quinta-feira, 21 de janeiro de 2016




Juros e Investimentos



Com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, os juros médios cobrados das pessoas físicas serão de 139,64% ao ano (ou 7,56% ao mês), segundo cálculos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). É a mesma taxa registrada em dezembro.
Abaixo, veja simulações feitas pela Anefac do impacto da manutenção da Selic em 14,25% nas operações de crédito.




Mas o momento não é só de pessimismo. Aplicações ganham força no cenário de Selic a 14,25% ao ano. Quem conseguir investir terá um bom retorno, aproveitando a taxa alta de juros. A única ressalva é a aplicação em poupança, que deve, pelo segundo ano, perder para a inflação. Em 2015, a caderneta rendeu 8,07%, contra IPCA de 10,67%.
Para aproveitar o momento, as melhores opções são CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), títulos públicos ou fundos de renda fixa.
Os cálculos [do quadro abaixo] são de Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas. A inflação prevista [no cálculo] para este ano é de 7% — isso deve ser levado em consideração antes de definir em qual produto aplicar.








BC mostra que está de mãos atadas no combate à inflação



Ao não elevar os juros com o IPCA em 10,67%, o Banco Central (BC) mostrou que está de mãos atadas para combater a alta dos preços. Reforçou a tese defendida por muitos economistas de que mais juros vão elevar a dívida, o dólar, e a própria inflação.
Desse modo, o BC vira um expectador. Passa a torcer para que a inflação caia, com a recessão e a queda dos preços das commodities, principalmente do petróleo, mas fica sem instrumentos para conter a sua alta.
Até a nota de Alexandre Tombini, na terça-feira (19.jan.2016), o BC vinha negando essa hipótese. Mas deu uma guinada na sua avaliação e manteve os juros na quarta-feira (20.jan.2016) por seis votos a dois.



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Após mudança de discurso, Banco Central mantém taxa de juros em 14,25% — diante de uma forte recessão, BC opta por não mexer nos juros apesar dos riscos inflacionários — decisão alimenta avaliação de que a autoridade monetária não tem autonomia



Alexandre Tombini



Numa decisão marcada pela polêmica e desconfiança de ingerência política da presidente Dilma Rousseff, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa de juros em 14,25%. Na primeira reunião do ano, os membros do Copom optaram em não mexer na taxa Selic para não aprofundar a recessão no País, apesar do risco de a inflação fechar este ano mais uma vez acima do teto da meta depois de bater 10,67% em 2015.
A decisão não foi unânime. Seis integrantes voltaram pela manutenção. Os diretores Sidnei Corrêa e Tony Volpon, no entanto, votaram pela alta da Selic para 14,75%. Dividido e sob críticas generalizadas que minaram a ainda mais a sua já baixa credibilidade, o BC evitou uma nova subida da Selic, movimento combatido fortemente pelo PT e até mesmo por economistas considerados mais conservadores, que colocaram em dúvida a eficácia da alta dos juros para derrubar a inflação na atual conjuntura de crise do País.
"Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, considerando a elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ", informa o comunicado do BC, divulgado após a reunião. Desde julho, a taxa Selic está no mesmo patamar no atual ciclo de aperto monetário que teve início em abril de 2013.





A manutenção da Selic em 14,25% pela quarta vez consecutiva marca uma reviravolta na estratégia do BC, que até segunda-feira (18.jan.2016) dava todas as sinalizações de que iria usar novamente a arma dos juros para coordenar as expectativas dos agentes econômicos e mostrar que seria capaz de colocar a inflação na trajetória do centro da meta de 4,5% em 2017.
O cenário mudou depois que o presidente do BC, Alexandre Tombini, divulgou na terça-feira (19.jan.2016), poucas horas antes do início da primeira etapa do Copom, comunicado alertando para a piora das previsões para a economia brasileira feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
O informe provocou abalo no mercado e foi interpretado como um sinal de rendição de Tombini às pressões da presidente e uma desculpa para mudar de estratégia na última hora. Essa percepção aumentou na quarta-feira (20.jan.2016) com as declarações do ex-presidente Lula minimizando o risco de inflação em 8% e recomendando ao BC que não subisse os juros, porque "nem os banqueiros querem".
A incerteza foi tamanha que os investidores passaram a incluir até mesmo nas apostas a possibilidade de queda dos juros, o que não ocorreu.
A mudança do Copom alimentou a avaliação de que o BC não tem autonomia e foi vista como adesão do BC ao projeto da presidente de dar uma nova guinada na política econômica junto com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, para garantir a recuperação mais rápida da economia.
Com a manutenção da Selic na quarta-feira (20.jan.2016), o Brasil segue disparado como maior pagador de juro real (descontada a inflação) do mundo. Nas projeções da Infinity Asset, só um corte da magnitude de 4,5 pontos porcentuais faria com que o Brasil saísse da liderança do ranking.







quarta-feira, 20 de janeiro de 2016




Nova regra de ICMS pode gerar alta de até 50% em produtos na internet



Os produtos comercializados na internet por micro e pequenos empresários poderão ficar até 50% mais caros com a nova regra de cobrança do ICMS nas operações interestaduais. Convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que entrou em vigor em 1º de janeiro, estabelece que o recolhimento do imposto se dê no estado de destino, e não no de origem, como defendem associações empresariais.
A nova regra criou uma federação com fronteiras tributárias. Um pequeno empresário que usa o comércio eletrônico e recolhe oito impostos numa guia única será obrigado a se inscrever em cada um dos estados da federação para onde ele for vender e emitir guias de recolhimento.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) defende que a tributação aconteça no estado de origem, de uma só vez, e apoiará todas as iniciativas para derrubar o convênio do Confaz. Isso incluiria até mesmo uma possível Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF), tendo à frente confederações e entidades empresariais em geral.
Segundo o Sebrae, 70% do comércio eletrônico são feitos por micro e pequenos empresários — que representam 26% do faturamento global — e a grande empresa terá de reforçar sua estrutura de administradores tributários.









