Bolívia: Evo dá ao papa cruz em forma de foice e martelo e cria polêmica
Evo Morales e o papa Francisco |
O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi alvo de críticas na Bolívia ao
presentear o papa Francisco com um crucifixo no formato de uma cruz e
um martelo – símbolo dos regimes comunistas do século 20. O Vaticano
negou que o papa tenha tido uma reação negativa ao presente. O líder
boliviano tem uma relação tensa com a Igreja Católica em seu país. Nas
redes sociais, na Bolívia e em outros países, Evo também foi bastante
criticado.
“O papa não teve uma relação particular a isso e nem se manifestou de
maneira negativa sobre esse assunto”, disse o porta-voz do Vaticano
Federico Lombardi.
A “cruz comunista” é uma réplica de uma figura esculpida pelo jesuíta
espanhol Luis Espinal Camps – torturado e morto por paramilitares em
1980 ao denunciar a violência política no país durante a ditadura Luís
García Meza. "Foi pedido aos jesuítas que estavam na missa por algo
desenhado por Espinal. Não é algo que fosse de conhecimento geral e não
tem um significado ideológico particular, mas sim de diálogo e
liberdade”, acrescentou o porta-voz.
Partidos de oposição a Evo na Bolívia, no entanto, criticaram o
presente. “Que vergonha dar um Cristo crucificado em uma foice e um
martelo, o símbolo do comunismo ateu”, afirmou a ex-deputada Alejandra
Prado.
O deputado opositor Bernard Gutiérrez disse que o presidente se
equivocou porque a cruz de Espinal tem especificidade muito particulares
compreendidas apenas na Bolívia, mas que pode ser mal interpretada no
exterior. “ Acredito que o papa teve uma reação adversa. A expressão
dele diz tudo”, disse.
O jesuíta espanhol Xabier Albó, companheiro de catequese de Espinal na
Bolívia, disse na semana passada que os sacerdotes da ordem na época
faziam esculturas em madeira sobre temas vinculados a sua vivência.
Segundo ele, a cruz com a foice e o martelo expressam o diálogo cristão e
marxista com trabalhadores e camponeses.
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