quinta-feira, 10 de dezembro de 2015





PT convoca manifestação nacional pró-Dilma




Em comunicado distribuído aos seus diretórios estaduais e municipais, o PT federal convocou uma manifestação nacional pró-Dilma para 16 de dezembro, quarta-feira da semana que vem. Nesse mesmo dia, o plenário do STF julgará ação do PCdoB que questiona a legalidade dos atos já praticados pela Câmara no processo de impeachment aberto contra Dilma Rousseff. O relator do processo é o ministro Edson Fachin.
No seu comunicado, o PT enumera os grupos que serão convidados a defender no asfalto o mandato de Dilma: movimentos sociais, sindicatos, movimentos de juventude, de mulheres, negros, LGBT e indígenas. Três dias antes, no domingo 13.dez.2015, vai às ruas outra manifestação, convocada por meio das redes sociais, dessa vez a favor do afastamento de Dilma. As comparações serão inevitáveis.


MOBILIZAÇÃO DO PT EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DO MANDATO POPULAR DE DILMA E CONTRA O GOLPE
Companheiras e companheiros do Partido dos Trabalhadores, o povo brasileiro, mais uma vez em nossa história, está chamado a defender a democracia e a soberania do voto em eleições livres, contra forças reacionárias que aspiram a desfazer o resultado das urnas e a impor seus interesses antipopulares.
O pedido de impeachment, apoiado pela aliança da oposição de direita com o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, não tem qualquer embasamento na legislação vigente. Diferente de Cunha, envolvido em denúncias de corrupção e com dois processos à espera de manifestação do STF, não há qualquer fato ou decisão, sob alçada da presidenta do país, que possa ser considerado crime de responsabilidade, condição indispensável para a proposição de impedimento.
A  tentativa  de  destituí-la, portanto, não passa de ameaça golpista, um verdadeiro tapetão, que deve ser contestada nas ruas e nas instituições nacionais com a mobilização dos demais partidos progressistas, dos movimentos populares, dos sindicatos, dos movimentos de juventude, de mulheres, negros, LGBT, indígenas, da Frente Brasil Popular, da Frente Povo sem Medo e da intelectualidade democrática em uma grande campanha nacional contra o retrocesso e em defesa da democracia.
Estamos seguros de que esta batalha, fundamental para os destinos do país, será também decisiva para reconstruir as condições políticas que permitam a implementação do programa eleito pelo povo brasileiro em 2014, com a retomada do desenvolvimento do país, da distribuição de renda, da geração de empregos, da inclusão social, da melhoria dos serviços públicos.
O Partido dos Trabalhadores se coloca em estado permanente de mobilização e convoca sua aguerrida militância a ocupar o lugar que lhe cabe, com firmeza e generosidade, nas trincheiras da democracia. Neste sentido, orientamos aos Diretórios estaduais e municipais:
a) Construir a mobilização nacional do dia 16 de dezembro e as atividades locais que unifiquem amplos setores do povo brasileiro e das forças democráticas do meio político, religioso, jurídico, intelectual e cultural.
b) Manter articulação permanente nos estados e municípios com os movimentos populares, participando da Frente Brasil Popular e das ações unitárias com as demais frentes de mobilização.
c) Criar em cada estado e município comitês permanentes de mobilização em defesa da democracia, inclusive nas sedes dos diretórios do PT.
d) Apoiar e divulgar as iniciativas e mobilizações do partido nas redes sociais com o mote #DilmaFica #NaoVaiTerGolpe.
e) Organizar ações junto aos parlamentares nos Estados em apoio à campanha de defesa da democracia e contra o golpe.
f) Destacar dirigentes responsáveis pela articulação da campanha nos estados e municípios, criação dos comitês e contato com a direção nacional do PT. As atividades e mobilizações devem ser comunicadas à comissão nacional de mobilização do partido.
Comissão Nacional de Mobilização do Partido dos Trabalhadores


O ex-presidente Lula discursa em evento em Berlim, na Alemanha


Na quarta-feira (09.dez.2015), enquanto o PT deflagrava a mobilização no Brasil, Lula discursava sobre a crise brasileira num seminário partidário na Alemanha. Tachou o pedido de impeachment de “aventura golpista”. E reafirmou que também irá ao meio-fio. “Vou falar do Brasil, porque não posso vir aqui e fingir que nada está acontecendo no meu país'', disse. “Nós vamos pra rua para defender o mandato legitimamente eleito da nossa presidente.''
Lula e o PT atribuem o ataque ao mandato de Dilma ao desejo da “oposição de direita” de provocar um terceiro turno eleitoral. Decerto incluem no “golpe” o PMDB, por ora o principal motor do impeachment.
Lula acrescentou: “Achamos que é uma anomalia o que está acontecendo no Brasil, sem negar que existe uma crise econômica e política, sem negar que existe uma denúncia de corrupção no meu país''.


