Residências oficiais da Casa Civil e da Fazenda serão colocadas à venda
Residência oficial do ministro-chefe da Casa Civil, no Lago Sul, em Brasília imóvel será posto à venda |
Na tentativa de melhorar as contas do governo, em grave situação de
déficit fiscal, o Ministério do Planejamento listou as residências
oficiais dos ministros da Casa Civil e da Fazenda entre os imóveis da
União que serão colocados à venda com financiamento da Caixa Econômica
Federal.
Localizadas no Lago Sul, área nobre de Brasília, as casas atualmente não
são ocupadas pelos dois homens de confiança da presidente Dilma
Rousseff: os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa
(Fazenda). Ambos alegam que preferiram morar em imóveis menores e assim o
fizeram.
Segundo Guilherme Estrada Rodrigues, secretário nacional do Patrimônio
da União, órgão que administra os bens de domínio do governo federal, na
terça-feira (19.jan.2016) será publicada uma portaria no Diário Oficial
da União autorizando a alienação de 239 imóveis, entre eles as
residências oficiais dos ministros, com intermediação da Caixa.
O banco será também responsável por estimar o preço dos imóveis, mas ainda não apresentou esses dados.
Dessa forma, a compra poderá ser feita por pessoa física ou jurídica
utilizando as linhas de crédito disponíveis na Caixa. Segundo o
secretário, isso vai facilitar as transações visto que, no ano passado, o
governo lançou licitação para alienação de 20 imóveis e não obteve
sucesso. Esses, inclusive, estarão na lista que será publicada na
terça-feira (19.jan.2016).
Sobre as residências oficiais, o secretário diz que "são casas que os
novos ministros escolheram não ocupar e optaram pela alienação".
A assessoria de Jaques Wagner, porém, afirmou que ele sequer foi
consultado sobre a venda da casa mas que "não caberia uma consulta" ao
ministro, já que o Ministério do Planejamento é o responsável por tratar
dos imóveis do governo e "cabe a ele" decidir o que fazer.
A expectativa da União é arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão com a
alienação dos imóveis este ano. A lista que será publicada na
terça-feira (19.jan.2016) é apenas o primeiro lote dos bens e, a cada
dois meses, outros devem ficar à disposição para a compra.
Quando era ministra da Casa Civil durante o governo do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma morou na casa no lago, assim como seu
antecessor José Dirceu e seus sucessores Erenice Guerra e Antonio
Palocci.
Último a ocupar o gabinete de ministro-chefe da Casa Civil antes de
Wagner, Aloizio Mercadante também preferiu morar em um apartamento em
vez de usar a residência oficial.
A residência oficial chegou a ser oferecida ao ex-ministro da Educação
Cid Gomes, mas ele não chegou a morar no local devido à realização de
reformas.
VENDA —
Segundo técnicos da Secretaria do Patrimônio da União, quando o imóvel
não está em uso, como era o caso das residências oficiais dos ministros
da Casa Civil e Fazenda, é feito uma vistoria, calcula-se o preço de
mercado e, em seguida, coloca-o à venda.
A partir da terça-feira (19.jan.2016), o comprador interessado pelos
imóveis vai até a Caixa — o banco também procurará compradores em
potencial — e ali será organizado o processo de venda, com formação dos
lotes. Pelo contrato com o governo, a Caixa vai receber 3,5% do valor de
venda do imóvel.
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