domingo, 20 de dezembro de 2015




É classificada como grave a epidemia de microcefalia que atinge o Brasil — a questão preocupa o país, não há paralelo na história da saúde pública.



A maior crise em saúde pública dos últimos cem anos — assim é como se classifica a epidemia de microcefalia que atinge o Brasil.
Nos últimos cem anos, tivemos algumas grandes crises de saúde pública no mundo, entre elas a gripe espanhola, o surgimento da poliomelite e a varíola, mas a magnitude e o modo com que essa epidemia de microcefalia vem se apresentando não têm paralelo na história da saúde pública. É certamente uma das maiores crises, se não a maior que tivemos nos últimos cem anos.
O Brasil não está preparado para enfrentar essa crise. Ninguém no mundo pode estar preparado para uma situação dessa. Muitos (países) estão prestando atenção no Brasil. Estamos lidando com um fato desconhecido da ciência, não há outros cientistas no mundo que conhecem tanto o zika (e as complicações). O Brasil tem um sistema único de saúde e muito rapidamente conseguiu mobilizar todos os municípios em torno de um objetivo. Isso é uma vantagem. Conseguimos definir e captar a informação muito rápido. O ruim é que há ainda uma desestruturação desse mesmo sistema, em função da falta de financiamento.
No momento, o que é mais urgente, do ponto de vista científico, para combater a doença é o desenvolvimento de diagnósticos para saber exatamente o que a gestante tem e qual a diferença entre dengue, chicungunha e zika. Outra prioridade absoluta é ter um conjunto de técnicas para controlar o mosquito. Uma terceira prioridade é conhecer melhor a relação (do vírus) com a microcefalia.




A Microcefalia — é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, influenciando o seu desenvolvimento mental.
Geralmente, a microcefalia está presente quando o tamanho da cabeça de uma criança com um ano e três meses é menor que 42 centímetros. Isto ocorre porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça normalmente.
A microcefalia é uma doença grave, que não tem cura, e a criança que a possui pode precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da microcefalia que possui.
As crianças com microcefalia podem ter graves consequências como:
  • Atraso mental
  • Déficit intelectual
  • Paralisia
  • Convulsões
  • Epilepsia
  • Autismo
  • Rigidez dos músculos
Apesar de não haver tratamento específico para a microcefalia, podem ser tomadas algumas medidas para reduzir os sintomas da doença. Normalmente a criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver melhor, prevenindo complicações respiratórias e até mesmo úlceras que podem surgir por ficarem muito tempo acamadas ou numa cadeira de rodas.
Todas estas alterações podem acontecer porque o cérebro precisa de espaço para que possa atingir o seu desenvolvimento máximo, mas como o crânio não permite o crescimento do cérebro, suas funções ficam comprometidas, afetando todo o corpo.
A microcefalia pode ser classificada como sendo primária quando os ossos do crânio se fecham durante a gestação, até os 7 meses de gravidez, o que ocasiona mais complicações durante a vida, ou secundária, quando os ossos se fecham na fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.






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