Entidades divulgam manifesto que acusa Dilma de falta de legitimidade para propor CPMF — defendem corte de despesas do governo e redução de juros



A mobilização do setor produtivo, que na terça-feira (19.jan.2016) divulgou um manifesto questionando a legitimidade política da presidente Dilma Rousseff para propor a recriação da CPMF ou aumento de tributos já existentes, pode ser a pá de cal na pretensão do governo em aprovar o imposto do cheque para tapar um buraco de R$ 10,3 bilhões no orçamento de 2016. Líderes da base e oposição avaliam que a classe produtiva acordou para a gravidade da situação econômica e a pressão das entidades mais representativas do PIB brasileiro coincidem com o sentimento dos parlamentares na volta de seus estados.
Na carta assinada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), CNI (Confederação Nacional da Indústria), CNT (Confederação Nacional do Transporte), CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e CNS (Confederação Nacional da Saúde), as entidades dizem que Dilma não disse na sua campanha eleitoral, em 2014, que iria aumentar esses impostos e que é preciso foco na geração de empregos.
Para solucionar a crise financeira, as cinco entidades de representação nacional sugerem “cortes de despesas” e, com o incremento da atividade econômica, a redução dos juros e o estímulo à atividade produtiva.
De acordo com o documento, a manutenção do emprego dos brasileiros deve ser realmente a prioridade do governo e o aumento da carga tributária em nada colabora para alcançar tal propósito. Além disso, as entidades pedem mobilização da sociedade e da classe política para reagir contra o aumento da carga tributária.
Durante um pronunciamento feito na semana passada, Dilma afirmou que o índice de desemprego no Brasil é a grande preocupação do governo e que a volta da CPMF é fundamental para o país “sair mais rápido da crise”.



Leia abaixo a íntegra do manifesto das Confederações e OAB:
“Manifesto contra a criação ou aumento de tributos e pelo cumprimento dos compromissos do governo apresentados pela Presidente da República em seu programa de campanha eleitoral

Uma campanha eleitoral serve, no mínimo, para que o candidato apresente um programa de governo e com ele se comprometa publicamente em implementar.
A presidente Dilma Rousseff não tratou de aumento de carga tributária ou de criação de tributo durante a sua campanha eleitoral.
As entidades que subscrevem esse manifesto vêm apresentar a sua firme convicção no sentido de que falta legitimidade política para a Presidência da República propor medidas que aumentem a carga tributária no Brasil, seja criando a CPMF ou aumentando a alíquotas dos tributos existentes.
As entidades compreendem que o equilíbrio das contas públicas será encontrado com os cortes de despesas e com o incremento da atividade econômica, com a redução dos juros e o estímulo à atividade produtiva.
A manutenção do emprego dos brasileiros deve ser realmente a prioridade do governo e o aumento da carga tributária em nada colabora para alcançar tal propósito.
As entidades que subscrevem a presente, com a legitimidade de quem sempre se põe a serviço do Brasil pela estabilidade democrática e pelo respeito às  instituições, conclamam a sociedade e as forças políticas a pronunciarem um rotundo não a qualquer aumento da carga tributária no Brasil.

Brasília, 19 de janeiro de 2016.”









Dilma anuncia criação de órgão para fiscalizar o futebol no país



Dilma cumprimenta o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello,
durante a cerimônia em Brasília


A presidente Dilma Rousseff anunciou na terça-feira (19.jan.2016) a criação da Autoridade Pública de Governança de Futebol (APFUT), que pertence à estrutura do Ministério do Esporte. O órgão será responsável por fiscalizar as ações da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, o Profut. O decreto criando a APFUT foi assinado durante cerimônia no Palácio do Planalto.
— Assinamos o decreto que cria a Autoridade Pública de Governança do Futebol. Ela contará com a participação paritária de atletas, dirigentes, treinadores, e será a instância fiscalizadora do Profut, garantindo a efetiva modernização da gestão dos clubes. Acompanharemos com interesse, rigor e transparência as contrapartidas assumidas pelos clubes. (O Profut) marca o início da maior reforma já vivenciada pelo futebol — disse a presidente.
Dilma disse ainda que pretende enviar ao Congresso Nacional este ano a proposta de revisão da Lei Pelé, que pune ex-dirigentes esportivos que praticam gestão temerária ou provocam endividamento excessivo aos órgãos que dirigem, e do Estatuto do Torcedor, uma lei de 2003 que tem como objetivo combater a violência em eventos esportivos. E disse que pretende propor uma legislação trabalhista específica para o futebol, que proteja os atletas e esclareça as responsabilidades dos clubes.
— Essas mudanças vão dar velocidade ao processo de modernização da indústria do futebol, fazendo com que essa cadeia produtiva gere ainda mais emprego, renda e sobretudo mais vitórias para o país. Acima de tudo, queremos valorizar nossa história e nossa identidade, pois somos sem dúvida a pátria de chuteiras, como disse o Nelson Rodrigues. É exatamente isso que a Caixa está fazendo hoje, marcando um gol de placa para ajudar o Brasil a voltar a exportar o espetáculo e a arte de seu futebol, e não apenas nossos craques — disse Dilma.
Durante a cerimônia, também foi anunciado patrocínio de R$ 83 milhões da Caixa Econômica Federal a dez clubes brasileiros. Oito deles já recebiam dinheiro da Caixa e dois entraram em 2016: o Atlético-MG e o Cruzeiro. O valor destinado ao Corinthians ainda está em negociação. A verba destinada ao Flamengo será de R$ 25 milhões, o patrocínio ao Atlético-MG e ao Cruzeiro, de R$ 12,5 milhões cada; Atlético-PR, Coritiba, Sport e Vitória receberão R$ 6 milhões cada; o patrocínio aos clubes catarinenses Chapecoense e Figueirense será de R$ 4 milhões para cada, e o CRB receberá R$ 1 milhão. O órgão também está em negociação com o Vasco e o Atlético-GO.



PS.: O governo quer mudar a Lei Pelé para incentivar times a se tornarem empresas de futebol. A ideia é manter os atuais benefícios fiscais para as agremiações que se transformem em sociedades anônimas. A mudança permitirá que os times tenham acionistas, facilitando a atração de investidores e a transparência da gestão. O Planalto também quer proteger times pequenos que descobrem e formam jogadores, dando a eles o direito de receber dinheiro quando tiverem um atleta roubado.
O Bom Senso FC, movimento de jogadores de futebol para a melhoria do esporte no país, será chamado para debater a proposta.
A iniciativa de Dilma atropela, a princípio, a decisão do Senado de criar uma comissão de juristas para revisar a legislação esportiva no país.









