Leonel de Moura Brizola 'herói da pátria'
(+ 22/1/1922, Cruzinha (RS) - 21/6/2004, Rio de Janeiro (RJ))
(+ 22/1/1922, Cruzinha (RS) - 21/6/2004, Rio de Janeiro (RJ))
Brizola durante carreata no Rio de Janeiro antes de ser empossado governador do Estado |
Originário de uma família de pequenos lavradores, Brizola perdeu o pai
na revolução federalista de 1923. Iniciou seus estudos primários nas
proximidades do município de São Bento, onde a família havia se fixado
quando ele ainda era jovem. Cursou o segundo ano primário na escola
Fagundes dos Reis, em Passo Fundo. Em 1933, concluiu os estudos
primários no Colégio da Igreja Metodista. Em 1936, partiu para Porto
Alegre, onde atuou em várias profissões modestas e se matriculou no
Instituto Agrícola de Viamão. Formou-se técnico rural em 1929, e
matriculou-se no Colégio Júlio de Castilhos tendo por intenção realizar
um curso supletivo. Em 1945, ingressou na Escola de Engenharia da
Universidade do Rio Grande do Sul. Concluiu sua formação superior em
1949.
Em 1945, simpatizante de Getúlio Vargas, Brizola ingressou no PTB, que
no Rio Grande do Sul contava com importante apoio de sindicalistas e
operários. Em 1947, Brizola foi eleito deputado estadual pelo PTB,
afirmando ser um representante das camadas mais pobres da população.
Casou-se em março de 1950 com Neusa Goulart, irmã de João Goulart. No
pleito de 1950, Brizola foi reeleito deputado estadual. Em 1952, foi
nomeado secretário de Obras do governo do Rio Grande do Sul e, dois anos
depois, foi eleito deputado federal. Em 1955, Brizola foi eleito
prefeito de Porto Alegre, onde criou escolas primárias e grupos
escolares em toda a área urbana, melhorou o transporte público e
implementou políticas de saneamento básico, obtendo uma avaliação
bastante favorável a respeito de sua administração municipal.
Em 1958, foi eleito governador do estado do Rio Grande do Sul. Nesse
cargo, tornou-se um dos principais expoentes da defesa do
desenvolvimento nacional independente em oposição ao capital
estrangeiro. Como líder da esquerda nacionalista, promoveu uma maior
ingerência do poder público na esfera econômica e favoreceu a
industrialização da economia nacional. Brizola também encampou as
subsidiárias de duas poderosas corporações internacionais e investiu em
setores de energia, comunicações e transporte. Em alguns casos de
ocupação de terras por camponeses sem-terra, Brizola interveio e
entregou as áreas aos manifestantes. Suas medidas foram fortemente
desaprovadas pela direita.
Em 1961, integrou a delegação Brasileira em Punta del Este (Uruguai) que
visava articular os países latino-americanos na “Aliança para o
progresso”. No mesmo ano, o governador gaúcho comandou um movimento pela
posse constitucional de João Goulart, impedido de assumir a presidência
devido a um golpe de ministros militares. Brizola ocupou militarmente
duas emissoras de rádio na região sul, e buscou mobilizar a população
pela posse de Jango. O comandante do III Exército ordenou que o palácio
do governador gaúcho fosse bombardeado, inclusive por aviões, mas não
obteve sucesso. Na sequência, os governadores do Paraná e de Goiás
declararam que pegariam em armas para garantir a posse constitucional do
presidente Goulart. Foi articulada, então, uma solução parlamentarista
ao impasse, que não foi plenamente aceita por Brizola.
Em 1963, Brizola assumiu um mandato na Câmara pelo Rio de Janeiro. No
mesmo ano, o plebiscito pelo presidencialismo, que ajudara a formular,
foi bem sucedido. No entanto, Goulart e Brizola tiveram sérias
desavenças no pequeno espaço de tempo que antecedeu o golpe militar de
1964. Após o golpe, Brizola foi cassado e partiu para o Uruguai. Os
militares, temendo uma reação, pressionaram o governo uruguaio a
expulsar Brizola, o que ocorreu em 1977. Foi para os Estados Unidos,
onde residiu até 1978. Retornou ao Brasil em 1979, tendo sido eleito
para o cargo de governador do Rio de Janeiro em 1983. O novo governo de
Brizola foi marcado por dados positivos na educação, mas por um grave
aumento no índice de criminalidade.
Apoiou as Diretas Já e candidatou-se à presidência em 1989, tendo sido
derrotado. Posteriormente, transferiu votos para o candidato Lula, com
quem viria a ter desavenças futuramente. Em 1990, foi reeleito
governador do Rio de Janeiro e, em 1994, concorreu à presidência, tendo
obtido poucos votos. Foi, então, sucessivamente derrotado no pleito de
1998 para a vice-presidência, nas eleições de 2000 para a prefeitura do
Rio e no pleito de 2002 para o Senado. Morreu pouco tempo depois, com 84
anos.
Volta de Brizola ao país, setembro de 1979 |
Correligionários, familiares e políticos durante velório de Leonel Brizola, morto em 2004 |
Brizola com Lula em 1998, quando foi candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo petista |
Brizola comemora vitória do presidencialismo durante plebiscito realizado em 1994 |
Movimento Legalidade — Brizola ocupou militarmente duas emissoras de rádio na região sul |
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