Receita Vermelha — PT pressiona Dilma a acenar para base com plano de defesa do emprego e mais impostos para ricos
O PT já definiu um cardápio de medidas com o qual pressionará o governo a
promover uma inflexão na política econômica. Além de crédito para micro
e pequenas empresas, a legenda cobrará de Dilma Rousseff um plano
nacional de defesa do emprego que lhe devolva parte da popularidade
perdida para enfrentar o impeachment. Pela prescrição petista, a
presidente precisa “botar o pé” nas concessões públicas utilizando o
BNDES como patrocinador dos principais projetos.
Outra sugestão é usar títulos da dívida ativa para financiar obras. A
ideia é vender os papéis a bancos privados com desconto no valor. Os
bancos, por sua vez, pagariam ao governo à vista e lucrariam ao cobrar
essas dívidas de terceiros.
O PT também quer mudar o Imposto de Renda. A tabela teria uma faixa
nova, com alíquota de 40%, para os que ganham mais de R$ 100 mil por
mês. E isenção para salários até R$ 3.800. A sigla calcula que o ganho
seria de R$ 80 bilhões.
A cúpula petista defende ainda um imposto semelhante ao IPVA para jatinhos e helicópteros.
O Planalto recebe recados cada vez mais enfáticos de que sua base de
apoio irá minguar se Dilma insistir em pautas amargas como a reforma da
Previdência.
Dirigentes do PT alertam que militantes saíram às ruas em nome do projeto do partido e não em defesa de Dilma.
“Deve ter alguém da oposição infiltrado no Palácio do Planalto. Tirar
direito de trabalhadores e aposentados agora é colocar lenha na fogueira
do impeachment”, alerta o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
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