domingo, 16 de agosto de 2015


Dilma usou carta-renúncia para ‘sacudir’ os mais próximos a um empenho maior

A presidente Dilma usou a carta-renúncia, preparada dias atrás, para aplicar uma espécie de “choque” no seu entorno mais íntimo, obrigando ministros e o vice-presidente Michel Temer a se empenharem mais no estancamento da crise política. Ela tem dito que “renúncia jamais”, mas a carta está pronta. Foi mesmo minutada com a ajuda dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça).
Cobrando lealdade. Os ministros relataram a carta-renúncia a Michel Temer, cobrando dele demonstrações claras e públicas de desinteresse na queda de Dilma. Michel Temer se viu guindado novamente à condição de “salvador” do governo Dilma, articulando no Congresso a reaglutinação dos aliados.
O vice não virou presidente, mas desistiu de Eduardo Cunha e obteve a maior vitória: recolocou o senador Renan Calheiros no colo de Dilma.
Alívio momentâneo. O ex-presidente Lula agradeceu enfaticamente o apoio de Renan Calheiros (PMDB-AL) a Dilma. Segundo o ex-presidente, foi a primeira vez, desde o início da crise, que o risco de impeachment saiu da pauta.
A presidente Dilma comemora o apoio de Renan Calheiros (PMDB-AL) ao governo, mas admite que enquanto Eduardo Cunha permanecer na Presidência da Câmara “a crise política não será debelada”.
Gargalhadas mudas. Hostilizado pelo governo e o PT, que o veem com desconfiança, Michel Temer tem feito o que é muito comum em política: rir por dentro.


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