quarta-feira, 12 de agosto de 2015


Grêmio arma jogada para conseguir acordo com bancos e OAS por estádio

Jogadores do Grêmio comemoram gol durante partida contra o Internacional
no último domingo (09.ago.2015)

Bancos credores da OAS resistem à transferência do estádio que a empreiteira construiu em Porto Alegre para o Grêmio, mas o clube está armando uma jogada nesta semana que pode destravar a negociação envolvendo a arena.
Para avançar com o acordo, que envolve ainda as dívidas de pelo menos R$ 170 milhões que foram contraídas pela OAS com Banco do Brasil, Santander e Banrisul, o tricolor gaúcho deve assinar nesta quinta-feira (13.ago.2015) memorando de entendimento com a AEG, multinacional norte-americana que cuida da gestão do Allianz Parque, a "casa" do Palmeiras.
A parceria com a AEG prevê o levantamento do potencial de receitas do clube e foi a saída encontrada para romper o impasse com Santander e Banco do Brasil, que ainda resistem a um acordo — Banrisul (banco estatal gaúcho) e Caixa Econômica Federal, que é credora da empreiteira no processo de recuperação judicial, são favoráveis.
Os bancos não querem fazer negócios com times de futebol porque eles não são empresas, a gestão não é profissionalizada e podem deixar de pagar os financiamentos só para agradar a torcida.
Para destravar o acordo, BB e Santander propuseram vender sua dívida para o Banrisul, que não aceitou.
O Grêmio acredita que, com o memorando, BB e Santander dariam o aval necessário para um acordo definitivo entre o clube e a OAS.
Só com o aval dos bancos é que o conselho do Grêmio fará uma votação para decidir se assina o contrato final com a AEG, o que está previsto para meados do mês que vem, quando o clube comemora 112 anos.
Não é só o clube que tem pressa. A OAS foi pega na Lava Jato, entrou em recuperação judicial em abril, quer fechar o acordo logo para vender bens e se livrar de dívidas.
Hoje o Grêmio e a empreiteira compartilham, por um período de 20 anos, a gestão e as receitas do estádio.

GESTÃO
Se a AEG entrar em campo, a maior parte das receitas ficará com o clube, que pagará um valor fixo para a empresa operar o estádio.
Ela poderá ainda buscar patrocinadores exclusivos para a Arena, para o clube e até produtos licenciados, como faz com o Palmeiras.
Em troca, receberá uma comissão proporcional ao faturamento, uma forma de garantir que terá o compromisso de gerar renda para o tricolor gaúcho.
Nas conversas com os bancos, o clube estimou que a gestão terceirizada poderia fazer as receitas anuais saltarem de R$ 50 milhões para R$ 150 milhões em um prazo de pelo menos três anos — o suficiente para arcar com as dívidas bancárias.


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