A jogatina do mercado de ações
Johanna Nublat |
Li Fun, 29, consulta todos os dias o sobe e desce do mercado de ações
chinês, onde tinha um capital de US$ 20 mil investidos até algumas
semanas atrás. “Sumiu 60% do meu capital”, diz ela. “Mas sinto que vai
voltar. Todos estamos esperando a estabilidade da bolsa, porque o alto
risco acompanha alto benefício.”
A chinesa integra o batalhão de investidores individuais da China, que
viram suas economias minguarem nos últimos dias. E estão de olho na
eventual subida das ações – é possível ver gente conferindo as
movimentações da bolsa pelo celular em restaurantes de Pequim.
Ela conta que investe no mercado desde 2008, sem nunca ter feito curso
específico para tanto. “Para mim, a bolsa é um jogo”, diz a chinesa, que
estudou língua portuguesa e hoje trabalha em uma embaixada em Pequim.
Na edição de quarta-feira (08.jul.2015), o jornal “China Daily” publicou
avaliações de investidores individuais, como Li Fun. No depoimento ao
jornal, o taxista Wu Jinbiao, 48, diz que costuma discutir com os
clientes a situação do mercado, em que investe desde 2004: “Levando em
conta a inflação, não ganhei muito, mas tem sido divertido”.
Se, por um lado, o chinês reage com preocupação à baixa da bolsa, por outro, não deixou de lado o humor.
Mensagens trocadas pelas redes sociais do país têm feito graça da
situação. Uma delas, por exemplo, sugere que “última empresa parada no
mercado de ações, por favor, apague a luz e feche a porta”.
Outra diz que “o mercado chinês é como um traidor: você sempre confia, mas ele sempre te trai”.
Li Fun, no entanto, não perdeu as esperanças. Em uma mensagem no início
da tarde de quinta-feira (09.jul.2015), a chinesa escreveu: “Hoje o
índice está crescendo”, seguido do emoticon de duas pessoas batendo
palmas.
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