Grêmio arma jogada para conseguir acordo com bancos e OAS por estádio
Jogadores do Grêmio comemoram gol durante partida contra o Internacional no último domingo (09.ago.2015) |
Bancos credores da OAS resistem à transferência do estádio que a
empreiteira construiu em Porto Alegre para o Grêmio, mas o clube está
armando uma jogada nesta semana que pode destravar a negociação
envolvendo a arena.
Para avançar com o acordo, que envolve ainda as dívidas de pelo menos R$
170 milhões que foram contraídas pela OAS com Banco do Brasil,
Santander e Banrisul, o tricolor gaúcho deve assinar nesta quinta-feira
(13.ago.2015) memorando de entendimento com a AEG, multinacional
norte-americana que cuida da gestão do Allianz Parque, a "casa" do
Palmeiras.
A parceria com a AEG prevê o levantamento do potencial de receitas do
clube e foi a saída encontrada para romper o impasse com Santander e
Banco do Brasil, que ainda resistem a um acordo — Banrisul (banco
estatal gaúcho) e Caixa Econômica Federal, que é credora da empreiteira
no processo de recuperação judicial, são favoráveis.
Os bancos não querem fazer negócios com times de futebol porque eles não
são empresas, a gestão não é profissionalizada e podem deixar de pagar
os financiamentos só para agradar a torcida.
Para destravar o acordo, BB e Santander propuseram vender sua dívida para o Banrisul, que não aceitou.
O Grêmio acredita que, com o memorando, BB e Santander dariam o aval necessário para um acordo definitivo entre o clube e a OAS.
Só com o aval dos bancos é que o conselho do Grêmio fará uma votação
para decidir se assina o contrato final com a AEG, o que está previsto
para meados do mês que vem, quando o clube comemora 112 anos.
Não é só o clube que tem pressa. A OAS foi pega na Lava Jato, entrou em
recuperação judicial em abril, quer fechar o acordo logo para vender
bens e se livrar de dívidas.
Hoje o Grêmio e a empreiteira compartilham, por um período de 20 anos, a gestão e as receitas do estádio.
GESTÃO
Se a AEG entrar em campo, a maior parte das receitas ficará com o clube,
que pagará um valor fixo para a empresa operar o estádio.
Ela poderá ainda buscar patrocinadores exclusivos para a Arena, para o
clube e até produtos licenciados, como faz com o Palmeiras.
Em troca, receberá uma comissão proporcional ao faturamento, uma forma
de garantir que terá o compromisso de gerar renda para o tricolor
gaúcho.
Nas conversas com os bancos, o clube estimou que a gestão terceirizada
poderia fazer as receitas anuais saltarem de R$ 50 milhões para R$ 150
milhões em um prazo de pelo menos três anos — o suficiente para arcar
com as dívidas bancárias.
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