Conversas de empreiteiro mostram agendamento de viagens para Lula
O ex-presidente Lula |
A Polícia Federal encaminhou um relatório de cerca de 600 páginas à
Procuradoria-Geral da República sobre os principais achados nas
mensagens telefônicas de Léo Pinheiro, que mantinha proximidade com
políticos do alto escalão da República.
Mencionando mais de 20 políticos, de ministros a parlamentares, as
mensagens do celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro interceptadas
pela Polícia Federal indicam, também, o agendamento de viagens para o
ex-presidente Lula.
Em relação a Lula, citado nas mensagens como "Brahma" segundo a Polícia
Federal, Léo Pinheiro conversa com seus funcionários para decidir
viagens do ex-presidente ao exterior e cita a ajuda dele em obras.
Uma das mensagens do empreiteiro diz que "o Brahma quer fazer a
palestra" entre os dias 24 e 26 de novembro de 2013 em Santiago. Já no
dia 25 daquele mesmo mês, um funcionário do empreiteiro lhe envia uma
mensagem indicando a disponibilização de um avião para Lula ir ao Chile.
"Leo, colocamos o avião à disposição de Lula para sair amanhã ao
meio-dia. Seria bom você checar com Paulo Okamotto [presidente do
Instituto Lula] se é conveniente irmos no mesmo avião", diz a mensagem,
cujo remetente foi César Uzeda, segundo a PF, que foi executivo da OAS
na área internacional.
Ainda sobre o Chile, Léo Pinheiro diz a um funcionário que Lula estava
"procurando saber" de obras que a OAS tocava no país, sem explicar o
motivo.
“No Chile hoje estamos construindo além do hospital alguma outra obra?
Valor, estágio e localização. O Brahma [Lula] está procurando saber” —
18.out.2013 — Léo Pinheiro
O ex-presidente da OAS também manda uma mensagem para Uzeda em 7 de
janeiro de 2014 afirmando que Lula "poderá ir ao Uruguai agora em
janeiro ou início de fevereiro. Veja com Diego quando seria melhor".
Defesa. A assessoria do Instituto Lula disse que não teve acesso a
esse relatório da Polícia Federal e não vai se manifestar sobre
vazamento seletivo e ilegal de informações.
Palestras e viagens pagas pela OAS ao ex-presidente Lula — segundo o Instituto Lula.
Alguns políticos citados, segundo relatórios da Polícia Federal, nas conversas no celular de Léo Pinheiro.
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