O QUE HÁ CONTRA MARCELO
Presidente do grupo Odebrecht foi indiciado pela Polícia Federal
MARCELO ODEBRECHT | |
Quem é: Presidente do grupo Odebrecht, Marcelo está preso desde 19.jun.2015 na carceragem da Polícia Federal em Curitiba
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Segundo a PF, Marcelo tinha "conhecimento e participação
direta" em crimes cometidos por executivos de sua empresa e buscou criar
obstáculos às investigações
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O QUE A PF APRESENTOU
1. Anotações no celular
Registros sugerem que Marcelo Odebrecht se empenhou ativamente para
conter danos causados pela Operação Lava Jato. As mensagens falam em
recorrer a "dissidentes PF" e "higienizar" aparelhos de executivos
investigados do grupo
- "trabalhar para para/anular (dissidentes PF...)"
- "higienizar apetrechos MF [Márcio Faria] e RA [Rogério Araújo]"
- "Vazar doação campanha. Nova nota minha midia? GA, FP, AM, MT, Lula? ECunha?"
2. Negociação sobre sondas
E-mails encontrados pela PF mostram envolvimento do executivo na
negociação de em um contrato de sondas para a Petrobras. Numa das
mensagens, um diretor fala em "sobrepreço" no contrato
3. Depoimento
À Justiça Federal, Marcelo disse que "continua confiando nos seus
companheiros [demais executivos da Odebrecht presos], acreditando na
presunção de inocência dos mesmos". Para a PF, a fala indica que o
empresário "aderiu" a crimes atribuídos aos demais investigados
'GRUPO DE CRISE'
Anotações encontradas pela Polícia Federal nos telefones celulares
do empresário Marcelo Odebrecht sugerem que ele se empenhou
ativamente para conter danos causados pela Operação Lava Jato antes
de ser preso pela PF.
De acordo com relatório produzido pelos policiais que examinaram as
anotações, o executivo buscou contato com políticos e auxiliares da
presidente Dilma Rousseff para discutir o avanço das investigações e
seu impacto.
As anotações mencionam vários políticos, em geral indicando apenas
as iniciais, e muitas são difíceis de interpretar com segurança sem
conhecer o contexto em que foram produzidas e a identidade das
pessoas mencionadas.
O relatório é um dos elementos apresentados pela PF para justificar
o indiciamento de Marcelo Odebrecht por suspeita de corrupção e
lavagem de dinheiro.
Uma das anotações encontradas pela PF nos celulares de Marcelo
Odebrecht diz ser necessário ter "contato ágil/permanente com o
grupo de crise do governo e nós para que informações sejam passadas
e ações coordenadas".
A PF não sabe quando a anotação foi feita, mas suspeita que isso
ocorreu depois de novembro do ano passado, quando a Operação Lava
Jato prendeu executivos de várias empreiteiras que têm negócios com
a Petrobras.
A mesma anotação fala em "trabalhar para para/anular (dissidentes
PF...)". Segundo a interpretação da PF, trata-se de um indício de
que Marcelo Odebrecht pretendia usar policiais "dissidentes" para
tumultuar as investigações.
O empresário também parecia empenhado em oferecer garantias a dois
executivos do grupo sob investigação, Márcio Faria e Rogério Araújo,
que hoje estão presos com ele em Curitiba. "MF/RA: não movimentar
nada e reembolsaremos tudo e asseguraremos a família. Vamos segurar
até o fim", diz a anotação. O mesmo arquivo fala em "higienizar
apetrechos MF e RA". De acordo com a interpretação da PF, isso
significa que o empresário pretendia apagar o conteúdo de telefones,
computadores e outros aparelhos dos executivos.
Há referências ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aparece numa anotação como
"ECunha", mas o contexto não deixa claro por que Marcelo Odebrecht
pensou neles ao redigir as anotações no telefone.
Segundo a polícia, "MT" é o vice-presidente Michel Temer, "GA" é o
governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), "FP" é o governador
mineiro, Fernando Pimentel (PT), e "JW" é o ministro da Defesa, o
petista Jaques Wagner.
A PF achou também um e-mail de 9 de janeiro de 2013 com o título
"Pedido específico blindagem JEC". Para o policial que analisou o
material, "JEC" pode ser o ministro da Justiça, o petista José
Eduardo Cardozo. O texto do e-mail inclui esta frase: "Para Edinho
visão da conta toda inclusive gasto com o Haddad. MRF: dizer do
risco de chegar na campanha dela?"
Para a PF, "Edinho" pode ser o então presidente do PT de São Paulo,
Edinho Silva, hoje ministro da Secretaria de Comunicação Social do
Palácio do Planalto, e a mensagem pode ser uma referência à campanha
do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), eleito em 2012.
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