Regras do novo acordo ortográfico
passam a valer a partir de 1º de janeiro de 2016 — para unificar a
grafia o Brasil e outros sete países onde se fala português assinaram o 'acordo' ortográfico
Período de transição de seis anos do acordo assinado com sete países
onde se fala português acaba na virada do ano. A Secretaria de Imprensa
da Presidência divulgou “alerta” sobre o novo Acordo Ortográfico. O
texto diz que “entrará em vigor dia 1º de janeiro as novas regras”.
Um capítulo da história da língua portuguesa está terminando na virada
do ano. Depois de um período de seis anos de transição, passam a ser
obrigatórias, no Brasil, as regras do acordo ortográfico assinado com
Portugal e mais seis países.
“O acordo é uma declaratória de que os países vão cooperar, vão
trabalhar conjuntamente pela língua e através da língua. Em torno de 1%
das palavras da língua portuguesa foram modificadas”, afirma Gilvan
Müller de Oliveira, ex-diretor executivo do Instituto Internacional da
Língua Portuguesa.
A lei que criou o acordo ortográfico, em vigor desde 2009, não definiu
qual vocabulário vale no país. Mas mudou algumas coisas: o alfabeto
passou a ter 26 letras. Entraram o K, o W e o Y; acentos e o uso do
hífen foram uniformizados.
O gramático Evanildo Bechara diz que a intenção foi unificar a escrita
nos diferentes países. Não necessariamente simplificar. E explica que a
tradição justifica certas exceções.
“Eu sou professor há 70 anos, eu nunca tive uma turma que escrevesse
preconceito separado e com hífen. As palavras que puderem ser
unificadas, a língua agradece, porque essas palavras unificadas terão
maior possibilidade de difusão no território lusófono”, opinou Evanildo
Bechara, gramático da Academia Brasileira de Letras.
“A internet mudou o mundo. Esse acordo é pré-internet”, aponta Ernani Pimentel, professor de português.
O professor Sérgio Nogueira explica que expressões novas ou estrangeiras entram aos poucos no idioma.
“Réveillon ficou em francês, o abajur foi aportuguesado. O espaguete foi
aportuguesado, a pizza não foi. Não há uma norma pra isso. Isso só o
tempo é que vai dizer”, diz Sérgio Nogueira.
“A língua que eu falo não é a língua dos meus avós. Nem da época de
Machado, muito menos de Camões. E eu não sei como será o português daqui
a 50 anos, mas uma certeza eu tenho: vai ser diferente”, opinou Sérgio
Nogueira.
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