Preço do petróleo encerra 2015 em
queda pelo terceiro ano seguido — barril do tipo Brent caiu
34% no ano
Extração de petróleo na Dakota do Norte, Estados Unidos |
O preço do petróleo tipo Brent encerra 2015 pelo terceiro ano
seguido de queda forte na última sessão de comercialização já que o
recorde de oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo
(Opep) criou uma superabundância global sem precedentes que pode
impactar nos resultados do próximo ano. Segundo a Bloomberg, as
operações a prazo da commodity perderam 32% esse ano.
O barril de Brent para fevereiro de 2016 fechou o pregão a US$ 37,80
no mercado de Londres, com queda de 34% em 2015, a terceira queda
anual seguida, e de 17% em dezembro. Em 2014, o preço caiu 48%. Já o
tipo WTI era negociado a US$ 37,79 por barril e caiu 31% no ano, o
segundo ano negativo consecutivo após perda de 46% no ano de 2014, e
12% no mês.
Na quarta-feira (30.dez.2015), os preços caíram 3%, a US$ 36,46, com
os estoques de petróleo dos Estados Unidos aumentando 2,6 milhões
barris na última semana, segundo informações da Administração de
Informação sobre Energia do país.
As perspectivas imediatas para o valor da commodity continuam
fracas. O banco Goldman Sachs diz que preços em torno de US$ 20 por
barril podem ser necessários para pressionar o recuo da produção da
atividade e permitir um reequilíbrio do mercado. O Morgan Stanley
afirma que “ventos contrários estão crescendo para o petróleo em
2016”. A instituição financeira cita elevações contínuas na oferta
global disponível, apesar de cortes em produtores de gás
não-convencional, e desaceleração da demanda como principais razões.
“A esperança de rebalancear em 2016 continua a sofrer sérios
contratempos”, sustentou o banco.
Os comerciantes esperam que o petróleo americano seja
disponibilizado aos mercados globais após a retirada da proibição de
exportação por 40 anos em dezembro.
PREJUÍZO
Os preços do barril do Brent chegaram a ficar abaixo de US$ 36 em
2015, limpando ganhos da década do ciclo da commodity movimentado
pelo boom de demanda por energia da China. A desaceleração foi
dolorosa para cadeia de fornecimento de energia, incluindo
carregadores, petroleiras e países dependentes do petróleo, como a
Venezuela, Rússia e nações no Oriente Médio.
Analistas estimam que a produção de petróleo supere a demanda entre
0,5 milhão e 2 milhões de barris por dia (bpd). Isso significa que
até as projeções mais agressivas dos cortes de produção nos Estados
Unidos de 500 mil bpd em 2016 provavelmente não seria capaz de
reequilibrar totalmente o mercado.
O preço do petróleo começou a cair em meados de 2014 com a produção
de gás não-convencional da Opep, Rússia e Estados Unidos
ultrapassando a demanda. A crise acelerou no final de 2014 após a
decisão da Opep de manter a produção alta para defender a
participação no mercado internacional ao invés de reduzir a
atividade para favorecer os preços. Em dezembro de 2015, a Opep não
fechou acordo sobre metas de produção sob mesmo argumento, já que a
organização apoia o retorno da exportação do Irã ao mercado após
suspensão das sanções ocidentais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário