O VEREDITO DO JUIZ
Por que Sergio Moro condenou os executivos da Camargo Corrêa
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
PETROBRAS — CAMARGO CORRÊA — INTERMEDIÁRIOS — PAULO ROBERTO COSTA
- Petrobras — Segundo Moro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa recebeu propina para facilitar negócios da Camargo Corrêa com a estatal nas obras das refinarias de Abreu e Lima (PE) e Presidente Getúlio Vargas (PR)
- Camargo Corrêa — Os contratos da Camargo com a Petrobras eram superfaturados para permitir desvios dos cofres da estatal para os beneficiários do esquema
- Intermediários — A Camargo repassava o dinheiro a fornecedores e prestadores de serviço que, por sua vez, firmavam contratos fictícios com empresas de fachada controladas pelo doleiro Alberto Youssef
OS EXECUTIVOS E SEUS CRIMES
crime | DALTON AVANCINI | EDUARDO LEITE | JOÃO AULER |
---|---|---|---|
ex-executivo da Camargo Corrêa, tornou-se delator do esquema | ex-executivo da Camargo Corrêa, tornou-se delator do esquema | ex-presidente do conselho de administração da Camargo Corrêa | |
Corrupção ativa | Participava de reuniões com Alberto Youssef e acertou o pagamento de propina nos contratos das refinarias Abreu e Lima e Presidente Getúlio Vargas | Confirmou o pagamento de propina de 1% sobre os valores dos contratos da Camargo Corrêa com a diretoria de Abastecimento | Disse que foi procurado por Youssef para tratar de propina, mas que o encaminhou ao seu subordinado, Leite, e negou envolvimento no esquema. Juiz classificou depoimento de executivo como "inverossímil" |
Lavagem de dinheiro | Ajudou a providenciar os repasses de propina a Paulo Roberto Costa, por meio de um contrato fictício com uma empresa de consultoria do ex-diretor, e às empresas de Youssef, por meio da Sanko | Admitiu ter se reunido com Youssef e Márcio Bonilho, da Sanko, para tratar de propina -a maior parte encaminhada por meio de contratos da Camargo com a Sanko, que enviava o dinheiro a empresas de Youssef | INOCENTADO: Para Moro, não há provas de que Auler tenha se envolvido nas tratativas acerca de como a propina seria repassada |
Organização criminosa | Para o juiz, havia um plano compartilhado para a prática de crimes em série pelo grupo, comprovado pela atuação do cartel de empreiteiras na estatal, pagamento de propina e lavagem de dinheiro | Para o juiz, havia um plano compartilhado para a prática de crimes em série pelo grupo, comprovado pela atuação do cartel de empreiteiras na estatal, pagamento de propina e lavagem de dinheiro | Para o juiz, havia um plano compartilhado para a prática de crimes em série pelo grupo, comprovado pela atuação do cartel de empreiteiras na estatal, pagamento de propina e lavagem de dinheiro |
Penas | 15 anos e 10 meses de prisão + multa de R$ 1,2 milhão | 15 anos e 10 meses de prisão + multa de R$ 900 mil | 9 anos e 6 meses de prisão + multa de R$ 288 mil |
O QUE ACONTECEU COM OS OUTROS RÉUS
ADARICO NEGROMONTE FILHO | |
> Irmão do ex-minisro das Cidades | |
Inocentado das acusações de lavagem de dinheiro e organização
criminosa. O juiz entendeu que não havia provas para condená-lo por
transporte de valores em espécie
|
MÁRCIO BONILHO | |
> Executivo da Sanko | |
Inocentado da acusação de corrupção ativa, foi condenado por lavagem
de dinheiro, mas o juiz entendeu não haver provas de que ele sabia que
os recursos iam para Paulo Roberto Costa
|
WALDOMIRO DE OLIVEIRA * | |
> Funcionário de Youssef | |
Era acusado de lavagem de dinheiro. Juiz entendeu que fatos
apresentados faziam parte de um mesmo ciclo de lavagem, pelo qual ele já
foi condenado em ação anterior
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JAYME ALVES DE OLIVEIRA FILHO | |
> ex-agente da PF | |
Condenado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Delação,
tabelas, mensa- gens, visitas a escritório e depoimento à PF provam que
Jayme levava dinheiro do esquema em espécie
|
ALBERTO YOUSSEF * | |
> Doleiro | |
Condenado por corrupção passiva. Intermediou os repasses de propina a Paulo Roberto Costa
|
PAULO ROBERTO * | |
> Ex-diretor da Petrobras | |
Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Recebeu R$
2,7 mi de propina da Camargo Corrêa em um con- trato de consultoria
fictício
|
* Réus já foram condenados por organização criminosa pelo mesmo fato em outra ação
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