Em discurso na Alemanha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff de "aventura golpista" e prometeu ir às ruas para defender o mandato de sua sucessora.
O petista falou como convidado na conferência internacional do SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha), em Berlim. A agremiação de centro-esquerda compõe a coligação com o CDU (centro-direita) da chanceler alemã Angela Merkel.
"Vou falar do Brasil, porque não posso vir aqui e fingir que nada está acontecendo no meu pais", afirmou Lula, acrescentando: "Nós vamos pra rua para defender o mandato legitimamente eleito da nossa presidente".
O ex-presidente afirmou ainda que, se a cada crise econômica houvesse motivo para impeachment, "não haveria nenhum [líder] governando nenhum país no mundo hoje".
"Achamos que é uma anomalia o que está acontecendo no Brasil, sem negar que existe uma crise econômica e política, sem negar que existe uma denúncia de corrupção no meu país", disse.
Em seguida, Lula afirmou que a atual crise só está acontece porque o governo criou instrumentos de transparência e autonomia para as investigações. "Só tem um jeito de você não ser investigado no Brasil: é não fazer nada errado".
O brasileiro foi apresentado pela secretária-geral do SPD, Yasmin Fahimi, que disse ao petista: "Você conseguiu dar ao Brasil uma relevância internacional, especialmente que você recriou um modelo moderno de social-democracia, que nos é muito familiar. Você também provou que é possível superar o neoliberalismo".
DISCURSO — Lula começou seu discurso com uma piada: "Eu não vou ler todo esse papel comigo. Eu faço isso para causar uma boa impressão".
Ele fez uma homenagem ao ex-chanceler alemão Helmut Schmidt, morto no mês passado, ratificando a "importância" do social-democrata em sua carreira quando, em visita oficial ao Brasil durante a ditadura militar em 1979, ele aceitou receber o então líder sindical brasileiro.
Em seu discurso de pouco mais de 30 minutos, o ex-presidente exaltou ainda sua atuação internacional como presidente e as ações de seu governo contra a crise econômica de 2008.


Enquanto Lula discursava sobre “anomalias” brasileiras na Alemanha, a Justiça do Brasil autorizava a quebra dos sigilos bancário e fiscal da empresa do seu filho, Luís Cláudio Lula da Silva, e do seu ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho.


A Justiça Federal autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal da LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do ex-ministro e ex-chefe de gabinete de Lula Gilberto Carvalho. Os pedidos foram feitos pela Receita Federal e Ministério Público Federal que investigam o suposto envolvimento dos dois em esquema de compra de medidas provisórias editadas nos governo Lula e Dilma Rousseff no âmbito da Operação Zelotes.
A empresa de Luís Claudio recebeu R$ 2,5 milhões do escritório de consultoria Marcondes & Mautoni, o mesmo contratado por montadoras de veículos para fazer lobby pela edição das normas que estenderam benefícios fiscais que as beneficiaram.
Uma perícia da PF concluiu que a consultoria prestada pela LFT à Mautoni se limitou a copiar informações da internet, em especial do site de pesquisa Wikipedia. Por essa razão, foi aberto um inquérito específico para investigar esse contrato, além das relações próximas de Gilberto Carvalho com o lobista Mautoni, que está preso acusado de atuar para comprar as MPs.
Em nota, o escritório que defende Luís Claudio disse que "os dados bancários e fiscais de Luís Cláudio Lula da Silva já foram analisados pelas autoridades no âmbito do Inquérito nº 1.424/15, que já se encontra encerrado e que não atribuiu a ele a prática de ato ilícito".
E prosseguiu: "Não há qualquer elemento a justificar nova medida invasiva. É importante registrar que a busca e apreensão nas empresas de Luís Cláudio, autorizada pela 10ª. Vara Criminal de Brasília, foi considerada ilegal pela Desembargadora Neusa Alves, do TRF1, por estar alicerçada apenas em "ilações" de dois membros do Ministério Público Federal."
A defesa informou, ainda, que "assim que tiverem acesso à íntegra da decisão, os advogados de Luís Cláudio tomarão as medidas cabíveis para impugnar a quebra de sigilo, para que ela também seja reconhecida ilegal pela instância superior."





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