segunda-feira, 18 de janeiro de 2016




Teste clínico de medicamento na França deixa um morto — outros cinco pacientes que foram expostos à nova droga seguem internados — agência de remédios investiga laboratório



Hospital de Rennes, na França, para onde foram levados os pacientes


PARIS — Morreu no domingo, 17.jan.2016, um paciente que havia sido hospitalizado após participar de um teste clínico para um novo medicamento analgésico, na França. Na sexta-feira (16.jan.2016), ele já havia tido a morte cerebral declarada pelos médicos do Hospital Universitário de Rennes.
Ele e outros cinco voluntários — todos homens, na faixa de 28 a 49 anos — da pesquisa tiveram problemas e foram hospitalizados. O que morreu e outros quatro apresentaram problemas neurológicos — o sexto ainda não havia desenvolvido sintomas, até a noite de sexta-feira (16.jan.2016). Segundo o hospital, o estado de saúde de três deles era estável.
A droga, um composto sintético que age sobre os mesmos mecanismos biológicos em que atua a maconha, não é um derivado da erva — como alguns veículos de imprensa chegaram a divulgar. Trata-se de uma molécula provisoriamente chamada de BIA 10-2474. Esta fase de testes teve início no último dia 7 e, de acordo com o diretor do laboratório farmacêutico, Francois Peaucelle, envolveu 108 voluntários — sendo que 90 receberam a droga e, os demais, foram expostos a um placebo.

Histórico. O produto foi desenvolvido pelo laboratório Bial, maior empresa farmacêutica de Portugal. O teste clínico foi conduzido pelo laboratório Biotrial, empresa francesa incumbida da tarefa. Em nota, o laboratório frisou que todos os testes "foram realizados em plena conformidade com as normas internacionais". A agência nacional de medicamentos da França iniciou investigações sobre o caso no sábado (16.jan.2016) — inclusive inspecionando o laboratório. Os testes já haviam sido suspensos na segunda-feira (11.jan.2016).
A ministra da Saúde da França, Marisol Touraine, classificou o caso como "incidente muito sério". Ao contrário do Brasil, a França permite que voluntários de testes clínicos sejam remunerados — os participantes deste receberam.






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