Suíça investiga se Odebrecht usou contas para pagamentos de propina
Comunicado do gabinete do procurador-geral diz que há suspeitas de repasses para ex-executivos da Petrobras
GENEBRA — A procuradoria-geral da República da Suíça informou que
ampliou uma investigação de corrupção na Petrobras para incluir a
construtora Odebrecht SA e outras companhias associadas.
"Subsidiárias da Odebrecht são suspeitas de usar contas suíças para
fazer pagamentos de propina a ex-executivos da Petrobras, que também
mantinham contas bancárias na Suíça", afirmou o gabinete do
procurador-geral, em um comunicado.
O Ministério Público Federal (MPF) obteve documentos que levantam
suspeita de que a Odebrecht pagou propinas também para o ex-diretor
Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, na Suíça, em 2008. Os
pagamentos foram feitos para a conta Forbal, mantida por Cerveró no
exterior, por meio do doleiro suíço Bernardo Freiburghaus.
Doleiro suíço Bernardo Freiburghaus |
Esse doleiro, segundo o MPF, seria o operador da Odebrecht na Suíça.
Esses documentos fazem parte de uma petição encaminhada no último dia 2
ao juiz Sérgio Moro, pedindo para que seja “reforçada” a decisão que
determinou a prisão preventiva dos diretores da Odebrecht, incluindo o
presidente Marcelo Odebrecht, presos desde o último dia 19 de junho.
No mesmo período, três países — Peru, Equador e Panamá — anunciaram a
abertura de auditorias em contratos firmados com a Odebrecht. Essas
investigações foram iniciadas após a prisão de Marcelo Bahia Odebrecht,
presidente da empresa e neto do fundador, por suposto envolvimento no
escândalo da Petrobras, investigado pela Operação Lava-Jato.
Na quarta-feira (22.jul.2015), a Polícia Federal pediu à Justiça Federal transferência para o Complexo Médico Penal de Curitiba de oito presos das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Além dos presidentes das duas empresas —
Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo —, fazem parte da lista executivos e
ex-executivos das duas empresas: Elton Negrão de Azevedo Junior (AG),
Alexandrino Alencar, César Ramos, João Antonio Bernardi Filho Filho,
Márcio Faria e Rogério Araújo.
Em nota, a Odebercht diz que entrará em contato com as autoridades suíças.
“A Odebrecht solicitará informações às autoridades suíças para entender o
alcance das investigações e o motivo pelo qual está sendo inserida no
contexto de apuração de irregularidades cometidas por executivos da
Petrobras. A empresa só poderá se pronunciar após ter acesso às
informações”, diz o comunicado.
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