Justiça aceita denúncia sobre corrupção na Petrobras desde 1999



O juiz substituto da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Vitor Barbosa Valpuesta, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal sobre pagamento de propina da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras de 1999 a 2012.
A denúncia, feita pelos procuradores em dezembro, torna-se agora uma ação penal, tendo como réus os ex-funcionários da Petrobras Jorge Zelada, Renato Duque, Pedro Barusco e Paulo Roberto Buarque Carneiro, além dos ex-representantes da SBM no Brasil Julio Faerman e Luís Eduardo Campos Barbosa.
O juiz Vitor Valpuesta entendeu haver indícios mínimos do cometimento dos crimes apontados na denúncia, como corrupção ativa, passiva e evasão de divisas, e determinou a abertura da ação, em decisão de 13 de janeiro.
Faerman e Barusco firmaram acordos de delação premiada e, por isso, terão suas penas atenuadas. Faerman detalhou como fez os pagamentos de propina por meio de contas no exterior aos funcionários da Petrobras.
Além de abrir a ação penal, o juiz determinou o desmembramento do processo em relação aos sete representantes estrangeiros da SBM que foram alvos da denúncia.
Segundo o Ministério Público Federal, os pagamentos de propina começaram por volta de 1999 até 2012, passando pelos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Só Barusco, por exemplo, disse em sua delação ter recebido cerca de US$ 21 milhões de Faerman e Luís Barbosa em contas no exterior.
O caso começou a ser investigado antes de vir à tona a Operação Lava Jato, que tramita em Curitiba, e por isso corre na Justiça do Rio. Barusco fez delação tanto com a Lava Jato como com o Ministério Público do Rio.
Dois estrangeiros acusados de crimes de menor potencial ofensivo, Bruno Chabas e Sietze Hepkema, manifestaram interesse em um "acordo de transação penal", instituto pelo qual negociam uma pena de multa ou restritiva de direitos e se livram do processo.
A SBM já havia assinado um acordo com o Ministério Público da Holanda, no qual admitiu ter pago US$ 139 milhões em propina no Brasil, e negocia um acordo de leniência com o governo federal.









Brasil não cumprirá meta de universalização do ensino em 2016






O Brasil ainda tem mais de 2,7 milhões de crianças e adolescentes fora da escola, o que representa 6,2% do total da população de 4 a 17 anos. Este é o último ano que o País tem para garantir que todos nesta faixa etária estejam devidamente matriculados. Especialistas preveem descumprimento da meta. O país não vai alcançar, neste ano, a universalização do atendimento para crianças e adolescentes (entre 4 e 17 anos), como havia sido definido em emenda constitucional de 2009.
Apesar de o direito à educação estar previsto na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a obrigatoriedade da matrícula só era definida para jovens de 6 a 14 anos. Em 2009, uma Emenda Constitucional ampliou essa garantia para as crianças de 4 e 5 anos e para os adolescentes de 15 a 17 anos, com a universalização de oferta exigida até 2016.
Dados reunidos pela ONG Todos pela Educação mostram que o acesso à educação básica cresceu nos últimos dez anos. O percentual de matriculados nas escolas passou de 89,5% em 2005 para 93,6% em 2014 — números mais recentes disponíveis.
Os avanços foram maiores em estratos sociais historicamente mais vulneráveis: entre os 25% mais pobres, em comparação com os 25% mais ricos; na zona rural, em comparação com a área urbana; e entre negros e pardos, em comparação com brancos.
Um dos entraves para a universalização, agora, é o acesso para crianças com necessidades especiais. Outro ponto que deve ser atacado é a taxa de abandono no ensino médio, que chega a 9,5% no primeiro ano. O desafio é entender cada motivo que levou o aluno a abandonar a escola, seja por morar longe do colégio ou até por um problema de falta de acessibilidade.
A crise econômica que atinge o orçamento do governo federal, dos estados e das prefeituras é outra preocupação, já que a diminuição de recursos pode retardar a velocidade dos avanços ou até mesmo impor retrocessos. Os impactos nos índices da educação podem ser sentidos já em 2016. Os cortes (orçamentários) podem ter reflexo na qualidade e também nas matriculas, porque o aumento da oferta tem relação direta com custo. Tem que construir mais escolas, contratar mais professor, comprar mais material ... a falta de recurso tem reflexo direto nisso.












A Petrobras venceu uma competição informal que vinha sendo feita por operadores de mercado. Eles apostavam quem valeria primeiro — R$ 5,00 — o litro da gasolina, o dólar ou a ação da petroleira? Deu Petrobras.












Para FMI: recessão brasileira em 2015 e 2016 é a pior do mundo; em 2017 Brasil ficará estagnado e só voltará a crescer a partir de 2018



O cenário não poderia ser pior para o Brasil. As novas perspectivas globais do Panorama Econômico Mundial (WEO, na sigla em inglês), do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas na manhã de terça-feira (19.jan.2016), indicam que a economia do país se retraiu em 3,8% em 2015 e deverá sofrer outra queda de atividade, de 3,5%, neste ano. O FMI ainda afirma que o país terá crescimento zero em 2017, ou seja, a tão esperada retomada ficaria para 2018. Na previsão de outubro, a expectativa era de recessão de 3% em 2015 e de nova queda de 1% neste ano.






Assim, o Brasil tem as piores perspectivas entre as nações destacadas pelo Fundo, superando a Rússia, que até a previsão de outubro tinha piores previsões para 2015 — por causa dos problemas econômicos após o embargo com a incorporação da Crimeia e sentindo fortemente a queda do preço do petróleo. O Brasil é apontado pelo Fundo como um dos responsáveis pela redução da expectativa de crescimento global para os dois anos. Segundo o FMI, depois de ter um crescimento de 3,4% em 2014, a economia global avançou 3,1% em 2015 e terá expansão de 3,4% neste ano e de 3,6% em 2017 — os valores de 2016 e de 2017 foram cortados, cada um, em 0,2 ponto percentual, na comparação com as expectativas de outubro.
“Sobre a composição dos países, as revisões podem ser atribuídas principalmente ao Brasil, cuja recessão (causada pela incerteza política em meio ao rescaldo da ininterruptas investigações da Petrobras) está se demonstrando ser mais profunda e prolongada que o esperado”, afirma o documento que afirma que toda a América Latina também apresentará recessão em 2016, “apesar do crescimento positivo na maioria dos países da região. Isso reflete a recessão do Brasil e de outros países em dificuldades econômicas”, conclui o documento.

Após a divulgação do documento do FMI, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse, por meio de nota, que considera significativas as revisões para baixo das projeções econômicas para o Brasil e que todas as informações são consideradas nas decisões do Copom.
"O presidente Tombini ressalta que todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado", segundo comunicado do BC, no primeiro dia de reuniões para decidir sobre a Selic.

