sábado, 19 de dezembro de 2015





Madre Teresa de Calcutá





Madre Teresa de Calcutá segura bebê durante visita a Joanesburgo, na África do Sul, em 1988


A devoção aos necessitados fez com que a pequena figura de Madre Teresa de Calcutá recebesse o Prêmio Nobel da Paz em 1979, na menos contestada escolha de toda a história do prêmio, iniciada em 1901. Concorriam com ela 37 pessoas e 19 organizações, entre as quais estava o então arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara. Madre Teresa de Calcutá, cujo nome tinha sido indicado em 1975 pelo senador americano Robert Kennedy e pela economista Barbara Ward, era apontada como uma "santa viva", que esteve para ser beatificada antes mesmo de morrer.
Esses elogios nasceram de seu trabalho humilde e desprendido, desenvolvido em uma rotina diária iniciada nos anos 50, e que não mudou na década de 80, quando começaram a surgir os problemas cardíacos que a matariam em 1997, aos 87 anos. Levantava-se sempre às 4h30m e, depois de uma parca refeição e uma missa, saía com um dos seus dois sáris brancos e o único par de sandálias de couro para cuidar dos miseráveis de Calcutá, no nordeste da Índia, a cidade-símbolo da miséria urbana da época.
Sua obra assistencial espalhou-se pelos cinco continentes, chegando ao Brasil, onde foram instaladas dez das 565 casas de assistência mantidas pelas Missionárias da Caridade em 124 países. No país, ela visitou Salvador, em 1979, onde se encontrou com irmã Dulce. Três anos depois, esteve no Rio, visitando comunidades carentes, como a favela Marcílio Dias, na Avenida Brasil.
Madre Teresa de Calcutá, nascida Agnes Gonxha Bojaxhiu, em 1910, em uma pequena cidade da Macedônia, resolveu "seguir Cristo nos subúrbios" depois de uma viagem de trem que fez à cidade de Darjeeling, junto com uma multidão de famintos e miseráveis. Corria o ano de 1946, e ela, que era professora em uma escola burguesa de Calcutá, resolveu renunciar a tudo para "servir entre os pobres mais pobres".
Era contestada pela ala progressista da Igreja, que exigia dela um engajamento na luta por transformações políticas. O Prêmio Nobel lhe rendeu cerca de US$ 250 mil, que ela usou para construir casas para os leprosos e moribundos.



Madre Teresa de Calcutá (à esquerda), ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1979,
visita Salvador e se encontra com Irmã Dulce — 15/07/1979


A canonização de Madre Teresa
O Vaticano confirmou na sexta-feira (18.dez.2015) que abriu o processo de canonização da Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) após aprovar um decreto reconhecendo um segundo milagre atribuído à religiosa — a cura inexplicável de um brasileiro que tinha múltiplos tumores no cérebro. A cerimônia será realizada em 4 setembro de 2016, como parte do "Jubileu da Misericórdia" iniciado em 8 de dezembro, informou o jornal dos bispos italianos, "Avvenire".
"O Santo Padre autorizou a Congregação das Causas dos Santos a proclamar o decreto sobre o milagre atribuído à intercessão da beata madre Teresa", anunciou a Santa Sé em um comunicado.
De acordo com o "Avvenire", que já havia adiantado na quinta-feira (17.dez.2015) a canonização, o homem curado por Madre Teresa estava em fase terminal e se recuperou em 2008. Natural de Santos, hoje ele está com 42 anos.
O brasileiro se encontrava “com múltiplos abcessos no cérebro e hidrocefalia obstrutiva”, e já havia passado por um transplante de rim e terapia imunossupressora.
Durante uma crise terminal, em 9 de dezembro de 2008, a mulher do paciente pediu a sua família e amigos para orar à beata, de quem era devota: "Peçam a Madre Teresa que o cure".
Estando já em coma, o paciente entrou na sala de cirurgia para se submeter a uma intervenção. Mas, devido a problemas técnicos, a operação teve que ser atrasada em meia hora. Quando o cirurgião voltou para a sala de cirurgia, ele encontrou o paciente sentado, acordado e perfeitamente consciente. Um exame feito no ano seguinte determinou que a cura da doença não tinha explicação científica.
A cura milagrosa foi reconhecida em uma reunião de especialistas convocada há três dias pela Congregação para as Causas dos Santos, o que possibilita assim a canonização.
O site de notícias do Vaticano lembrou que a aprovação do milagre pelo Papa foi no dia do seu aniversário de 79 anos, em 17 de dezembro.
O primeiro milagre — Em 2002, o Vaticano reconheceu um primeiro milagre atribuído à intervenção da Madre Teresa, a cura de uma mulher de 30 anos de Bangladesh, Monika Besra, que sofria de um tumor abdominal.



Prêmio Nobel da Paz de 1979, Madre Teresa de Calcutá visita a favela Marcílio Dias,
na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro — 26/09/1982


Vida e trajetória
Ganhadora de um Nobel, ela dedicou sua vida a ajudar os pobres e era conhecida como “santa das sarjetas”. Tornou-se uma das mulheres mais conhecidas e populares da cristandade moderna, sendo beatificada pelo Papa João Paulo II em 19 de outubro de 2003 em uma cerimônia em Roma, na presença de 300 mil fiéis.
Madre Teresa nasceu a 26 de agosto de 1910 em Skopje, território albanês, atualmente capital da Macedônia, e morreu em 1997 em Calcutá, na Índia no dia 5 de setembro.
Fundou as Congregações das Missionárias da Caridade e dos Missionários da Caridade. Agnese Gonxha Bojaxhiu é o seu nome de batismo e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979 pelo seu trabalho missionário.
Dedicada à caridade, a religiosa procurava não se envolver em política. Em 1979 esteve em Salvador, onde se encontrou com irmã Dulce e, três anos depois, visitou favelas do Rio de Janeiro.



Madre Teresa de Calcutá visita a favela Marcílio Dias,
na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro — 26/09/1982





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