudo continua como dantes na relação entre Dilma e Temer:
esfriamento total.
PS: Temer
quer distância de Dilma no TSE — Michel Temer resolveu
contratar advogado próprio para sua defesa na ação que corre
no Tribunal Superior Eleitoral contra a chapa presidencial
encabeçada por Dilma Rousseff.
O advogado de Temer chama-se Gustavo Guedes. Ele
defenderá a tese de que o vice não tem responsabilidade
pelos crimes cometidos pelo então tesoureiro de Dilma,
Edinho Silva.
No Congresso, curiosamente, não se fazem cálculos sobre as chances de Dilma, mas sobre as chances de o vice Michel Temer assumir a presidência. Em conversa reservada, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do governista PP, disse: “Impeachment não é para tirar presidente, é para botar presidente ...”
O PMDB está cada vez mais imbuído de uma “missão salvadora” do País, com Michel Temer e sem Dilma Rousseff e Eduardo Cunha.
Políticos da cúpula do PMDB estão certos de que um governo de coalizão nacional, com Michel Temer à frente, tiraria o País do atoleiro.
O PMDB irá “assumir suas responsabilidades”, diz um ex-ministro de Dilma próximo a Michel Temer, defensor declarado do impeachment.
A manutenção do mandato de Dilma depende novamente do PMDB. E percebe-se no partido uma vontade louca de traí-la.
No Congresso, curiosamente, não se fazem cálculos sobre as chances de Dilma, mas sobre as chances de o vice Michel Temer assumir a presidência. Em conversa reservada, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do governista PP, disse: “Impeachment não é para tirar presidente, é para botar presidente ...”
O PMDB está cada vez mais imbuído de uma “missão salvadora” do País, com Michel Temer e sem Dilma Rousseff e Eduardo Cunha.
Políticos da cúpula do PMDB estão certos de que um governo de coalizão nacional, com Michel Temer à frente, tiraria o País do atoleiro.
O PMDB irá “assumir suas responsabilidades”, diz um ex-ministro de Dilma próximo a Michel Temer, defensor declarado do impeachment.
A manutenção do mandato de Dilma depende novamente do PMDB. E percebe-se no partido uma vontade louca de traí-la.
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