segunda-feira, 21 de dezembro de 2015




Nunca antes — 2015 fica na História por situações inéditas na política, economia, saúde e meio ambiente





Adeus ano velho, feliz Ano Novo. Será mesmo? Se uma palavra resumisse 2015, poderia ser “inacreditável”. De janeiro a dezembro, os brasileiros foram surpreendidos por situações inusitadas e inéditas, que entraram para a História recente do país e dão sinais que, certamente, vão perdurar em 2016. Foi neste ano que os conchavos políticos e as traições deixaram o Palácio do Planalto em polvorosa; em que a economia saiu dos trilhos com o dólar em sua maior cotação, a inflação em dois dígitos e o desemprego em forte alta; em que o meio ambiente foi duramente castigado com um rompimento de barragem (o desastre do Rio Doce, em Minas Gerais); e em que a saúde pública recebeu golpes, ainda sem soluções, de vírus e mosquitos (virou refém do vírus zika e de um velho conhecido, o mosquito Aedes aegypti).
As sucessivas fases da Operação Lava-Jato quase que monopolizaram as manchetes, e, com elas, veio uma sucessão de casos inéditos e de quebras de tabus. Munidos de ferramentas tecnológicas e alta capacidade investigativa, que cruzaram de contas bancárias a ligações telefônicas, que geraram comparações até com a série americana “CSI”, e tendo como combustível a enxurrada de delações premiadas, os procuradores levaram à cadeia, pela primeira vez, um senador em exercício (Delcídio Amaral, do PT), líder do governo Dilma. Governo que tem a presidente em rota de colisão com seu vice, Michel Temer, cujos aliados trabalham pelo impeachment da petista. Dilma também é a única chefe de Estado pós-Getulio Vargas a ter as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União, devido às chamadas “pedaladas fiscais”.
Mas o inacreditável não ficou restrito ao Palácio do Planalto. No Congresso, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha — mestre em manobras que empurraram o processo de cassação contra ele para 2016 —, ambos do PMDB, são investigados ao mesmo tempo pela Operação Lava-Jato. Numa história de fazer inveja ao roteirista da série “House of Cards”, sobre os bastidores da política americana, Cunha foi flagrado com milhões de dólares em contas na Suíça, que pagaram até aulas de tênis para sua mulher, a ex-apresentadora de TV Cláudia Cruz.
A Lava-Jato, sempre ela, não poupou da cadeia os dois maiores e mais poderosos empreiteiros do país, Marcelo Odebrecht e Otávio de Azevedo. Um feito para um país onde é comum se dizer que somente pobres vão para a cadeia.
Mas o que esperar ainda de um ano que insiste em não acabar? Um ano em que, em seu último dia cheio, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cai após criticar abertamente o governo. Não há dúvidas de que 2016 também será de fortes emoções, mas, pelo andar da carruagem, alguém é capaz de prever o que nos reservam os últimos dias que restam de 2015?


Prisões sucessivas, alta do dólar e crise em Brasília
faz ano ficar na História

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