O FMI estima que o crescimento global será mais gradual que o previsto anteriormente. O Fundo acredita que as economia avançadas continuarão a viver “uma recuperação moderada e desigual”, enquanto os países emergentes terão panorama variado, embora sempre com desafios. Entre eles a desaceleração da economia chinesa — que cresceu 6,9% em 2015, a menor taxa em 25 anos —, a queda dos preços das matérias primas e “tensões” que encontram algumas grandes economia emergentes. O documento prevê que o preço do petróleo, que caiu 47,1% em dólar em 2015, deva retroceder mais 17,6% neste ano.
“Em 2015, a atividade econômica internacional se manteve atenuada. Apesar de ainda gerarem mais de 70% do crescimento mundial, as economias de mercados emergentes e em desenvolvimento se desaceleraram pelo quinto ano consecutivo”, informou o documento, que também listou como desafios para este ano a queda do preço da energia e o endurecimento da política monetária dos Estados Unidos, que começou a elevar seus juros.






Sobre a desaceleração chinesa, o documento afirma que ela ocorre dentro do esperado, mas que a queda mais brusca e rápida que o esperado das importações do país asiático, por causa do abrandamento dos investimentos industriais, juntamente com dúvidas sobre o desempenho futuro da China, “está contagiando outras economias através dos canais comerciais e da queda do preço da matéria prima, assim como diante de uma menor confiança e uma piora na volatilidade dos mercados financeiros”.
O economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, afirmou na terça-feira (19.jan.2016) em Londres que os mercados financeiros globais parecem estar reagindo de maneira exagerada à queda dos preços do petróleo e à China:
— Não é um exagero sugerir que (os mercados) podem estar reagindo de maneira muito forte às pequenas evidências em um ambiente de volatilidade e aversão a risco.
O Fundo também apontou quatro fatores de risco que podem piorar suas previsões: uma desaceleração mais forte que o previsto do crescimento chinês, dificuldade de empresas endividadas em dólar com a valorização da moeda americana, aumento exacerbado de aversão ao risco e aumento das tensões geopolíticas, que poderiam afetar o fluxo comercial, financeiro e de turismo no mundo.



PS.: Apesar da sede pela manutenção dos juros no patamar atual, o governo detestou a nota de Alexandre Tombini, presidente do BC, considerando “significativas” as novas projeções de crescimento do FMI sobre a economia brasileira.
“Tombini quebrou a liturgia do silêncio na véspera da reunião do Copom”, reclamou um auxiliar presidencial.










TRT diz que cota para negro em concurso público é inconstitucional




TRT da Paraíba considerou inconstitucional a lei de cotas raciais em concursos públicos


O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da Paraíba considerou inconstitucional a lei de cotas raciais em concursos públicos, que reserva 20% das vagas a candidatos negros ou pardos, em uma decisão sobre um processo de nomeação postergada pelo Banco do Brasil. A Lei 12.990 (cotas raciais) está em vigor desde 2014.
Carlos Delano de Araújo Brandão ficou em 15º lugar em um concurso para escriturário do Banco do Brasil, que convocou 15 candidatos: 11 que disputaram a ampla concorrência, três cotistas e uma portadora de deficiência.
O advogado de Brandão, Max Kolbe, entrou com recurso e alegou que a lei de cotas para concursos públicos é inconstitucional. “Não se discute a questão das cotas para as universidades, que é legítima e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O concurso em questão diferenciou os candidatos pela sua cor. Como se isso significasse desproporção na capacidade de realizar uma prova escrita, o que não ocorreu”, disse o advogado.
O juiz Adriano Mesquita Dantas, em sua decisão, afirmou que a lei de cotas para negros e pardos em concursos públicos é inconstitucional. Um dos argumentos do magistrado é que “não existe direito humano ou fundamental garantindo cargo ou emprego público aos cidadãos, até porque a matriz constitucional brasileira é pautada na economia de mercado. Não fosse assim, teria o Estado a obrigação (ou pelo menos o compromisso) de disponibilizar cargos e empregos públicos para todos os cidadãos”.
O magistrado determinou, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, que Brandão seja contratado imediatamente, pois os três cotistas passaram em posições inferiores a dele (25º, 26º e 27º), graças à lei que Dantas considera inconstitucional.
Em nota, o Banco do Brasil informou que “cumpre integralmente a Lei 12.990, que prevê a destinação de parte das vagas de concursos públicos para negros e pardos”. “Em relação à decisão do TRT da Paraíba, vai analisar a sentença para adotar as medidas judiciais cabíveis.”










Após 'sequestro', Snoopy aparece acorrentado em poste




Snoopy roubado na Oscar Freire apareceu acorrentado
na esquina da rua Bela Cintra com a rua Estados Unidos


Uma estátua do Snoopy foi encontrada acorrentada a um poste na esquina da rua Bela Cintra com a rua Estados Unidos, na zona oeste de São Paulo.
O beagle de dois metros — trajando óculos de sol e camisa estampada — havia desaparecido na manhã de terça-feira (19.jan.2016) do local onde estava exposto na esquina da rua Oscar Freire com a rua Bela Cintra, nos Jardins. As réplicas fazem parte de uma ação da Fox Film para promover a animação "Snoopy & Charlie Brown — Peanuts, O Filme".
De acordo com a produtora, uma equipe foi ao local buscar a estátua para levá-la de volta à base. Eles foram avisados sobre o reaparecimento da estátua via Facebook.
O furto foi registrado no período da manhã de terça-feira (19.jan.2016), na 78º DP. A Polícia Civil afirma que irá analisar as imagens de câmeras de segurança da rua Oscar Freire para identificar as pessoas que danificaram e furtaram o Snoopy.
O "rapto" não é o primeiro problema enfrentado pelo o cão criado pelo cartunista americano Charles Schulz na capital paulista. Primeiro perdeu a pata, em frente ao estádio do Pacaembu. Depois perdeu as duas orelhas, em plena avenida Paulista.
Ao todo são 14 estátuas espalhadas pela cidade e vestida a caráter: o Snoopy de quimono na Liberdade, como maquinista na Estação da Luz, feliz na frente do Copan e da Praça da Sé, comendo o tradicional sanduíche de mortadela no Mercado Municipal, vestido como índio na frente do Mosteiro São Bento, fazendo compras na rua Oscar Freire, indo estudar de mochila no CEU Butantã, torcendo pelo Brasil no Estádio do Pacaembu e de terno e maleta na avenida Paulista. As estátuas ficam na cidade até dia 18 de fevereiro.
Em novembro de 2013, uma estátua da personagem Mônica também foi levada da rua Oscar Freire e encontrada dias depois, em Guarulhos.



