terça-feira, 11 de agosto de 2015


Queda nas exportações — 16%

Apesar de ter exportado uma quantidade recorde de suas principais commodities nos sete primeiros meses deste ano, o Brasil viu suas receitas com exportações caírem 16% em relação ao mesmo período de 2014.
A queda nos preços internacionais de produtos como petróleo, soja e minério de ferro (que estão entre os itens mais exportados pelo país) foi o principal fator que derrubou as vendas ao exterior.
A quantidade de petróleo embarcada para outros países, por exemplo, cresceu 52% de janeiro a julho, mas a cotação do produto caiu praticamente pela metade.
Considerando todos os produtos exportados pelo Brasil, a quantidade vendida cresceu 7%, mas os preços recuaram 21%. Ou seja, os exportadores brasileiros venderam mais, mas receberam menos dólares do que no mesmo período do ano passado.



O governo estima que a alta do dólar ante o real tenha compensado parcialmente essas empresas, mas afirma que não fez as contas para medir esse impacto.
Além da cotação menor das commodities, alguns dos principais parceiros do país vêm reduzindo seu apetite pelos produtos brasileiros.
É o caso da China, que reduziu as compras em 19,4% ante os sete primeiros meses do ano passado. Com a desaceleração da sua economia, a China vem diminuindo a demanda por matéria-prima não só brasileira, mas de todo o mundo, o que tem refletido na queda dos preços globais das commodities.
As vendas ao exterior também têm sido prejudicadas pela demanda menor de parceiros comerciais como Mercosul e União Europeia.
Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior, afirmou que o governo brasileiro não espera uma recuperação de preços no curto prazo, dado o cenário internacional.



SALDO NO AZUL
Apesar da queda nas exportações, o Brasil voltou a registrar superavit comercial neste ano. Em julho, as exportações superaram as importações em US$ 2,4 bilhões, quinto mês seguido de resultados positivos.
No acumulado do ano, o país tem saldo positivo de US$ 4,6 bilhões. No mesmo período de 2014, houve déficit de quase US$ 1 bilhão.
A melhora no resultado se deve à redução de 25% nas importações, afetadas tanto pelos preços menores quanto pela queda na quantidade comprada pelos brasileiros. Entre os destaques está a redução de 41% no gasto com petróleo e derivados.
As importações de produtos chineses recuaram 7,4% no ano, mas o país continua a ser o maior fornecedor de bens para o Brasil.
Para o governo, a queda no volume de importações se deveu, principalmente, à atividade econômica mais fraca no Brasil neste ano.
As exportações, por sua vez, recuaram 20% na comparação com julho do ano passado, no 11º mês consecutivo de contração nas vendas para o exterior.


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