Serviços e alimentos pesarão no bolso do brasileiro em 2016
Depois de sofrer com a disparada das tarifas de energia em 2015, o
brasileiro terá que conviver com outros vilões do orçamento doméstico em
2016. Segundo economistas, o ano que vem será marcado pela inflação de
serviços, uma velha conhecida das famílias. Mesmo com a recessão, itens
como educação, alimentação fora de casa e empregada doméstica devem
resistir, influenciados pelo salário mínimo. Vem por aí, ainda, um ano
de incertezas em relação aos preços dos alimentos, influenciados pela
taxa de câmbio e pelo clima — quase imprevisíveis. Com isso, o alívio
esperado para a inflação em 2016 será sustentado pela alta menor dos
chamados preços administrados — grupo que inclui, além da conta de luz,
transportes e combustíveis. Resultado: a inflação não baterá os dois
dígitos, como neste ano, mas continuará salgada. Já há quem espere que
ultrapasse os 7%.
Parte da culpa pela resistência da inflação de serviços prevista para
2016 é justamente o comportamento dos preços este ano. Isso ocorre
porque o segmento é muito influenciado pelo comportamento das tarifas,
como energia, e pelo custo da mão de obra. Por lei, o salário mínimo é
reajustado com base em uma fórmula que considera o desempenho da
economia e a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC), que reflete a alta de preços sentida pelas famílias
de renda mais baixa. O percentual de aumento do piso nacional no próximo
ano deve ficar na faixa dos 11%.
O efeito do reajuste do salário mínimo se espalha pelo setor de
serviços. Entra nas contas de mensalidades escolares e gastos com
empregados domésticos. As refeições fora de casa, que subiram 9,67% até
novembro, também devem ficar mais caras, por causa do repasse do custo
de funcionários.
Essa espécie de “herança” deixada pela inflação do ano anterior ocorre
por causa de uma característica marcante da economia brasileira: a
indexação. Ou seja, a variação de preços do período é usada como
referência para novos reajustes. Além do salário mínimo, esse fenômeno é
observado em outras despesas importantes.
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