A estátua da Mônica furtada da rua Oscar Freire foi encontrada em um terreno baldio
de Guarulhos em 2013









Chile tem maior plantação legal de maconha da América Latina




Iniciativa da Fundação Daya, a plantação chilena deve beneficiar cerca de 4 mil pacientes


COLBÚN, Chile — Uma plantação de 6.900 mudas tem chamado atenção no Chile, após sua inauguração oficial, no início deste ano. O motivo não poderia ser mais nobre e inusitado: trata-se de pés de maconha, cultivados há pouco mais de dois meses para serem usados como medicamento por cerca de 4 mil pessoas que fazem terapias para doenças como epilepsia, câncer e Mal de Parkinson. Esta é a maior plantação da cannabis sativa na América Latina.
O cultivo é feito na zona rural de Colbún, a 270 quilômetros ao Sul de Santiago, capital chilena, bem próximo à Cordilheira dos Andes. Apoiada por 20 municípios do país, a iniciativa foi levada à frente pela Fundação Daya, ONG que busca terapias alternativas para aliviar o sofrimento humano.
A organização espera colher 1,5 milhão de toneladas de ervas de cannabis entre março e maio, sob a supervisão de funcionários do Serviço Agrícola e Pecuário do governo.
— Esta plantação é uma etapa essencial para a plataforma colaborativa que objetiva desenvolver a maconha medicinal. No Chile, estamos na vanguarda dessa questão porque temos a maior safra na América Latina neste momento — disse Ana Maria Gazmuri, presidente da Fundação Daya.
Ela explica que os pacientes que serão beneficiados são moradores de cada uma das 20 cidades envolvidas no projeto.
— Em cada município haverá uma equipe médica que aplicará todos os questionários e perguntas relacionadas com o estudo, entregando, em princípio semanalmente e logo depois quinzenalmente, as doses correspondentes àqueles pacientes que estão participando — afirmou Ana Maria.



Trabalhador faz o manejo das plantas de cannabis sativa na maior plantação da América Latina


PROJETO DE DESCRIMINALIZAÇÃO PATINA NO CONGRESSO CHILENO
Ironicamente, o Chile é conhecido por ser um país conservador. Não à toa, o divórcio permaneceu ilegal até 2004, e o aborto o é até hoje, em qualquer circunstância — mesmo em situações de estupro, feto com anencefalia ou risco de morte para a gestante, três casos em que a legislação brasileira, por exemplo, permite a interrupção da gravidez.
Com relação à maconha, no entanto, o Chile foi o primeiro país latino-americano a autorizar o cultivo da planta para fins medicinais, a partir de um projeto de lei aprovado na cidade de La Florida, em dezembro de 2014. Na ocasião, a iniciativa pretendia atender 200 pacientes de câncer.
Desta vez, a inauguração da plantação na zona rural de Colbún vem num momento em que o Congresso chileno patina na discussão de um projeto de lei para descriminalizar o cultivo de maconha para uso pessoal, tanto medicinal quanto recreativo. Atualmente, a maconha está classificada como droga ilícita, e quem for flagrado cultivando para fins não medicinais ou portando a erva pode ser preso, com penas que vão de cinco a dez anos.
Isso só foi possibilitado porque, desde o mês passado, o país conta com uma legislação que autoriza a elaboração e venda de medicamentos com substâncias derivadas do cânhamo — como a maconha também é conhecida. Tal norma também foi adotada recentemente por nações como Porto Rico e Colômbia.
O cultivo da cannabis em grande escala e para uso terapêutico conta com o apoio técnico da Universidade de Valparaíso, que disponibilizou especialistas para estudarem as plantas. Também participam do projeto o Instituto do Câncer do Chile e hospitais públicos, que farão estudos clínicos com a meta de desenvolver pelo menos três remédios diferentes.
— Claramente, no Chile, estamos vivendo uma mudança nas políticas e na percepção cidadã. Estamos muito satisfeitos de que esta transformação esteja ocorrendo agora, quando o mundo vive um ressurgimento da maconha medicinal — assinala a presidente da Fundação Daya.









Imagens da Nasa mostram quais são os países mais poluídos do mundo



Nasa mostra, em laranja e vermelho, as áreas mais poluídas em 2014;
em azul, aquelas com melhor ar


Imagens divulgadas pela Nasa revelam quais são os países mais poluídos do mundo — e quais partes do globo reduziram ou aumentaram suas emissões nos últimos dez anos.
Embora ainda estejam entre as áreas com o pior ar em todo o mundo, Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão apresentaram melhora entre 2005 e 2014, de acordo com as imagens da agência espacial americana.
No continente europeu, a queda da poluição chegou a até 50%, como resultado da maior restrição sobre os poluentes, mesmo em meio ao escândalo de fraudes no controle de emissões de veículos que abateu a Volkswagen, gigante do setor automotivo.
No Brasil, os mapas mostram que o quadro geral se manteve similar, ainda longe dos altíssimos lançamentos de gases ocorridos nas regiões mais desenvolvidas do mundo — porém, centros tradicionalmente mais poluídos, como a Grande São Paulo, continuam com altos e preocupantes índices, semelhantes às de outras metrópoles globais.



No mapa acima, de 2005, "área vermelha" era maior nos Estados Unidos e na Europa,
mas menor no norte da China


Desde 2004, a Nasa monitora as emissões em todo o planeta por meio de um instrumento instalado em seu satélite Aura. Entre elas, as de dióxido de nitrogênio, resultado da queima de combustíveis fósseis, principalmente por carros, pela produção de energia e pela atividade industrial.
O gás se transforma no "mau" ozônio ao reagir com compostos orgânicos voláteis, quando exposto à irradiação solar. O resultado dessa mutação é o poluente respiratório mais presente no ar que respiramos — por isso, o dióxido de nitrogênio é usado, em geral, como indicador da qualidade do ar em geral, principalmente nas cidades grandes de países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
"Ao monitorar do espaço as emissões de dióxido de nitrogênio, conseguimos ver os efeitos de fatores como a energia, políticas ambientais e até conflitos civis na qualidade do ar ao redor do globo", afirmou, em comunicado divulgado pela Nasa, o cientista Bryan Duncan, que lidera o estudo no centro de voo espacial Goddard.



Mudanças na Europa entre 2005 e 2014;
quanto mais forte é o azul, maior foi a queda nas emissões


ONDE A POLUIÇÃO CRESCEU
Em países como China, Índia e parte do Oriente Médio, principalmente na região do golfo Pérsico, locais cujas economias e atividade industrial estão em expansão, a poluição aumentou.
As imagens da Nasa, porém, mostram um movimento interessante no norte chinês, onde estão as cidades mais industrializadas e a produção de energia se torna cada vez mais intensa. Enquanto a área, em geral, apresentou um aumento considerável da emissão do gás, Pequim, a capital do país, registrou uma considerável redução.
Segundo Duncan, isso é resultado de uma maior pressão da crescente classe média de Pequim por um ar melhor — a metrópole é historicamente considerada uma das cidades mais poluídas do mundo, e imagens constantemente a mostram coberta sob uma nuvem de poeira e com parte de seus habitantes usando máscaras nas ruas.



