quarta-feira, 30 de dezembro de 2015




Regras do novo acordo ortográfico passam a valer a partir de 1º de janeiro de 2016 — para unificar a grafia o Brasil e outros sete países onde se fala português assinaram o 'acordo' ortográfico






Período de transição de seis anos do acordo assinado com sete países onde se fala português acaba na virada do ano. A Secretaria de Imprensa da Presidência divulgou “alerta” sobre o novo Acordo Ortográfico. O texto diz que “entrará em vigor dia 1º de janeiro as novas regras”.
Um capítulo da história da língua portuguesa está terminando na virada do ano. Depois de um período de seis anos de transição, passam a ser obrigatórias, no Brasil, as regras do acordo ortográfico assinado com Portugal e mais seis países.
“O acordo é uma declaratória de que os países vão cooperar, vão trabalhar conjuntamente pela língua e através da língua. Em torno de 1% das palavras da língua portuguesa foram modificadas”, afirma Gilvan Müller de Oliveira, ex-diretor executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.
A lei que criou o acordo ortográfico, em vigor desde 2009, não definiu qual vocabulário vale no país. Mas mudou algumas coisas: o alfabeto passou a ter 26 letras. Entraram o K, o W e o Y; acentos e o uso do hífen foram uniformizados.
O gramático Evanildo Bechara diz que a intenção foi unificar a escrita nos diferentes países. Não necessariamente simplificar. E explica que a tradição justifica certas exceções.
“Eu sou professor há 70 anos, eu nunca tive uma turma que escrevesse preconceito separado e com hífen. As palavras que puderem ser unificadas, a língua agradece, porque essas palavras unificadas terão maior possibilidade de difusão no território lusófono”, opinou Evanildo Bechara, gramático da Academia Brasileira de Letras.
“A internet mudou o mundo. Esse acordo é pré-internet”, aponta Ernani Pimentel, professor de português.
O professor Sérgio Nogueira explica que expressões novas ou estrangeiras entram aos poucos no idioma.
“Réveillon ficou em francês, o abajur foi aportuguesado. O espaguete foi aportuguesado, a pizza não foi. Não há uma norma pra isso. Isso só o tempo é que vai dizer”, diz Sérgio Nogueira.
“A língua que eu falo não é a língua dos meus avós. Nem da época de Machado, muito menos de Camões. E eu não sei como será o português daqui a 50 anos, mas uma certeza eu tenho: vai ser diferente”, opinou Sérgio Nogueira.






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