Para o jornal New York Times — saída forçada de Dilma sem motivo concreto seria dano à democracia brasileira
Não há ofensas que justifiquem impeachment da presidente, diz editorial do jornal
A presidente Dilma Rousseff |
O jornal americano “The New York Times” disse em seu editorial na segunda-feira (17.ago.2015)
que o impeachment da presidente Dilma Rousseff provocaria sérios danos à
democracia brasileira, que vem se fortalecendo notavelmente nos últimos
trinta anos, uma vez que não existem provas concretas de que Dilma
cometeu irregularidades em seu governo.
Apesar do “esquema de corrupção massivo” na Petrobras, o jornal também
relembrou a força das instituições democráticas brasileiras em meio a
todo o clima de turbulência no país. O editorial enfatizou a escolha de
Dilma, que em vez de restringir as investigações que desafiam a sua
gestão, indicou Rodrigo Janot, à frente das investigações da Operação
Lava-Jato, para se manter no cargo de procurador-geral da República.
O editorial ainda responsabilizou a presidente pelas políticas que
desaceleraram a economia e contribuem para a queda do grau de
investimento no Brasil. No entanto, disse não haver evidências de que
qualquer outro líder no poder faria um trabalho melhor com a economia.
De acordo com a publicação, não existem provas que justifiquem a saída
forçada de Dilma do governo, apesar das ameaças sofridas pela presidente
- como as tensões no legislativo, os protestos do último domingo e os
índices de aprovação da população sobre o governo abaixo dos 10% menos
de um ano após as eleições.
“Não há dúvida que os brasileiros estão enfrentando tempos difíceis e
frustrantes, e as coisas devem piorar antes de melhorar. Rousseff também
vai encarar muito mais problemas e criticismo. Mas a solução não deve
ser enfraquecer as instituições democráticas que garantem em última
instância a estabilidade, a credibilidade e a governança honesta”,
concluiu o editorial.
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