segunda-feira, 3 de agosto de 2015


Salário parcelado, serviço parcelado!

Entidades representativas da Brigada Militar, como é chamada a PM gaúcha, comunicaram que os policiais ficarão aquartelados a partir de segunda-feira (03.ago.2015). “Orientamos a população do Rio Grande do Sul, que vê a criminalidade se alastrar diariamente, que não saia de suas residências na segunda-feira”, anotou o manifesto.


Os policiais militares resolveram permanecer nos quartéis em protesto contra a decisão do governo gaúcho de parcelar os salários dos servidores. Batizado de “salário parcelado, serviço parcelado!”, o movimento inclui o Corpo de Bombeiros.
A polícia civil também informou que atenderá apenas as ocorrências que envolvam crimes graves — homicídios, por exemplo.
Na sexta-feira, último dia do mês de julho, o Estado pagou aos servidores gaúchos apenas até o limite de R$ 2.150. Acima desse valor, os contracheques serão parcelados. O parcelamento atingiu praticamente a metade (48%) do funcionalismo. Em nota divulgada no domingo (02.ago.2015), o governo de José Ivo Sartori (PMDB) alegou ter adotado a “medida extrema” por absoluta falta de dinheiro.
“Temos convicção de que, neste momento do Estado, os líderes sindicais saberão adotar uma postura de respeito à população e ao papel constitucional que possuem” anotou o texto do governo.
O sindicalismo bancário considerou que a providência mais respeitosa a adotar é manter os bancos fechados. Por isso foi à Justiça. Uma liminar expedida pela Justiça do Trabalho no domingo (02.ago.2015) permite que os bancos mantenham suas agências fechadas no Rio Grande do Sul caso não haja policiamento nas ruas.
As reações ao parcelamentos dos salários não se restringiram ao setor de segurança pública. Servidores de outras áreas estratégicas prometem reagir contra o parcelamento. Entre elas saúde e educação.

Nota oficial do governo José Ivo Sartori (PMDB):
Comunicado à população gaúcha

· O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, desde o início do ano, comunicou de maneira transparente e aberta a situação de gravidade das finanças públicas estaduais.
· O Governo adotou medidas severas de austeridade para manter a governabilidade, procurando causar o menor dano possível aos servidores e aos diferentes setores da sociedade.
· Na última sexta, em medida extrema, o poder público se viu obrigado a parcelar o salário de 48% do funcionalismo público. Respeitamos e compreendemos as dificuldades que isso impõe aos servidores e às suas famílias.
· Diante de tal fato, o Governo do Estado reconhece e respeita a legitimidade das manifestações sindicais que possam ocorrer de maneira democrática e responsável. Ao mesmo tempo, fará todos os esforços para manter a normalidade dos serviços públicos.
· Temos convicção de que, neste momento do Estado, os líderes sindicais saberão adotar uma postura de respeito à população e ao papel constitucional e institucional que possuem. Estamos todos do mesmo lado e precisamos encontrar soluções conjuntas para superar o desequilíbrio financeiro.
· O governador José Ivo Sartori determinou que todas as equipes de governo mantenham permanente diálogo com os servidores e seus representantes, especialmente os secretários da Casa Civil, Márcio Biolchi, da Segurança Pública, Wantuir Jacini, da Educação, Vieira da Cunha, e da Saúde, João Gabbardo.
· Durante esta semana, o Governo do Estado estará em contato permanente com o Governo Federal, poderes, organizações, sindicatos e equipe de governo para ultimar um novo conjunto de projetos de enfrentamento da crise e de mudança estrutural do Estado, que será enviado à Assembleia Legislativa.
· Renovamos à população gaúcha nossa disposição de enfrentar esta situação por meio da solidariedade de toda a sociedade. A crise é estrutural e não será resolvida pelo velho radicalismo político. O enfrentamento real e decisivo depende da união de todos os gaúchos.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


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