Número de casos de microcefalia
aumenta 11% em uma semana — até o dia 9, foram registrados 3.530
nascimentos de bebês com a má-formação, que se caracteriza por perímetro
cefálico igual ou inferior a 32 cm
Depois de duas semanas de estabilidade, o aumento de casos de
microcefalia no País voltou a ganhar ritmo. Boletim divulgado na
terça-feira, 12.jan.2016, indica um aumento de 11% dos casos em uma
semana. Até o dia 09.jan.2016, foram registrados 3.530 nascimentos de bebês com a
má-formação, que se caracteriza por perímetro cefálico igual ou inferior
a 32 centímetros. O número de mortes em investigação também aumentou.
Agora, são 46 em análise.
Pernambuco apresenta o maior número de casos: 1.236, o equivalente a 35%
do total registrado em todo o País. Em seguida, estão Paraíba (569),
Bahia (450), Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155),
Alagoas (149), Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).
Além do aumento do número de casos de microcefalia, o novo boletim
epidemiológico divulgado na terça-feira (12.jan.2016) pelo Ministério da
Saúde traz resultados da análise de amostras coletadas de dois bebês e
dois fetos com diagnóstico da má-formação.
Em todas foi identificada a presença do zika vírus. Os casos estavam
sendo investigados no Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos
Estados Unidos (CDC). Dois casos são abortamentos e dois são de bebês
que morreram logo depois de nascer. O material havia sido coletado pelo
pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Kleber Luz —
o primeiro a identificar a circulação do vírus zika no Brasil.
Com esse resultado, sobe para sete o número de exames realizados em
fetos ou em bebês que morreram logo ao nascer que apresentavam
microcefalia e cujas mães haviam apresentado, durante a gestação,
sintomas de zika.
Para o Ministério da Saúde, isso reforça a hipótese de relação entre a
infecção pelo vírus e a ocorrência de microcefalia e outras
más-formações congênitas. Mesmo assim, a pasta diz ser preciso continuar
as investigações.
Combate. Ainda na terça-feira (12.jan.2016), o Ministério da Saúde
instituiu oficialmente centros colaboradores para qualificação de
profissionais de saúde em ações relativas à resposta à ocorrência de
microcefalia relacionada à infecção pelo vírus zika. A decisão está
formalizada em portaria da Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde publicada no Diário Oficial da União (DOU).
De acordo com a portaria, poderão atuar como centros colaboradores os
serviços de saúde públicos e privados e instituições de ensino mediante
adesão a cadastro do Ministério da Saúde. Esse cadastramento deverá ser
feito eletronicamente no site específico do governo federal. Os serviços
e instituições que aderirem à iniciativa deverão adotar os protocolos
do Ministério da Saúde como referência nos processos de qualificação.
Dentre as principais finalidades, esses centros vão apoiar o Ministério
da Saúde no desenvolvimento de protocolos, tecnologias de informação e
comunicação, além da participação no desenvolvimento de pesquisas;
capacitar os profissionais das maternidades para identificação de casos
suspeitos, diagnóstico, notificação e conduta inicial em casos de
microcefalia; além de capacitar profissionais de nível superior no
cuidado a crianças com microcefalia.
O vírus zika foi identificado no Brasil em abril de 2015. Atualmente, o
agente, transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, está
presente em 20 unidades da federação: Distrito Federal, Mato Grosso do
Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. O
governo pretende visitar todas as residências do País até o dia
31.jan.2016, para combater criadouros do mosquito.
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