Dilma usou carta-renúncia para ‘sacudir’ os mais próximos a um empenho maior
A presidente Dilma usou a carta-renúncia, preparada dias atrás, para
aplicar uma espécie de “choque” no seu entorno mais íntimo, obrigando
ministros e o vice-presidente Michel Temer a se empenharem mais no
estancamento da crise política. Ela tem dito que “renúncia jamais”, mas a
carta está pronta. Foi mesmo minutada com a ajuda dos ministros Aloizio
Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça).
Cobrando lealdade. Os ministros relataram a
carta-renúncia a Michel Temer, cobrando dele demonstrações claras e
públicas de desinteresse na queda de Dilma. Michel Temer se viu guindado
novamente à condição de “salvador” do governo Dilma, articulando no
Congresso a reaglutinação dos aliados.
O vice não virou presidente, mas desistiu de Eduardo Cunha e obteve a
maior vitória: recolocou o senador Renan Calheiros no colo de Dilma.
Alívio momentâneo. O ex-presidente Lula agradeceu
enfaticamente o apoio de Renan Calheiros (PMDB-AL) a Dilma. Segundo o
ex-presidente, foi a primeira vez, desde o início da crise, que o risco
de impeachment saiu da pauta.
A presidente Dilma comemora o apoio de Renan Calheiros (PMDB-AL) ao
governo, mas admite que enquanto Eduardo Cunha permanecer na Presidência
da Câmara “a crise política não será debelada”.
Gargalhadas mudas. Hostilizado pelo governo e o
PT, que o veem com desconfiança, Michel Temer tem feito o que é muito
comum em política: rir por dentro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário