Setores da CUT e da Força Sindical criticam Plano de Proteção do Emprego (PPE)
Manifesto da ala de extrema esquerda da
CUT afirma que a medida é um 'tiro no pé' dos trabalhadores; na Força
Sindical, críticas são feitas pelo ex-presidente da entidade, deputado
Paulinho, que tem condenado internamente o apoio dado ao plano
O novo Plano de Proteção do Emprego (PPE), fechado entre o governo, as
empresas e as maiores centrais sindicais do País é duramente criticado
por figuras importantes das próprias centrais. Um manifesto da ala de
extrema esquerda da Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgado na
quinta-feira, 09.jul.2015, afirma que o PPE é um "tiro no pé" dos
trabalhadores.
"Os patrões pagam salários reduzidos com a redução da jornada e quem
complementa até o máximo R$ 900 é o FAT, cujos recursos são dos próprios
trabalhadores!", diz o manifesto, assinado pelo sindicalista Júlio
Terra, da corrente chamada "CUT Independente e de Luta". Ele faz menção
ao arcabouço do PPE, que permitirá a redução de até 30% da jornada e dos
salários dos trabalhadores pela companhia. O governo, no entanto, vai
pagar o equivalente a 15% do salário do trabalhador com recursos do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O acordo do PPE valerá por seis
meses prorrogáveis por mais seis, no máximo. Além disso, a empresa será
obrigada a manter o funcionário por mais quatro meses após o prazo final
de um ano.
"O trabalhador manterá o emprego por no máximo 1 ano, com salário e
benefícios reduzidos. Depois terão estabilidade de no máximo 4 meses. Se
não der certo, isto é, se o Plano Levy seguir gerando recessão e
desemprego, como a própria CUT analisa, ele vai para a rua!", escreveu o
sindicalista.
No lado da Força Sindical, as críticas são feitas pelo ex-presidente
Paulo Pereira da Silva da entidade, o deputado federal Paulinho (SD-SP).
Paulinho tem condenado internamente o apoio dado pela central ao PPE e
na Câmara dos Deputados já defendeu que o governo deveria arcar com todo
o corte de salário que as empresas aplicarão.
Na cerimônia de anúncio do PPE, no Palácio do Planalto, os ministros do
governo Dilma Rousseff estavam acompanhados por lideranças sindicais que
representam metalúrgicos e químicos da CUT e da Força Sindical.
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