sábado, 9 de janeiro de 2016





Escalada da inflação começou a ser gestada em 2010




A inflação que saiu do controle em 2015 começou a ser gestada em 2010, no ano da primeira eleição da presidenta Dilma Rousseff.
Veja no infográfico abaixo como evoluíram três grupos de preços que respondem por cerca de 75% do IPCA: a alimentação em casa, os monitorados (tarifas públicas e outros preços sob influência dos governos) e os serviços (restaurantes, consertos, cuidados pessoais, cursos, lazer).


Embora o estouro do ano passado tenha sido puxado por tarifas públicas e alimentos, é o setor de serviços que explica o início da aceleração dos preços e a resistência da inflação.
Os preços dos serviços começaram a ser impulsionados pelo aquecimento do mercado de trabalho e pelos reajustes salariais, em especial do salário mínimo.
Trata-se de um efeito da ascensão social que, até o início da década, beneficiou funcionários do comércio, garçons, eletricistas, mecânicos, manicures — além de bancários, psicólogos, médicos.
Esse impacto foi intensificado a partir de 2010, quando a economia do país cresceu 7,5% com a ajuda da expansão de gastos públicos típica de um ano eleitoral.
A administração petista evitou o quanto pôde combater essa inflação, o que significaria interromper a queda do desemprego.
Em vez disso, segurou o IPCA com intervenção nos preços monitorados: derrubou as tarifas de energia, evitou a alta da gasolina e pediu a prefeitos e governadores que atrasassem aumentos no transporte público.
Esse conjunto de políticas contribuiu para ampliar o buraco no Orçamento dos governos e no caixa das empresas estatais. Após as eleições, foi necessário promover um tarifaço.
Os alimentos também tiveram forte encarecimento neste ano devido ao clima desfavorável em algumas regiões e ao impacto da alta do dólar.
E os serviços, mesmo com o avanço do desemprego, mantiveram alta acima de 8% no ano — um sinal de que o mercado de trabalho ainda terá de piorar mais para levar a inflação de volta à meta de 4,5%.






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