segunda-feira, 3 de agosto de 2015


Governo quer distribuir gratuitamente remédio preventivo que evita infecção por HIV
Droga Truvada praticamente elimina risco de contágio durante sexo sem camisinha, mas deve ser tomada diariamente

Truvada: Medicamento é o primeiro com indicação para prevenir infecção pelo HIV

No começo do ano que vem, o Ministério da Saúde pretende incluir o Truvada — nome comercial do remédio de uso contínuo que pode impedir a contaminação por HIV — à lista dos medicamentos distribuídos gratuitamente pelo SUS. O medicamento já foi aprovado pela Anvisa, mas ainda não é encontrado à venda no Brasil.
O Truvada — ou Profilaxia Pré-Exposição ( PrEP) —, quando tomado diariamente, pode zerar o risco de contágio mesmo no caso de sexo sem camisinha com um soropositivo. O remédio bloqueia, de antemão, a possibilidade de que o vírus ultrapasse as membranas celulares do organismo, se reproduza e atinja a corrente sanguínea do paciente.
— Estamos fazendo estudos de aceitabilidade dos usuários e do funcionamento no SUS para incorporar na política pública — afirma Fábio Mesquita, do Ministério da Saúde.
Na prática clínica, os médicos afirmam que há alguns casos em que o Truvada seria o medicamento ideal.
— Pessoas que têm muitos parceiros e dificuldades de não se colocar em risco acabam recorrendo muitas vezes à PEP (Profilaxia Pós-Exposição). A indicação para eles seria um tratamento preventivo — afirma o infectologista Ralcyon Teixeira, do Hospital Emílio Ribas.
Nenhum país do mundo inclui o Truvada em sua política pública de saúde. Nos Estados Unidos, na Tailândia e na Malásia, o uso do remédio já foi liberado, e o fármaco é vendido regularmente.


Saiba mais — TRUVADA
O Truvada, comercializado desde 2004, é a combinação de outras duas drogas, mais antigas, usadas no combate ao HIV: Emtriva e Viread. Os médicos normalmente receitam a medicação como parte de um coquetel que dificulta a proliferação do vírus, reduzindo as chances de a aids se desenvolver.
A capacidade de prevenção do Truvada foi anunciada pela primeira vez em 2010 como um dos grandes avanços médicos na luta contra a epidemia de aids. Um estudo de três anos descobriu que doses diárias diminuíam o risco de infecção, quando acompanhados por orientação.
O Truvada costuma provocar, como efeito colateral, vômitos, diarreia, náuseas e tontura. Há casos também de intoxicação do fígado, perda óssea e alteração da função renal.


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