Mapa mostra que emissões caíram entre 2005 e 2014 na Síria em guerra (área com manchas em azul)
e avançaram no Iraque, que produz muito petróleo (onde há mais marcas vermelhas, à direita)


Os mapas da agência espacial americana mostram também os efeitos da movimentação demográfica, como a ocorrida por causa da guerra civil na Síria: enquanto os índices de dióxido de carbono caíram consideravelmente no país, principalmente em cidades maiores como a capital Damasco e Aleppo, as emissões cresceram nos países da vizinhança que mais receberam refugiados sírios.
Nos Estados Unidos, embora as emissões tenham sido reduzidas em geral, elas avançaram até 30% em algumas áreas de Estados como o Texas e a Carolina do Norte, onde há intensa produção de petróleo e gás natural.



Áreas "vermelhas", mais poluídas, diminuíram nos EUA entre 2005 (acima) e 2014 (abaixo)









Stephen Hawking prevê desastre
provocado pelo homem e abandono da Terra



O físico britânico Stephen Hawking afirmou que a humanidade corre o risco de ter de enfrentar uma série de perigos criada por ela mesma como guerra nuclear, aquecimento global e vírus criados pela engenharia genética.
O cientista disse também que o progresso na ciência e na tecnologia criará "novas formas de as coisas darem errado".
Hawking é o convidado deste ano para proferir as Reith Lectures, da BBC — que desde 1948 convida pessoas de projeção pública para uma série anual de palestras transmitida pelo rádio.
Em suas palestras, o físico explora a pesquisa em buracos negros. O alerta que fez, entretanto, veio como resposta à pergunta de um membro do público.
O físico prevê que a humanidade enfrentará sérios apuros no futuro e que sua sobrevivência dependerá da capacidade de colonizar outros planetas.
"Apesar de a possibilidade de um desastre no planeta Terra em um determinado ano poder ser bem baixa, isto vai se acumulando com o tempo, e se transforma em quase uma certeza para os próximos mil ou dez mil anos", disse Hawking.
"Até lá já deveremos ter nos espalhado pelo espaço e para outras estrelas, então um desastre na Terra não significaria o fim da raça humana."
"Mas não vamos conseguir estabelecer colônias autossustentáveis no espaço nos próximos séculos, então temos que ser muito cuidadosos neste período", afirmou Hawking.

IRONIA
É irônico que um nome tão importante da ciência identifique o progresso científico como uma grande fonte de novas ameaças.
Em ocasiões anteriores, Hawking destacou o risco potencial de a inteligência artificial se tornar uma séria ameaça para a raça humana.
Mas o físico insiste que a humanidade sempre encontrará formas de lidar com problemas que surgirem.
"Não vamos parar de progredir, ou reverter (o progresso), então temos que reconhecer o perigo e controlá-lo. Sou otimista e acredito que conseguiremos."
Quando perguntado qual conselho daria para jovens cientistas, Hawking afirmou ser importante que eles mantivessem seu senso de deslumbramento com "nosso vasto e complexo Universo".
"Do meu ponto de vista tem sido uma época gloriosa para estar vivo e pesquisando na área de física teórica. Não há nada como aquele momento Eureka, da descoberta de algo que ninguém sabia antes", afirmou.
Hawking acredita que conseguiremos estabelecer colônias no espaço, mas isto não deve ocorrer nos próximos séculos.






O físico britânico também disse que as futuras gerações de pesquisadores devem se conscientizar sobre como o progresso científico e tecnológico está mudando o mundo e ajudar o público a entender isto.
"É importante garantir que estas mudanças estejam indo na direção certa. Em uma sociedade democrática, isto significa que todos precisam ter uma compreensão básica da ciência para tomar decisões esclarecidas sobre o futuro."
"Então comunique claramente o que você está tentando fazer em termos científicos e, quem sabe, você pode acabar entendendo também", disse.

DETERMINAÇÃO
Desde que foi diagnosticado com doença do neurônio motor, a determinação de Hawking para superar os desafios físicos de seu problema se transformou em fonte de admiração no mundo todo.
A filha do cientista, Lucy, uma jornalista e escritora que, junto com o físico, escreveu livros de ciência para crianças, explicou a motivação de seu pai.
"Acho que ele é muito teimoso e tem um invejável desejo de continuar e habilidade de usar todas as suas reservas, toda a energia, toda a concentração mental e direcionar tudo isto para o objetivo de continuar", disse.
"Mas não apenas continuar com o propósito da sobrevivência, mas transcender isto produzindo um trabalho extraordinário, escrevendo livros, dando palestras, inspirando outras pessoas com doenças neurodegenerativas e outras deficiências e sendo um homem de família, um amigo e um colega para tantas pessoas e mantendo amigos no mundo todo."






terça-feira, 19 de janeiro de 2016




Reino Unido deportará imigrantes que não aprenderem a língua inglesa



O primeiro-ministro britânico, David Cameron, se encontra com islâmicas
em aula de inglês em Leeds


O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou na segunda-feira (18.jan.2016) que o Reino Unido poderá deportar imigrantes que não tiverem melhorado seu inglês em um período de dois anos e meio a partir de sua chegada.
A declaração foi feita no anúncio de um programa do governo britânico para facilitar o ensino da língua às mulheres islâmicas, a fim de facilitar sua integração à sociedade britânica e combater o extremismo no país.
A deportação valerá para todas as nacionalidades, mas Cameron fez todas as suas considerações voltadas às mulheres muçulmanas. Por isso, as declarações provocaram indignação na comunidade islâmica no Reino Unido.
Segundo o governo, serão destinados £ 20 milhões (R$ 115,6 milhões) para o ensino da língua. Estima-se que cerca de 190 mil mulheres muçulmanas falam muito pouco ou não falem a língua inglesa.
"Acho muito certo dizer que as pessoas que chegam ao nosso país que temos muitos direitos aqui, é um país fantástico para morar, mas também há obrigações que precisamos colocar para as pessoas que chegarem aqui", disse.
"Não digo que exista algum tipo de relação causal entre não falar inglês e tornar-se um extremista. Mas se você não sabe falar inglês, se não é capaz de se integrar, poderá ter dificuldades entendendo qual é sua identidade e estar consequentemente mais exposto à mensagem dos extremistas."
Para conceder residência pelo período de cinco anos, o Reino Unido atualmente exige das mulheres e dos maridos de um residente que tenham habilidades em inglês similares às de uma criança britânica recém-alfabetizada.
Pelo plano do chefe de governo, os cônjuges serão obrigados a melhorar o nível linguístico em dois anos e meio, sob pena de deportação. Cameron diz que sua intenção é punir os radicais islâmicos, que impedem suas mulheres de estudar.
"Isto está acontecendo no nosso país e não é aceitável. No nosso país as pessoas deveriam ser livres para se vestir como quiserem, de viver como quiserem", afirmou o chefe de governo.

