sábado, 16 de janeiro de 2016




Ministro alemão sugere imposto sobre gasolina na UE para financiar crise migratória — políticos alemães rejeitam a proposta



O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble,
conversa com a imprensa em Bruxelas


BERLIM — O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, sugeriu no sábado (16.jan.2016) a criação de um imposto europeu sobre a gasolina para ajudar a financiar os esforços do continente na gestão da crise migratória. Se nem todos os países da UE estiverem preparados para aderir à proposta, Schaeuble sugeriu que uma “coalizão dos dispostos” o faça.
— Se os fundos dos orçamentos nacionais e do orçamento europeu não são suficientes, então vamos, por exemplo, aplicar uma taxa sobre cada litro de gasolina — afirmou ele ao jornal “Sueddeutsche Zeitung”. — Por que não aplicar isso a nível europeu, se o desafio é tão urgente? Temos de garantir ao Schengen (tratado que prevê que a livre circulação entre fronteiras) fronteiras externas agora. A resolução destes problemas não devem falhar por causa de fundos limitados.
Schaeuble é membro do partido conservador da chanceler Angela Merkel. A vice-líder do partido, Julia Kloeckner, rapidamente rejeitou a sua proposta, apontando para as receitas fiscais saudáveis na Alemanha que garantiram ao governo um excedente orçamental no ano passado. Julia, que espera se tornar governadora do estado ocidental da Renânia-Palatinado em uma eleição em março, disse que é “estritamente contra qualquer aumento de impostos”.
— Não é justo para os viajantes alemães que dependem de seus carros pagarem a conta — argumentou.
A líder do partido esquerdista Die Linke, Sahra Wagenknecht, tuitou:
“Schäuble enlouqueceu: em vez dos poderosos, motoristas devem pagar pelos refugiados. Há melhores maneiras de não envenenar o meio ambiente”.
Várias associações de motoristas também expressaram oposição, alegando que os atuais preços baixos de gasolina não justificam tal política.
A União Europeia tem lutado para encontrar um terreno comum no meio do afluxo de pessoas em busca de segurança. Alemanha e Suécia têm permitido um grande número de refugiados, enquanto muitos outros países estão relutantes em compartilhar a responsabilidade.






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