Ladrão devolve R$ 1.000 roubados
no Réveillon de Copacabana: 'me perdoe'
no Réveillon de Copacabana: 'me perdoe'
Ladrão devolve dinheiro e deixa cartão com pedido de perdão |
O advogado Eduardo Goldenberg, morador do Rio de Janeiro, teve a
carteira roubada na noite do dia 31 de dezembro, ao chegar a Copacabana,
na zona sul da capital fluminense, para a festa da virada do ano.
Alguns dias depois, ele conseguiu recuperar a carteira.
Na terça-feira (05.jan.2016), ao chegar ao trabalho, ele encontrou um
envelope com quase todo o dinheiro que havia sido furtado — R$ 1.017 — e
um bilhete deixado pelo ladrão. "Dr. Eduardo, estou devolvendo seu
dinheiro, que eu peguei da sua carteira no dia 31, em Copacabana. Não
dormi, arrependido, e peço que me perdoe. Feliz Ano Novo. Só tirei
cinquenta reais pra comprar uma champanhe pra minha mãe. Fábio", dizia o
texto, escrito a mão.
O próprio advogado diz ver a história como algo inacreditável. "A
história é inverossímil. Se não tivesse alguém para contar, não teria ar
de verdade", disse Goldenberg. "Não tenho nada a ganhar com isso [com a
divulgação da história]. Nem sei por que os holofotes estão voltados
para mim. A história do garoto é comovente."
MENSAGEM
Goldenberg compartilhou sua história no Facebook, que viralizou em
apenas algumas horas, com mais de 4.000 curtidas e quase 3 mil
compartilhamentos. "Mal saltamos na estação Siqueira Campos, plau!,
senti uma mão estatelada no bolso esquerdo da bermuda cargo que eu
vestia e adeus carteira, adeus dinheiro e nada disso importa, é 31 de
dezembro, que façam bom uso do dinheiro, dos documentos eu peço a
segunda via e vamos pra festa que é o que interessa", contou Goldenberg
no texto.
Ele continua o post dizendo que foi contatado no dia seguinte, pelo
Facebook, por uma pessoa cuja identidade foi preservada e que havia
encontrado a carteira na própria estação de metrô Siqueira Campos.
Mas foi só na terça-feira (05.jan.2016), quando voltou ao trabalho, que o
advogado teve a surpresa: um envelope com o dinheiro — R$ 50 estavam
faltando — e o bilhete: "Entrei, já aflito. Tranquei a porta. Acendi as
luzes, sentei-me, pus os óculos, abri com cuidado o envelope e contei,
atônito, R$ 967 em dinheiro". "Eu só chorava. Quem me protege não
dorme", finalizou.
O advogado disse não ter visto necessidade de registrar boletim de
ocorrência a respeito do furto. "A única coisa que me interessava na
carteira eram os documentos. E eu poderia pedir a segunda via deles
depois", disse.
REPERCUSSÃO
Goldenberg ainda não tem noção sobre a repercussão de sua mensagem
publicada. "Não tive condição de parar para ver isso ainda. Sei de um
amigo e de outro que falam que viram história aqui, ali", contou.
Sobre comentários de leitores que pensam que a história não seja
verdadeira, o advogado diz que é "uma pena não acreditarem". "Achei que
não custava dividir isso com as pessoas."
O advogado critica o "discurso do medo" na sociedade. "No Brasil, temos
mais medo do que violência. Aos 46 anos, sofri o primeiro furto da minha
vida", disse o advogado, que não pretende deixar de fazer nada em sua
rotina após o furto na noite de Ano-Novo.
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