CRÍTICAS
Devido às declarações, Cameron enfrentou críticas da comunidade islâmica e dentro de seu próprio partido. Sayeeda Warsi, que foi sua ministra, considerou que o primeiro-ministro estereotipou os muçulmanos britânicos.
"Acho que ameaçar mulheres e dizer que a menos que você tenha tal padrão você será deportada, mesmo com filhos no Reino Unido e seu marido seja britânico, é, para mim, uma forma incomum de dar poderes e encorajar mulheres".
Em nota, o Conselho de Mulheres Islâmicas britânicos condenou as colocações do chefe de governo e o acusou de marginalizar e demonizar a comunidade muçulmana de forma contraproducente.
"Apesar de comemorarmos o orçamento adicional para o ensino de inglês, não podemos concordar com sua relação entre o baixo nível de inglês e o extremismo", disse a secretária-geral da entidade, Shuja Shafi.
Assim como o Reino Unido, a Alemanha, a Áustria e a Holanda submetem os candidatos a residência permanente a testes de proficiência nas línguas locais.









Polícia alemã prende 1º suspeito de crime sexual no Ano-Novo em Colônia — a violência levou a protestos de nacionalistas e da extrema-direita contra a chegada dos estrangeiros ao país



A Polícia de Colônia anunciou na segunda-feira (18.jan.2016) que prendeu um homem argelino de 26 anos que é o primeiro suspeito de ter cometido um crime sexual durante as festas de Ano-Novo na cidade alemã.
O suspeito, que havia pedido asilo político na Alemanha, foi preso durante o fim de semana em uma residência para refugiados em Kerpen, perto de Colônia. Ele é acusado de tatear uma mulher para roubar seu celular.
Segundo o porta-voz da Promotoria, Ulrich Bremer, outros dois argelinos solicitantes de asilo, de 22 e 24 anos, foram presos em Kerpen e em Aarchen, no oeste alemão, também suspeitos de roubo durante a celebração.
Com eles, foram apreendidos dois telefones celulares roubados. Agora, chegou a 21 o número de detidos pela polícia de Colônia que teriam relação com a onda de violência da virada do ano.
Oito deles tiveram suas prisões temporárias convertidas em prisões preventivas. Três semanas após o arrastão, foram feitas 766 denúncias de crimes durante a virada, incluindo 381 de abuso sexual e três de estupro.
Vítimas e testemunhas afirmam que os crimes foram cometidos por um grupo de homens originários do Oriente Médio e do norte da África. A maioria dos presos devido aos casos vêm destas regiões.



Manifestantes anti-islâmicos seguram cartaz em que diz "Maomé não é bem-vindo"
em ato em Colônia


A violência do Ano-Novo levou a protestos de nacionalistas e da extrema-direita contra a chegada dos estrangeiros ao país. No ano passado, a Alemanha recebeu um recorde de 1,1 milhão de solicitações de asilo e refúgio.
Como resposta, a chanceler Angela Merkel enviou ao Parlamento um projeto que facilita a deportação de refugiados e imigrantes que cometerem crimes graves, como estupro e homicídio.
Na segunda-feira (18.jan.2016), a União Democrática Cristã, partido de Merkel, concordou em incluir Argélia, Marrocos e Tunísia na lista de países considerados seguros, diminuindo as chances de seus cidadãos de receberem asilo ou refúgio.
A maioria dos refugiados vem do Norte da África e do Oriente Médio, mesmas regiões de origem dos suspeitos da onda de crimes de Colônia. Nos últimos dias, houve protestos em diversas partes do país contra os refugiados.









Residências oficiais da Casa Civil e da Fazenda serão colocadas à venda



Residência oficial do ministro-chefe da Casa Civil, no Lago Sul, em Brasília
imóvel será posto à venda


Na tentativa de melhorar as contas do governo, em grave situação de déficit fiscal, o Ministério do Planejamento listou as residências oficiais dos ministros da Casa Civil e da Fazenda entre os imóveis da União que serão colocados à venda com financiamento da Caixa Econômica Federal.
Localizadas no Lago Sul, área nobre de Brasília, as casas atualmente não são ocupadas pelos dois homens de confiança da presidente Dilma Rousseff: os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Ambos alegam que preferiram morar em imóveis menores e assim o fizeram.
Segundo Guilherme Estrada Rodrigues, secretário nacional do Patrimônio da União, órgão que administra os bens de domínio do governo federal, na terça-feira (19.jan.2016) será publicada uma portaria no Diário Oficial da União autorizando a alienação de 239 imóveis, entre eles as residências oficiais dos ministros, com intermediação da Caixa.
O banco será também responsável por estimar o preço dos imóveis, mas ainda não apresentou esses dados.
Dessa forma, a compra poderá ser feita por pessoa física ou jurídica utilizando as linhas de crédito disponíveis na Caixa. Segundo o secretário, isso vai facilitar as transações visto que, no ano passado, o governo lançou licitação para alienação de 20 imóveis e não obteve sucesso. Esses, inclusive, estarão na lista que será publicada na terça-feira (19.jan.2016).
Sobre as residências oficiais, o secretário diz que "são casas que os novos ministros escolheram não ocupar e optaram pela alienação".
A assessoria de Jaques Wagner, porém, afirmou que ele sequer foi consultado sobre a venda da casa mas que "não caberia uma consulta" ao ministro, já que o Ministério do Planejamento é o responsável por tratar dos imóveis do governo e "cabe a ele" decidir o que fazer.
A expectativa da União é arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão com a alienação dos imóveis este ano. A lista que será publicada na terça-feira (19.jan.2016) é apenas o primeiro lote dos bens e, a cada dois meses, outros devem ficar à disposição para a compra.
Quando era ministra da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma morou na casa no lago, assim como seu antecessor José Dirceu e seus sucessores Erenice Guerra e Antonio Palocci.
Último a ocupar o gabinete de ministro-chefe da Casa Civil antes de Wagner, Aloizio Mercadante também preferiu morar em um apartamento em vez de usar a residência oficial.
A residência oficial chegou a ser oferecida ao ex-ministro da Educação Cid Gomes, mas ele não chegou a morar no local devido à realização de reformas.

