Teste clínico de medicamento na
França deixa um morto — outros cinco pacientes que foram expostos à nova
droga seguem internados — agência de remédios investiga laboratório
Hospital de Rennes, na França, para onde foram levados os pacientes |
PARIS — Morreu no domingo, 17.jan.2016, um paciente que havia sido
hospitalizado após participar de um teste clínico para um novo
medicamento analgésico, na França. Na sexta-feira (16.jan.2016), ele já
havia tido a morte cerebral declarada pelos médicos do Hospital
Universitário de Rennes.
Ele e outros cinco voluntários — todos homens, na faixa de 28 a 49 anos —
da pesquisa tiveram problemas e foram hospitalizados. O que morreu e
outros quatro apresentaram problemas neurológicos — o sexto ainda não
havia desenvolvido sintomas, até a noite de sexta-feira (16.jan.2016).
Segundo o hospital, o estado de saúde de três deles era estável.
A droga, um composto sintético que age sobre os mesmos mecanismos
biológicos em que atua a maconha, não é um derivado da erva — como
alguns veículos de imprensa chegaram a divulgar. Trata-se de uma
molécula provisoriamente chamada de BIA 10-2474. Esta fase de testes
teve início no último dia 7 e, de acordo com o diretor do laboratório
farmacêutico, Francois Peaucelle, envolveu 108 voluntários — sendo que
90 receberam a droga e, os demais, foram expostos a um placebo.
Histórico. O produto foi desenvolvido pelo laboratório Bial,
maior empresa farmacêutica de Portugal. O teste clínico foi conduzido
pelo laboratório Biotrial, empresa francesa incumbida da tarefa. Em
nota, o laboratório frisou que todos os testes "foram realizados em
plena conformidade com as normas internacionais". A agência nacional de
medicamentos da França iniciou investigações sobre o caso no sábado
(16.jan.2016) — inclusive inspecionando o laboratório. Os testes já
haviam sido suspensos na segunda-feira (11.jan.2016).
A ministra da Saúde da França, Marisol Touraine, classificou o caso como
"incidente muito sério". Ao contrário do Brasil, a França permite que
voluntários de testes clínicos sejam remunerados — os participantes
deste receberam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário