quarta-feira, 20 de janeiro de 2016




Dilma anuncia criação de órgão para fiscalizar o futebol no país



Dilma cumprimenta o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello,
durante a cerimônia em Brasília


A presidente Dilma Rousseff anunciou na terça-feira (19.jan.2016) a criação da Autoridade Pública de Governança de Futebol (APFUT), que pertence à estrutura do Ministério do Esporte. O órgão será responsável por fiscalizar as ações da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, o Profut. O decreto criando a APFUT foi assinado durante cerimônia no Palácio do Planalto.
— Assinamos o decreto que cria a Autoridade Pública de Governança do Futebol. Ela contará com a participação paritária de atletas, dirigentes, treinadores, e será a instância fiscalizadora do Profut, garantindo a efetiva modernização da gestão dos clubes. Acompanharemos com interesse, rigor e transparência as contrapartidas assumidas pelos clubes. (O Profut) marca o início da maior reforma já vivenciada pelo futebol — disse a presidente.
Dilma disse ainda que pretende enviar ao Congresso Nacional este ano a proposta de revisão da Lei Pelé, que pune ex-dirigentes esportivos que praticam gestão temerária ou provocam endividamento excessivo aos órgãos que dirigem, e do Estatuto do Torcedor, uma lei de 2003 que tem como objetivo combater a violência em eventos esportivos. E disse que pretende propor uma legislação trabalhista específica para o futebol, que proteja os atletas e esclareça as responsabilidades dos clubes.
— Essas mudanças vão dar velocidade ao processo de modernização da indústria do futebol, fazendo com que essa cadeia produtiva gere ainda mais emprego, renda e sobretudo mais vitórias para o país. Acima de tudo, queremos valorizar nossa história e nossa identidade, pois somos sem dúvida a pátria de chuteiras, como disse o Nelson Rodrigues. É exatamente isso que a Caixa está fazendo hoje, marcando um gol de placa para ajudar o Brasil a voltar a exportar o espetáculo e a arte de seu futebol, e não apenas nossos craques — disse Dilma.
Durante a cerimônia, também foi anunciado patrocínio de R$ 83 milhões da Caixa Econômica Federal a dez clubes brasileiros. Oito deles já recebiam dinheiro da Caixa e dois entraram em 2016: o Atlético-MG e o Cruzeiro. O valor destinado ao Corinthians ainda está em negociação. A verba destinada ao Flamengo será de R$ 25 milhões, o patrocínio ao Atlético-MG e ao Cruzeiro, de R$ 12,5 milhões cada; Atlético-PR, Coritiba, Sport e Vitória receberão R$ 6 milhões cada; o patrocínio aos clubes catarinenses Chapecoense e Figueirense será de R$ 4 milhões para cada, e o CRB receberá R$ 1 milhão. O órgão também está em negociação com o Vasco e o Atlético-GO.



PS.: O governo quer mudar a Lei Pelé para incentivar times a se tornarem empresas de futebol. A ideia é manter os atuais benefícios fiscais para as agremiações que se transformem em sociedades anônimas. A mudança permitirá que os times tenham acionistas, facilitando a atração de investidores e a transparência da gestão. O Planalto também quer proteger times pequenos que descobrem e formam jogadores, dando a eles o direito de receber dinheiro quando tiverem um atleta roubado.
O Bom Senso FC, movimento de jogadores de futebol para a melhoria do esporte no país, será chamado para debater a proposta.
A iniciativa de Dilma atropela, a princípio, a decisão do Senado de criar uma comissão de juristas para revisar a legislação esportiva no país.






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