VENDA — Segundo técnicos da Secretaria do Patrimônio da União, quando o imóvel não está em uso, como era o caso das residências oficiais dos ministros da Casa Civil e Fazenda, é feito uma vistoria, calcula-se o preço de mercado e, em seguida, coloca-o à venda.
A partir da terça-feira (19.jan.2016), o comprador interessado pelos imóveis vai até a Caixa — o banco também procurará compradores em potencial — e ali será organizado o processo de venda, com formação dos lotes. Pelo contrato com o governo, a Caixa vai receber 3,5% do valor de venda do imóvel.











MEC abre consulta às bolsas de estudo do Prouni 2016 — inscrições para o programa começam nesta terça-feira, 19.jan.2016



Os estudantes já podem fazer consulta às bolsas de estudo ofertadas no Programa Universidade para Todos (Prouni) para o primeiro semestre de 2016. As inscrições começam nesta terça-feira, dia 19.jan.2016, e podem ser realizadas até sexta-feira, dia 22.jan.2016.
O Prouni oferece bolsas parciais ou integrais em universidades privadas para estudantes de baixa renda. O resultado será divulgado no dia 25 de janeiro. Confira aqui o cronograma.
O Ministério da Educação ainda não divulgou o número de bolsas deste primeiro semestre.
Para se inscrever no Prouni é preciso ter participado do Enem de 2015 e ter obtido no mínimo 450 pontos na média das notas do exame. É preciso, ainda, ter obtido nota na redação que não seja zero.
Para concorrer às bolsas integrais, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.



MEC divulga resultado do Sisu — matrícula começa no dia 22 — lista de espera para candidatos que ficaram sem a vaga recebe inscrições até o dia 29



O Ministério da Educação (MEC) divulgou na manhã da segunda-feira (18.jan.2016) o resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Segundo o MEC, 2.712.937 candidatos se inscreveram no sistema. O número representa uma queda de 2,8%, já que a edição do ano passado registrou 2.791.334 inscritos. Confira aqui o resultado do Sisu.
O número de inscrições também caiu este ano: foram 5.275.613 contra 5.431.904 em 2015. Cada estudante pôde se candidatar a duas opções de curso. O prazo para as inscrições terminou às 23h59 da última quinta-feira (14.jan.2016). Ao todo, foram ofertadas 228.071 vagas em 131 universidades, um número 10,9% maior do que na edição passada, quando foram ofertadas 205.514 vagas.
A matrícula dos candidatos aprovados será feita nos dias 22, 25 e 26 de janeiro. Os candidatos que não conseguiram vagas poderão se inscrever para uma lista de espera até o dia 29 deste mês.






segunda-feira, 18 de janeiro de 2016





Crédito para empresa cai ao nível de 2004




Os financiamentos liberados para empresas recuaram para o menor patamar em mais de dez anos, quando só começava o mais recente ciclo de expansão no crédito.
Os motivos foram desde a queda nas vendas e a alta nos estoques — consequências da recessão — até a falta de confiança para novos investimentos diante da crise e a desestruturação dos setores de óleo e gás e de infraestrutura, um dos que mais demandavam crédito, após a Lava Jato.
Também pesou para o freio o aumento dos juros. A taxa do capital de giro, por exemplo, subiu de 30,2% para 47,1% de janeiro a novembro, segundo o Banco Central.






No ano passado, os bancos concederam R$ 1,332 trilhão em empréstimos para pessoa jurídica com juros de mercado (sem contar BNDES e demais linhas subsidiadas) até novembro, de acordo com o BC. É menos que o R$ 1,378 trilhão de todo o ano de 2004 após atualização pelo IPCA. Mesmo se dezembro surpreender, não deve superar o R$ 1,525 trilhão de 2005.
Além da queda na demanda, os bancos negaram crédito para muitas empresas a fim de atender regras internas de gerenciamento e diversificação de risco.
Quanto mais empréstimo feito a áreas consideradas "sensíveis", mais recursos são retidos para formar as provisões contra eventuais calotes.
Mesmo companhias distantes da Lava Jato — incorporadoras, metalúrgicas, fabricante de móveis e autopeças, além de micro e pequenas empresas em geral — tiveram crédito negado, porque já tinham tomado muito empréstimo nos anos anteriores.
Os poucos segmentos preservados foram o agronegócio e os voltados à exportação, que reagiram principalmente no segundo semestre.
Entre as saídas encontradas por Banco do Brasil, Bradesco e Itaú para incrementar o crédito foi financiar a rede de fornecedores de grandes empresas. Nesse caso, a líder garante os pagamentos dos fornecedores com base nos pedidos feitos ou previstos.
A vantagem é que o fornecedor, geralmente empresa pequena, passa a ter acesso aos juros de uma grande. E o banco se livra do risco da pequena, que demanda maior provisão para perdas de crédito. Isso ocorreu nos setores de laticínios, moveleiro, têxtil e varejista.
No passado, era comum essas empresas tomarem dinheiro emprestado para repassar aos fornecedores, assumindo o papel de banco. A própria Petrobras faz isso com a rede de mais de 20 mil fornecedores cadastrados.



Captação de recursos no mercado de capitais com a emissão de títulos com incentivos fiscais



Para fugir dos juros altos, empresas que normalmente buscavam recursos em linhas de capital de giro dos bancos para compra de insumos recorreram ao mercado de capitais, especialmente com emissão de títulos de dívida com incentivos fiscais.
Foi o caso do Burger King, que emitiu R$ 105 milhões em CRA (certificados de recebíveis do agronegócio, que tem isenção de IR para pessoa física e estrangeiro) para comprar carne. A Suzano também fez operação semelhante, de R$ 52 milhões, para custear a moradia dos trabalhadores em nova fábrica no Maranhão.
Apesar de ganhar espaço dos bancos, a captação de recursos no mercado de capitais somou R$ 124,8 bilhões em 2015 — metade de 2014 e o menor volume em sete anos.
Quem não tinha tamanho para ir ao mercado de capitais nem contou com o guarda-chuva de grandes empresas para tomar emprestado nos bancos recorreu às empresas de factoring, que antecipam o pagamento de duplicatas. O segmento adiantou quase R$ 150 bilhões em 2015, segundo a Anfac (associação de factoring), alta de 25% sobre os R$ 120 bilhões de 2014, quase o mesmo volume das captações no mercado de capitais e mais de um décimo do giro dos empréstimos bancários em 2015.